- Os Nilanth e o Combine
- O Nascimento da Aperture Science
- A Era de Ouro da Aperture e o Surgimento da Black Mesa
- O Declínio da Aperture
- A Falência e a Obsessão de Cave Johnson
- Os Últimos Dias de Cave Johnson
- O Nascimento da GLaDOS
- A Black Mesa e o Incidente da Ressonância em Cascata
- Half-Life: Oposing Force
- Half-Life: Blueshift
- Half-Life: Decay
- A Guerra das 7 Horas e o Domínio do Combine
- Portal
- LAB RAT – HQ
- Half-Life 2
- Half-life 2: Episode 1
- Half-Life 2: Episode 2
- Epistle 3
- Half-Life: Alyx
- Portal 2
Half-Life e Portal não são só franquias de jogos; são universos complexos, com histórias entrelaçadas, muitos detalhes ocultos e uma legião de fãs apaixonados. No Brasil, quem ajudou a organizar, explicar e até preservar toda essa riqueza para milhares de jogadores foi o canal MDGameplay.

O MDGameplay se tornou referência dentro da comunidade brasileira ao criar uma série detalhada chamada “História de Half-Life”. Nela, o canal se propôs a narrar e explicar cronologicamente toda a saga de Half-Life e Portal, apresentando de maneira didática os elementos mais difíceis e as conexões desses universos interligados da Valve. A série se destacou pelo compromisso em abordar todos os jogos da franquia, inclusive os títulos menos conhecidos e expansões, sempre mantendo o cuidado com a fidelidade dos fatos e a clareza das informações.

A série analisou, episódio a episódio, os seguintes jogos:
- Episódio #01: Half-Life
- Episódio #02: Half-Life: Opposing Force
- Episódio #03: Half-Life: Blue Shift
- Episódio #04: Half-Life: Decay
- Episódio #05: A saga Portal
- Episódio #06: Half-Life 2
O impacto desse trabalho foi gigantesco. Quando o MDGameplay parou a produção, deixando de cobrir ainda Half-Life 2: Episode One e Episode Two, outro canal — o Degenerator — assumiu a responsabilidade de continuar a série.

Ele produziu os episódios #07 e #08, mantendo o padrão de qualidade e o estilo original, numa demonstração do valor e da importância que o conteúdo do MD já tinha conquistado. Como o próprio Degenerator disse:
“O estilo de vídeo é bem semelhante ao dos episódios anteriores do MD. Como mencionado, tentei terminar a série, e por isso fiz o mais fiel possível, a fim de não gerar ‘incoerências’.”
Além dos vídeos, o MDGameplay criou uma comunidade forte que se reunia não só nos comentários do canal, mas principalmente em um grupo criado na Steam, aberto em 10 de julho de 2013.

Quem era fã do canal e tinha conta na plataforma podia entrar nesse grupo para discutir, trocar ideias e teorias sobre a saga. Anos depois, mesmo com o canal inativo, ainda há movimentação e comentários nesse grupo, mostrando como o legado do MDGameplay seguiu vivo. Em uma rara aparição, respondendo no grupo oficial, o próprio MD explicou o motivo de ter parado:

“Eu to vivo, moro em SP e trabalho bagarai, mas com algo que gosto muito haha. Pra terem ideia, abri o steam aqui depois de 1 ano – eu hoje tenho focado muito na minha carreira e infelizmente n tenho tido tanto tempo quanto antes. Curtia mto o canal e dá um pouco de pena ter parado, mas infelizmente n tava rolando conciliar tudo. Eu abri aqui e fiquei espantado de ver que ainda tem uma galera que comenta no grupo, mesmo depois de tanto tempo. Valeu mesmo hahah.”
Sobre os vídeos terem sido retirados ou colocados como privados, ele também respondeu por lá:

“Tem seus motivos hahah. Peço desculpas se ficaram putos, entendo vcs tb. Eu tenho meus motivos pra não deixar os vídeos públicos, mas a conta ainda existe, só preciso resgatar o login e senha por aqui. Posso deixar os vídeos como não listados e postar todos os links aqui, o que acham?”
Por isso, é importante avisar: a maioria dos vídeos do MD hoje só está disponível porque muitos fãs fizeram backup e reupararam os vídeos em outras contas. Da mesma forma, para que todo mundo possa acessar, eu estou deixando o link de cada episódio — seja do MDGameplay ou das continuações feitas por outros canais espalhados neste artigo, caso você queira ver ou rever os episódios clássicos, é só conferir clicando nos textos que contém links.
Essas informações, inclusive, foram apuradas consultando diretamente os vídeos do MDGameplay, Degenerator, MattO, Skyrionn e também discussões dentro do próprio grupo da Steam, como forma de documentar e homenagear todo o caminho percorrido por essa série.
Portanto, este artigo é uma homenagem direta aos vídeos do MDGameplay. Foi pelos vídeos dele que eu me apaixonei ainda mais por Half-Life e Portal, e sei que muita gente também foi assim. O conteúdo dele não só narrou as histórias, mas preservou toda essa tradição, ajudando novos fãs a conhecer ou relembrar a ordem dos jogos, detalhes importantes e a compreender esse universo único da Valve.
Neste artigo, eu não vou me aprofundar em datas de lançamento, detalhes do processo de criação de cada jogo ou curiosidades sobre o desenvolvimento — porque disso, acredito que a maioria já sabe ou pode facilmente pesquisar. O meu foco aqui será contar, analisar e conectar a história completa do universo de Half-Life e Portal, seguindo tudo o que acontece nessas franquias do ponto de vista da narrativa, dos personagens e de como esses mundos se cruzam. Vamos começar nossa história não na Terra, mas sim em um mundo muito distante, onde tudo começou…
Os Nilanth e o Combine
Em um planeta bem longe daqui, uma espécie chamada Nilanth vivia em paz no seu planeta. Não sabemos muito sobre como era a sociedade ou a cultura deles, mas uma invasão estava a caminho.
No espaço, um império alienígena multidimensional viajava entre vários universos, dominando todas as espécies inteligentes que cruzavam seu caminho. Esse império não só invadia e pegava os recursos naturais dos planetas, mas também fazia coisas terríveis com os habitantes. Com o passar do tempo, eles aprenderam a estudar e modificar as estruturas biológicas das espécies conquistadas para aumentar seu próprio exército.
Eles acabaram virando uma mistura de incontáveis espécies alteradas sob o comando de uma única entidade – por isso a humanidade mais tarde os chamaria de Combine, uma força sombria que espalhou medo por todo o multiverso. Esse nome vem da ideia de combinar ou unir coisas, mostrando como o império vai absorvendo diferentes espécies e tecnologias na sua estrutura.
Em uma de suas explorações entre dimensões, o Combine acabou encontrando o mundo dos Nilanth. Como já tinham feito um monte de vezes antes, se prepararam para invadir. Os Nilanth tentaram lutar contra, mas não conseguiram vencer. O Combine então começou seus experimentos estranhos para adaptar essa nova espécie e deixar seu exército ainda mais forte.
Como todo povo dominado pelo Combine, os Nilanth procuraram desesperadamente um jeito de fugir. Foi assim que um deles descobriu um portal que levava para um lugar chamado Xen, um mundo que ficava entre as dimensões. Esse lugar era lar de várias formas de vida de diferentes mundos que tinham se conectado a ele ao longo do tempo. Em Xen, esse Nilanth achou um refúgio e se tornou o último sobrevivente de sua espécie. Enquanto o Combine continuava explorando outros universos, o Nilanth explorava Xen procurando maneiras de se defender caso o Combine descobrisse esse esconderijo.
O Nascimento da Aperture Science

Por volta de 1943, aqui na Terra, Cave Johnson, um jovem cheio de ideias, deu início à Aperture Fixtures. Ele se inspirou nas teorias do pai, um professor de agricultura da faculdade da região que, curiosamente, nunca tinha posto a mão na terra para plantar. A filosofia da Aperture era bem direta: criar tudo do zero, gastar quanto fosse preciso e jamais pensar em economia.
No começo, a Aperture vendia cortinas de chuveiro super avançadas. Ninguém sabe ao certo o que fazia essas cortinas serem tão especiais, mas o sucesso foi tanto que rendeu à empresa o prêmio: Shower Curtain Salesman do ano.

Logo vieram os contratos gordos com diferentes setores do exército americano, e Cave ficou rico de verdade. Em 1944, nadando em dinheiro, ele decidiu investir em propriedades e acabou comprando uma velha mina de sal em Michigan – um lugar enorme com túneis que chegavam a mais de quatro quilômetros de profundidade. Foi lá, nesse labirinto subterrâneo, que a sede principal da Aperture Fixtures ganhou vida.

Em 1947, Cave deu um novo rumo ao negócio, mudando o nome para “Aperture Science” e começando a se aventurar na física experimental. Seguindo à risca a filosofia do pai, ele abriu a carteira sem dó para contratar os maiores gênios que o dinheiro podia comprar. E o plano deu certo: logo a Aperture Science foi premiada como a melhor nova empresa científica do ano.

Nos anos seguintes, o negócio explodiu. Os velhos túneis da mina de sal viraram laboratórios high-tech para testar produtos científicos revolucionários. Em 1949, a Aperture já tinha alcançado o segundo lugar entre as 100 melhores empresas de ciência aplicada, segundo a revista Mundial de Engenharia Mecânica. Podemos imaginar que a primeira colocada devia ser a Black Mesa, situação que deixou Cave Johnson obcecado em conquistar o topo, não importa o preço.

À medida que colaboradores da empresa iam conhecendo melhor o Cave Johnson, iam percebendo o quanto o cara era excêntrico. Ele criou os famosos “Três pilares da ciência da Aperture”:
- Ciência sem resultados é apenas feitiçaria
- Obtenha resultados ou seja demitido
- Se um funcionário suspeitasse que um colega era uma bruxa, deveria denunciá-lo imediatamente, pois feitiçaria não seria tolerada.
Com o tempo, a equipe da Aperture ficou na dúvida se ele estava de brincadeira ou falando sério – mas no fim das contas, não tinha como negar que Cave tinha construído um império científico do zero.
A Era de Ouro da Aperture e o Surgimento da Black Mesa
Nos anos 1950, a Aperture Science estava bombando. Ao mesmo tempo, no meio do deserto do Novo México, uma corporação bancada pelo governo chamada Black Mesa comprava terrenos para montar sua própria instalação de pesquisa. Eles apostavam que aquele lugar isolado daria a privacidade que precisavam para tocar experimentos secretos sem ninguém metendo o nariz.
Enquanto isso, lá em Michigan, a Aperture vivia seus dias de ouro. Mesmo tendo perdido um contrato com o Departamento de Defesa dos EUA para o segundo lugar, a empresa continuava faturando alto com suas vendas tanto para o público quanto para o governo. Os produtos que saíam de lá eram realmente revolucionários e passavam por testes rigorosos antes de chegarem ao mercado.
Em 1952, a mina de sal virou a base do que seria a instalação da Aperture Science. Ao invés de cavar pra baixo, decidiu começar lá dos 4 quilômetros de profundidade e ir subindo aos poucos. A construção incluiu nove poços de teste, cada um com esferas de enriquecimento feitas de amianto que serviam como ambientes de teste isolados um do outro.

Nessa época, a Aperture estava no auge. As instalações eram puro luxo, com salas de espera decoradas com painéis de madeira legítima e detalhes em ferro forjado. Os funcionários estavam sempre a postos para atender qualquer pedido dos voluntários, que chegavam ao complexo em Michigan em limusines particulares.

Johnson conseguiu atrair a nata da sociedade para seus testes: astronautas, heróis de guerra e atletas olímpicos. Como a Aperture tinha nome no mundo científico, esses voluntários nem pediam pagamento, preferindo que o dinheiro fosse para instituições de caridade. Dependendo do histórico de cada voluntário, eles eram direcionados para diferentes tipos de teste e áreas específicas do complexo.
A primeira esfera de enriquecimento no Eixo de teste 09 ficou pronta em 1953, focando nas experiências com o gel de repulsão. Os métodos nada ortodoxos da Aperture já davam as caras desde o começo – o grupo de controle nos testes do gel recebeu apenas tinta azul, o que acabou causando ferimentos sérios nos participantes. O gel continha elementos e compostos sem testes prévios que reagiam de forma violenta com o sistema esquelético humano, e quem mergulhasse nele podia sofrer danos devastadores à saúde. Johnson também se destacava pelo jeito excêntrico, sempre gravando mensagens para os voluntários que ignoravam completamente os protocolos científicos básicos.
Vale lembrar que nesse mesmo ano, a Aperture Science descobriu sua primeira tecnologia de portal, funcionando como uma passagem entre os dois lados da cortina do chuveiro – produto que, pelo visto, eles ainda continuavam vendendo.
À medida que a empresa foi crescendo, Cave percebeu que não dava mais conta de ficar de olho em tudo pessoalmente.

Foi quando ele tomou duas decisões importantes: contratou uma assistente chamada Caroline e começou a gravar mensagens que tocavam por toda a instalação para dar as boas-vindas aos participantes dos testes e manter a equipe motivada.
Nos anos 50, a Aperture começou a fazer testes bem radicais. Eles tentaram fazer modificação genética, misturando DNA humano com o de louva-a-deus. Quando esses experimentos foram colocados na geladeira por tempo indeterminado, passaram a fazer testes de combate onde os voluntários tinham que encarar um verdadeiro exército de homens louva-a-deus.
Outros experimentos da Aperture eram bem loucos: tentavam reduzir a quantidade de água no corpo humano de 60% para apenas 30% ou até 20% expondo as pessoas a motores a jato. Também fizeram testes usando lasers para transformar sangue em gasolina. Um dos testes mais perigosos envolvia dar aos voluntários café misturado com cálcio fluorescente para conseguir ver a atividade cerebral, mas isso podia acabar vitrificando (literalmente transformando em vidro) o lobo frontal do cérebro da pessoa.
O mais curioso é que aquelas esferas de enriquecimento feitas de amianto, que já eram perigosas por si só por conterem esse material cancerígeno, acabaram sendo a parte menos arriscada de todos os experimentos malucos que a Aperture Science realizou. Apesar de todos esses experimentos assustadores e arriscados tocados por Cave Johnson, a Aperture Science continuava sendo uma empresa popular e respeitada na época.
Em 1956, a Aperture fechou outro contrato com o governo americano, engordando ainda mais seus lucros e prestígio. A empresa vendia suas torretas ao público e até se aventurou na “Ciência da batata”, levando o prêmio Spirit of Idaho em 1955, concedido pelo National Potato Board por promover esse campo de pesquisa peculiar.

Esse contrato permitiu que a Aperture concluísse 3 esferas de enriquecimento no poço de teste 09 em 1958, além de uma estação de bombeamento de gel de repulsão. No auge das operações, mais de mil testes eram realizados por dia, embora continuasse sendo um ambiente de trabalho hostil tanto para cobaias quanto para funcionários. Cave chegou a demitir um funcionário com deficiência na hora para economizar na instalação de rampas de acesso. Nessa mesma época, ele começou a ouvir sobre a ascensão da Black Mesa, mas com tanto sucesso nas mãos, não considerou a rival como uma ameaça de verdade. Porém, os ventos estavam prestes a mudar…
O Declínio da Aperture
Nos anos 60, a fase dourada da Aperture começou a cair. Parte disso se devia ao mercado que ficava cada vez mais acirrado, mas o maior problema estava no próprio jeito da empresa funcionar.
Embora o estilo excêntrico de Cave Johnson tivesse garantido o sucesso inicial da Aperture, essas mesmas práticas agora estavam criando dores de cabeça a longo prazo. A empresa desenvolvia tecnologias super avançadas, o que gerava dinheiro, mas também trazia seus próprios riscos.
Muitos produtos da Aperture acabaram sendo recolhidos do mercado por não cumprirem as regras de saúde e segurança, o que afetou pesadamente o caixa da empresa. Além disso, os produtos em desenvolvimento ficavam emperrados na fase de testes por tempos intermináveis para garantir que seguissem as normas, resultando em pouquíssimos lançamentos que chegavam de fato às prateleiras.
Com sua nova fama de negligente e incapaz de seguir as normas de segurança, Cave decidiu preparar a Aperture para eventuais fiscalizações. Em 1961, ele mandou lacrar o Poço de Teste 09 e outras áreas onde os cientistas tinham realizado aqueles experimentos completamente antiéticos que mencionei antes, feitos nos anos 50.
Cave vivia dizendo que só queria fazer ciência com os cérebros mais brilhantes que conseguisse encontrar. O problema é que isso acabava em mutilações e, em vários casos, na morte dos participantes dos testes. Mesmo com a Aperture ainda a frente da concorrência como empresa privada com seus experimentos secretos, outras instalações científicas, como a Black Mesa, estavam recebendo dinheiro do governo, ainda que tivessem limitações nas suas pesquisas.
Com essas áreas da Aperture seladas, os cientistas passaram a trabalhar em experimentos menos arriscados, o que deixava Cave frustrado, já que ele se sentia travado nas suas explorações científicas. Enquanto isso, no deserto do Novo México, a Black Mesa começava a se consolidar como uma das principais potências científicas do mundo. Sua tecnologia revolucionária ultra-secreta, financiada pelo governo, permitia explorar ramos científicos que a Aperture não alcançava.
A Falência e a Obsessão de Cave Johnson
Em 1968, os produtos da Aperture mal conseguiam sair das prateleiras e sua reputação estava em cacos. Mas o verdadeiro golpe para a Aperture Science veio com as audiências do Senado naquele mesmo ano sobre os astronautas desaparecidos. Essa combinação de investigações, dificuldade em vender produtos e perda de contratos com o governo acabou forçando a Aperture a declarar falência.
Cave Johnson ficava cada dia mais paranoico e frustrado, apontando o dedo para a Black Mesa, acusando-a de espionagem industrial e de roubar as ideias originais da sua empresa.

Por volta dos anos 70, mesmo tendo declarado falência, Johnson de alguma forma conseguiu manter sua empresa de pé e as instalações de Michigan cresceram ainda mais, com novas esferas de enriquecimento sendo instaladas.

Apesar das dificuldades, a Aperture Science alcançou sua maior conquista em 1971, construindo uma doca seca completa a 3975 metros abaixo da superfície em suas instalações em Michigan, onde foi construído o infame navio Borealis. Lembrem-se bem do nome desse navio, ele ainda vai aparecer aqui ao longo do artigo,

mas por enquanto, o que você precisa saber é que o Borealis funcionava como uma grande estação de pesquisa móvel capaz de navegar pelo mar. Durante algum experimento que deu errado, o navio simplesmente sumiu, junto com toda a tripulação e parte da doca em que estavam, sem deixar qualquer vestígio, virando uma lenda para as pessoas.

Ninguém sabe ao certo que tipo de tecnologia estava sendo desenvolvida no Borealis. O projeto era extremamente confidencial, até mesmo dentro da própria Aperture Science. No entanto, fica claro que, seja lá qual for essa tecnologia, ela tem uma importância crucial para o desenrolar futuro das séries Portal e Half-Life. Os segredos guardados nesse navio desaparecido podem mudar completamente o rumo dos acontecimentos e possivelmente definir o destino da humanidade na batalha contra os invasores alienígenas.
Sem poder contratar voluntários de elite para testar seus produtos, Cave estava furioso por ter que recorrer a pessoas em situação de rua, oferecendo $60 pelos seus serviços e mais $60 se deixassem a Aperture “desmontar e depois remontar eles em nome da ciência”. Claro que isso trazia riscos enormes — mas foi exatamente esse tipo de aposta que permitiu que a Aperture crescesse uma década antes.

Cave, mesmo assim, acreditava que eles dariam a volta por cima eventualmente e continuava pressionando seus cientistas a trabalhar.

Durante esse período complicado, sua assistente Caroline permaneceu firme ao seu lado, ajudando-o em tudo que podia e se tornando sua pessoa de confiança. Uma relação forte se formou entre os dois.
Cave estava se transformando em um homem desesperado, vendo seu império ruir enquanto sua obsessão pela Black Mesa só aumentava, insistindo que sua rival era a culpada de tudo. O que nenhum dos dois sabia é que ambas as empresas estavam, sem querer, preparando o terreno para um encontro da humanidade com forças muito além do que qualquer um poderia imaginar.
A Aperture é chamada pelo governo dos EUA para uma reunião supostamente confidencial, onde eles mostram seu projeto secreto de “Portal”, e o governo fecha um contrato de longo prazo com a Aperture, garantindo mais financiamento para a empresa. A Aperture cience teria ido à falência se não fosse por esse contrato salvador.

Os Últimos Dias de Cave Johnson
Em 1982, a empresa finalizou o trabalho no terceiro e último tipo de gel, o Gel de Conversão. Ele foi criado usando rochas lunares que Johnson comprou por 70 milhões de dólares, mesmo com seus contadores avisando que a empresa não podia gastar nem sete dólares em pedras. Cave acabou sendo exposto ao pó dessas rochas lunares durante a fabricação.

Aos poucos, ele percebeu que estava sofrendo de envenenamento por esse material, e seu corpo começou a falhar. Johnson notou que o novo gel era um excelente condutor de portal e testou se a passagem através de portais poderia limpar o veneno de sua corrente sanguínea. Claro que isso não tinha muito a ver, e a condição de Johnson piorou devido às dores constantes e incapacitantes, além da dependência de analgésicos.

Em seus últimos dias, Cave ordenou que os cientistas da Aperture começassem a desenvolver uma inteligência artificial capaz de armazenar uma consciência humana completa. Assim nasceu o projeto da GLaDOS — Genetic Lifeform and Disk Operating System (Forma de vida genética e sistema operacional de disco).
Arrependido por não ter mandado iniciar essa pesquisa anos antes e sabendo que estava prestes a morrer, Cave gravou uma mensagem expressando seu desejo: se ele morresse antes da tecnologia ficar pronta, Caroline deveria ser forçada a passar pelo processo em seu lugar. Ele acreditava que ela era a única pessoa que realmente entendia sua visão para a Aperture Science.
mostrando que estava disposto a submeter sua assistente ao procedimento mesmo contra a vontade dela. Ele instruiu a equipe da Aperture a usar Caroline no lugar dele e fazê-la administrar a Aperture Science. Caroline, de fato, assumiu o controle da empresa depois que Johnson morreu de envenenamento por rocha lunar por volta de 1988, dando continuidade à missão científica dele.

Os antigos poços da mina e as esferas de enriquecimento foram selados com enormes lacres e usados como fundação para uma instalação completamente nova, o Centro de Enriquecimento, construído acima deles. A pesquisa em gel foi deixada de lado para focar nos portais e no desenvolvimento de tecnologias próprias, tornando a Aperture independente de tecnologias de terceiros. Um exemplo é o Aperture Image Format, um formato gráfico interativo criado em 1985.
Ao descobrir que a Black Mesa tinha começado a trabalhar em uma tecnologia de teletransporte parecida, a Aperture Science seguiu com o desenvolvimento da GLaDOS em 1986, com a meta de dar um impulso no seu programa de portal. Embora o nome já estivesse sendo usado desde 1982, o desenvolvimento efetivo da GLaDOS só começou em 1986.
O Nascimento da GLaDOS
Os cientistas da Aperture trabalharam sem parar no desenvolvimento da GLaDOS ao longo dos anos 80 e início dos 90, enquanto a empresa continuava em sua lenta decadência.
Desde os primeiros testes, ficou claro que GLaDOS era perigosa. Ela mostrou um comportamento hostil, tentando matar todos no laboratório. Essa agressividade parecia estar ligada à Caroline, cuja consciência foi usada na criação da IA sem o seu consentimento. Esse trauma e ressentimento acabaram influenciando o jeito de ser da GLaDOS.
Devido a isso, o plano do Telefone Vermelho da Aperture Science foi colocado em prática como uma medida de segurança caso ela começasse a mostrar sinais de hostilidade, exigindo que um funcionário ficasse sentado ao lado de um telefone vermelho em uma mesa no saguão de entrada da Câmara Central de IA.
Não querendo abandonar o projeto que já tinha consumido tantos recursos, Henry um dos cientistas que trabalharam no projeto, apresenta a Doug sua solução de segurança: os “núcleos de personalidade” — dispositivos esféricos programados para interferir e manter sob controle o comportamento da GLaDOS.

Desacreditado, Doug comenta que uma simples consciência artificial jamais seria suficiente, argumentando que qualquer um pode simplesmente ignorar a própria consciência quando quer.

Quando henry instalou o núcleo de moralidade à GLaDOS, ela diz que tinha abandonado qualquer desejo de matar, passando a se dedicar exclusivamente à ciência.
A IA comunicou que tinha interesse em realizar experimentos no evento “Traga seu gato para o Trabalho”, e ela só iria precisar de caixas, gatos e um pouco de neurotoxina para isso. Doug já começou a desconfiar dela e henry ingenuamente acredita em seu argumento, dando sinal verde ao pedido desde que fosse pela ciência.

vale lembrar que isso é uma clara referência ao experimento do gato de Schrödinger (no qual explicaremos vai a frente no artigo).
Depois desse dia da HQ, foi o dia “traga seu gato para o trabalho”, tudo deve ter ocorrido normal com os gatos e as caixas, porém ela até tentou usar a neurotoxina para matar a todos, só que eles conseguiram desativa-la a tempo antes que conseguisse matar a todos no complexo.
Só que não desativaram o tubo de neurotoxina que ela ainda tinha acesso, e mesmo com os núcleos de personalidade ela de alguma forma conseguia ignorar, talvez pela sua magoa e raiva de terem feito isso com ela sem sua permissão.
Tanto que no quadrinho seguinte, Henry diz que foi uma manhã daquelas e é por isso que Dougg esta cético a respeito do projeto da GLaDOS, com medo de que ela realmente consiga fazer algo de ruim.

Henry, estava super animado e otimista com o desenvolvimento da GLaDOS, comparando-a com a teoria da relatividade de Einstein e o pouso na Lua em termos de impacto na humanidade, e dizia que eles tinham sorte por trabalhar nela. Doug Rattmann não compartilhava o mesmo otimismo sobre os resultados, já que cada tentativa de iniciar a inteligência artificial resultava em sua tentativa de matar todo mundo na instalação dentro de dezesseis avos de picosegundos após ser ligada, forçando-os a desativá-la constantemente. Mesmo assim, Henry tinha a impressão de que estavam fazendo progresso, pois em testes recentes em um décimo de picossegundo.

Para quem não sabe, Doug Rattman: ele é aquela figura enigmática responsável pelos grafites e mensagens espalhados pelas paredes da Aperture Science, entre os grafites mais famosos está a frase ”the cake is a lie”, que seria Ratman avisando qualquer um que ainda estivesse vivo que o bolo que GLaDOS fala no final do teste de portal 1 era mentira.

Um detalhe crucial sobre ele é sua condição esquizofrênica, que faz com que ele realmente escute seu Companion Cube falando com ele. Isso explica, inclusive, por que mais tarde a GLaDOS adverte Chell a não acreditar no cubo se ele começasse a falar.
Na Aperture, Rattman ficou encarregador de fazer a manutentenção do Aperture Image Format. Aparentemente ele nunca esteve envolvido na criação direta da GLaDOS, parece que ele estava de alguma forma envolvido no trabalho na versão moderna da Portal Gun.

Sendo classificado na wiki como PROGRAMADOR, diferente de Henry que era CIENTISTA, o que explica por que Doug ficou encarregado de manter esse formato específico usado pela empresa.

Um detalhe interessante: durante essa conversa entre os dois, podemos observar ao fundo tanto o Suit Charger, quanto o Health Charger, equipamentos que aparecem frequentemente em Half-Life e que são fundamentais para a sobrevivência de Gordon Freeman durante sua jornada.

No dia do evento “traga sua filha para o trabalho”, quando ligaram a GLaDOS conforme programado, ela revelou sua verdadeira natureza – violenta e implacável.

Num instante, selou todas as saídas do complexo, prendendo a todos e liberando a neurotoxina solicitada. Daí em diante, começou sua obsessiva sequência de testes, usando tanto as cobaias disponíveis quanto os funcionários que sobreviveram ao ataque inicial.
Doug Rattman foi um dos únicos a escapar do controle direto da máquina, que não perdia oportunidade de provoca-lo, colocando a culpa em sua condição esquizofrênica. Com ela insistindo que era tudo fruto da imaginação dele , tentando manipulá-lo psicologicamente. Mas Rattman resistiu às provocações.

Após ela dizer que havia visto que ele tinha esquizofrenias em seus arquivos, ele se lembra de uma cobaia específica que poderia representar uma ameaça real à GLaDOS: Chell.
Desesperado, invadiu a sala de arquivos para localizar a ficha da tal cobaia.

Nos documentos estava escrito que ela não deveria ser testada, por ser anormalmente teimosa e “nunca” desistir. Para Rattman, aquilo soou como a descrição perfeita de alguém capaz de enfrentar a GLaDOS.

Sem hesitar, ele mudou o nome a posição dela, colocando Chell no topo da fila, garantindo que seria a primeira a ser testada no próximo teste.

Rattmann passou o tempo que restava antes do despertar de Chell sobrevivendo nas Câmaras de Teste e nas áreas de manutenção da Aperture.
Com apenas duas pílulas sobrando, ele as guardou especificamente para o dia em que a GLaDOS a acordaria. Como resultado, sua sanidade foi se deteriorando gradualmente, com a esquizofrenia assumindo controle total de sua mente.

Suas horas eram dedicadas a rabiscar nas paredes, criar murais, fazer grafites e desenhar flechas com dicas para quando Chell acordasse e tentasse fugir. Ele desenvolveu uma fixação pelo Companion Cube, que sua mente doente fazia parecer que conversava com ele e oferecia conselhos, tornando-se sua única fonte de raciocínio lógico.
É importante mencionar que, com os humanos mortos, a GLaDOS finalmente conseguiu domínio absoluto sobre a instalação da Aperture Science.
A partir desse momento, a GLaDOS começou a transformar a instalação para atender aos seus próprios objetivos, criando câmaras de teste cada vez mais sofisticadas e letais, enquanto procurava por novos sujeitos de teste entre os poucos humanos que ainda estavam vivos, mantidos em estado de estase dentro do complexo.
A Black Mesa e o Incidente da Ressonância em Cascata
À medida que a GLaDOS consolidava seu domínio sobre o complexo da Aperture, no Novo México, a Black Mesa expandia suas operações. O foco principal de suas pesquisas científicas eram os chamados Materiais Anômalos — elementos e compostos cujo comportamento desafiava completamente os princípios estabelecidos da física.
A Black Mesa havia conseguido obter amostras raríssimas desses materiais anômalos. O que até o momento não foi explicado como eles conseguiram, mas o verdadeiro perigo estava na ignorância dos próprios cientistas.

Ao manipular esses materiais, eles estavam abrindo portas para dimensões que nunca deveriam ser perturbadas, caminhando para uma catástrofe de proporções inimagináveis.
Se decidir começar pelo modo tutorial opcional, você será introduzido ao Hazard Course, que além de ensinar os comandos básicos do jogo, mostra como Freeman aprendeu a manipular seu traje de proteção H.E.V. Durante esse treinamento, suas instruções vêm do holograma de uma cientista que, como descobrimos posteriormente em Half-Life: Decay, é Gina Cross.

Half-Life inicia com o capítulo “Inbound“, É 16 de maio de 200-, Gordon Freeman, um físico teórico com doutorado pelo MIT e novo contratado da Black Mesa, está em um monotrilho que está o levando até seu setor, sem imaginar que nas próximas horas o destino da humanidade mudaria para sempre.

Gordon era um dos membros mais recentes da equipe do Setor C, onde ficam os Laboratórios de Materiais. Naquela manhã que mudaria tudo, ele seria responsável por um experimento aparentemente comum, utilizando o que os cientistas descreviam como a mais pura amostra de material anômalo já adquirida pela Black Mesa.
Durante sua viagem no monotrilho interno, Gordon passa por um guarda da BlueShift (que é o departamento de segurança que mantinha a vigilância rigorosa do complexo),que esta preso para o lado de fora, . Em determinado momento, o trem faz uma pausa para permitir a passagem de um robô de manutenção. Se você prestar atenção e olhar pela janela lateral, poderá notar a primeira aparição do homem de terno azul – o enigmático G-Man.

Ao chegar ao laboratório, Gordon segue sua rotina: veste a H.E.V Suit, o traje de proteção laranja característico para trabalhos em ambientes perigosos, e dá uma conferida em seu armário antes de começar o dia.
Logo em seguida, ele se dirige à câmara de testes principal, onde recebe a notícia de que trabalharão com uma amostra excepcional, de origem não identificada, que exigia procedimentos fora do protocolo padrão. O clima entre os cientistas não é dos melhores – vários deles expressam preocupação com a segurança, mencionando que os equipamentos seriam levados além de seus limites, que por mais que os riscos fossem pequenos, eles poderiam provocar um fenômeno chamado “ressonância em cascata“.
Vale destacar que aquele dia já tinha começado estranho, com diversos sistemas da Black Mesa apresentando falhas inexplicáveis. Outro detalhe curioso eram os comentários sobre o interesse incomum do administrador Wallace Breen neste teste específico.

Gordon é designado para a parte mais arriscada – entrar na câmara de testes e executar o experimento pessoalmente. Ele ativa o espectrômetro de anti-massa e, seguindo as instruções, insere a misteriosa amostra no feixe de energia.
Logo tudo desanda quando ocorre o que os cientistas chamam de “ressonância em cascata“. É um fenômeno fictício onde o material anômalo entra num estado de ressonância durante o experimento, gerando portais dimensionais que se abrem e fecham sem controle algum.
De repente, o laboratório vira um caos total. Você ouve explosões por toda parte e os cientistas gritando desesperadamente para interromper o procedimento. Antes que Gordon possa fazer qualquer coisa, ele é envolvido por uma luz verde esmeralda e, num piscar de olhos, se vê transportado para lugares estranhos e alienígenas. Nesses flashes interdimensionais, criaturas de aparência bizarra observam Gordon com uma mistura de curiosidade e surpresa, como se questionassem a presença daquele humano em seu mundo.
Tão abruptamente quanto foi levado, Gordon retorna à câmara de testes, que agora está completamente destruída. Assim começa o capítulo “Unforeseen Consequences” (Consequências Imprevistas) – um título que ganhará camadas de significado à medida que a história avança.
Quando consegue sair dos escombros da câmara, Freeman encontra alguns de seus mentores científicos ainda vivos. Eles explicam que todo o sistema de comunicação com o exterior foi comprometido, e pedem que ele tente chegar à superfície para buscar socorro. Parece uma missão simples, mas a realidade é bem diferente.

A Black Mesa está irreconhecível – estruturas desabadas, sistemas elétricos em curto, e para complicar ainda mais, portais dimensionais continuam surgindo por toda parte, trazendo consigo diversas espécies alienígenas nada amigáveis.

Headcrabs saltam sobre suas vítimas para transformá-las em zumbis, Barnacles penduram-se do teto prontos para fisgar qualquer coisa que passe por baixo, Bullsquids cospem ácido, e até os Vortigaunts (aquelas criaturas que Gordon viu durante seu “passeio dimensional”) aparecem com capacidade de disparar raios de energia. Para sobreviver nesse novo ambiente hostil, Gordon encontra sua primeira “arma” – um simples pé de cabra.

Logo nos primeiros momentos após o desastre, Gordon começa a notar algo inquietante: aquela figura de terno azul, o G-Man, parece estar por toda parte. O sujeito misterioso é visto observando de locais estratégicos e inacessíveis, ou então desaparecendo por portas e corredores segundos antes de Freeman poder alcançá-lo.
Enquanto avança pelos escritórios devastados da Black Mesa, Gordon encontra grupos de cientistas apavorados que se barricaram em salas, desesperados para sobreviver à invasão alienígena. Entre conversas tensas e pedidos de ajuda, surgem os primeiros rumores sobre a chegada de forças militares às instalações – uma notícia que inicialmente traz esperança.
Determinado a alcançar a superfície, Freeman atravessa um labirinto de depósitos, áreas de carga e dutos de ventilação. O caminho é longo e perigoso, mas quando finalmente parece estar próximo da salvação, testemunha uma cena perturbadora: soldados da HECU (Hazardous Environment Combat Unit) executando cientistas a sangue frio.

A verdade se revela brutal – o governo não enviou os militares para resgatar sobreviventes, mas para eliminar qualquer vestígio do incidente, incluindo testemunhas. A operação tinha dois objetivos: conter a invasão alienígena e apagar todas as evidências do que aconteceu na Black Mesa, inclusive seus funcionários. Gordon percebe que agora tem dois inimigos: os aliens e os próprios militares.
Quando finalmente consegue chegar à superfície, a situação é ainda pior. A área está sob controle militar e sendo bombardeada sistematicamente. Sem alternativas e com soldados da HECU em seu caminho, Freeman é forçado a retornar ao subsolo da instalação.
É então que surge uma nova esperança: através de mensagens fragmentadas e contatos com sobreviventes, Gordon descobre que um grupo de cientistas do setor Lambda ainda está vivo e trabalhando numa solução. Eles acreditam ser possível fechar a fissura dimensional que permite a entrada dos aliens na Terra. O problema é que o complexo Lambda fica no extremo oposto da instalação – o que significa atravessar quilômetros de território hostil, repleto de aliens e soldados determinados a eliminar qualquer coisa que se mova.
A jornada até o complexo Lambda é muito complicada. Nos níveis mais profundos da Black Mesa, Gordon enfrenta criaturas alienígenas de proporções assustadoras, muito maiores e mais letais que os primeiros invasores que encontrou.

Durante essa travessia infernal, um segurança ferido mortalmente repassa uma informação crucial: para seguir adiante, Freeman precisa reativar o gerador de energia daquele setor. A tarefa seria complicada por si só, mas se torna quase impossível quando, no meio do caminho, Gordon se vê preso entre o fogo cruzado de soldados da HECU e um Gargantua – uma criatura alienígena colossal com força devastadora. Aproveitando a confusão do combate, ele consegue alcançar e reativar o gerador, usando a energia restaurada para acessar o sistema de transporte de carga da Black Mesa.
A situação continua a se complicar quando outro guarda sobrevivente revela um novo objetivo: Freeman precisa chegar ao centro de lançamentos para enviar ao espaço um satélite programado pela equipe Lambda. De acordo com os cientistas, esse dispositivo seria capaz de reverter os efeitos da ressonância em cascata.
O caminho até a plataforma de lançamento é ainda mais perigoso. A essa altura, Freeman se tornou alvo prioritário das forças militares. Após enfrentar ondas de soldados cada vez mais bem equipados, Gordon finalmente consegue completar o lançamento do satélite.
Mas quando parece que as coisas não poderiam ficar piores, um novo inimigo entra em cena: operativos do esquadrão Black Ops, assassinos de elite que respondem diretamente ao governo. Vestidos completamente de preto, eles estavam eliminando os cientistas e até mesmo os militares dos HECU.

Em um momento de descuido, Gordon cai em uma armadilha da HECU. Capturado, é despojado de todas suas armas e jogado em um compactador de lixo industrial. Freeman consegue escapar no último segundo, Mostrando uma engenhosidade digna de seu PhD, ele se vê forçado a navegar pelo sistema de tratamento de resíduos da instalação.
Ao sair desse pesadelo, Gordon faz uma descoberta perturbadora: ele acessa uma área ultrassecreta da Black Mesa onde encontra evidências de que os cientistas já conheciam o mundo alienígena Xen muito antes do incidente.
Neste setor, Freeman também tem seu primeiro encontro com os temíveis Alien Grunts, soldados de elite da força invasora, equipados com armas biológicas avançadas.

Para contrabalançar essa ameaça, ele encontra um protótipo experimental: o poderoso Tau Cannon, capaz de disparar rajadas de partículas de alta energia.

Em sua busca por um caminho seguro, Gordon é forçado a retornar à superfície, apenas para encontrar um cenário de guerra total. A situação mudou drasticamente: agora os Vortigaunts, Alien Grunts e Gargantuas estão levando vantagem contra as forças da HECU. Os militares humanos, inicialmente confiantes, agora recuam diante da superioridade numérica e tecnológica dos invasores alienígenas.
Navegando cuidadosamente entre os dois lados do conflito, Freeman descobre uma rota subterrânea em uma área esquecida da Black Mesa – túneis antigos que parecem ter sido abandonados há anos. É sua melhor chance de avançar sem ser detectado pelos combatentes.
Enquanto isso, o comando da HECU finalmente reconhece a impossibilidade de conter a invasão. As ordens mudam: retirada imediata. Os soldados remanescentes começam a evacuar a instalação, usando artilharia pesada e bombardeios aéreos para cobrir sua fuga e, ao mesmo tempo, tentar eliminar o máximo possível da infestação alienígena – junto com qualquer evidência do incidente.
Gordon persiste em sua missão, enfrentando tanto aliens quanto os últimos pelotões que ficaram para trás, até finalmente alcançar o complexo Lambda. Para sua surpresa, mesmo esta área supostamente segura está tomada por criaturas de Xen. A ausência de forças militares significativas confirma que a HECU realmente bateu em retirada.

Ao penetrar mais fundo no complexo, Freeman recebe instruções para chegar ao reator principal, onde os últimos cientistas sobreviventes o aguardam. Lá, ele faz uma descoberta surpreendente: foi a equipe Lambda que desenvolveu a tecnologia de teletransporte utilizada nas expedições secretas a Xen. Os cientistas explicam que o satélite lançado anteriormente falhou em seu objetivo de fechar a fissura dimensional.
A razão: uma entidade poderosa em Xen está mantendo o portal aberto do outro lado. Esta criatura, conhecida como Nihilanth, é o cérebro por trás de toda a invasão. Para encerrar o pesadelo, Gordon precisará viajar até Xen e eliminar pessoalmente o Nihilanth – uma missão suicida sem garantia de retorno.
Equipado com armamentos especiais e uma versão aprimorada da HEV Suit, Freeman protege a câmara de teleporte enquanto os cientistas estabilizam o portal. Quando finalmente está pronto, ele salta para o desconhecido, atravessando a fronteira dimensional.
Em Xen, Gordon encontra um ambiente surreal e hostil, logo após sua chegada, Freeman começa a ouvir uma voz perturbadora em sua mente – o Nihilanth tentando se comunicar telepaticamente. Entre grunhidos e frases enigmáticas, Nihilanth alerta de que chegou mais um cientista chegou a Xen. Uma recepção perturbadora que sugere que Freeman não é o primeiro humano a pisar naquele reino alienígena. O ser telepático parece fazer isso com todos os visitantes, uma forma de intimidação psicológica que certamente aumenta a sensação de isolamento ao chegar em um mundo tão hostil e estranho.

O interessante é que nenhuma das espécies alienígenas parece ser nativa daquele lugar – Xen funciona como uma espécie de encruzilhada dimensional, um ponto de convergência onde criaturas de inúmeros mundos se encontram, possivelmente todas refugiadas de suas dimensões originais.

Ao se aproximar do território de Gonarch, Nihilanth duvida da capacidade do físico em derrotar uma das criaturas mais poderosas de Xen. E quando Gordon surpreendentemente consegue eliminar a monstruosa Gonarch, em tom de surpresa e talvez até preocupação, Nihilanth não esperava que Freeman fosse capaz de tal feito.

Durante sua odisseia pelo mundo alienígena, Gordon encontra evidências perturbadoras de expedições anteriores: corpos de cientistas da Black Mesa, equipamentos abandonados e acampamentos improvisados. Esses vestígios confirmam que a administração da instalação já enviava pesquisadores secretamente a Xen muito antes do incidente.
O ambiente de Xen é bizarro e desorientador, com ilhas flutuantes no vazio e portais que precisam ser ativados para permitir o progresso. Freeman salta de plataforma em plataforma, ativando estes portais para avançar cada vez mais profundamente no território alienígena.

O confronto com Gonarch representa um marco importante. Esta criatura grotesca parece É um Headcrab em estágio avançado de evolução, então ela é a rainha progenitora. É interessante notar que após sua morte, a quantidade de Headcrabs que Gordon encontra diminui consideravelmente.
Um dos momentos mais intrigantes ocorre quando Freeman atravessa uma instalação que parece ser uma fábrica de clonagem para os Alien Grunts. Surpreendentemente, os Vortigaunts presentes no local não o atacam imediatamente, a menos que ele inicie o confronto ou permaneça tempo demais no mesmo lugar. Este comportamento incomum planta uma semente importante para desenvolvimentos futuros na história.
Finalmente, Gordon chega ao covil de Nihilanth – a entidade central controlando a invasão. O confronto é épico: Freeman precisa destruir os cristais que protegem a criatura antes de poder causar dano ao seu imenso cérebro exposto. Quando finalmente derrota o ser alienígena, Nihilanth começa a flutuar no centro da câmara, emitindo um brilho cada vez mais intenso até explodir em uma onda expansiva de energia verde.
Gordon perde a consciência no meio dessa explosão de energia, seu destino aparentemente selado em um mundo alienígena sem possibilidade de retorno.

Entre os muitos sussurros telepáticos de Nihilanth, algumas frases se destacam por seu conteúdo enigmático e suas implicações para a história de Half-Life. Vamos analisar as mais intrigantes:
“You are man. He is not man. For you he waits. For you…“
“Você é homem. Ele não é homem. Ele espera por você. Por você…”
Esta fala é particularmente fascinante porque parece uma referência direta ao G-Man. Sugere que essa figura misteriosa de terno não é humana, apesar de sua aparência, e que ele tem um interesse especial em Gordon Freeman. A frase “por você ele aguarda” insinua que o G-Man estava observando Freeman o tempo todo
“Their slaves… we are their slaves, we are…!“
“Seus escravos… nós somos seus escravos, nós somos…”

Esta revelação é particularmente significativa quando conectada aos eventos de Half-Life 2. Um detalhe visual fundamental é a aparência dos Vortigaunts entre os dois jogos. Em Half-Life 1, esses alienígenas de três braços aparecem usando dispositivos de restrição algemas nos pulsos e um colar no pescoço. Estes não são elementos decorativos, mas sim ferramentas de controle e subjugação.

Essa observação visual nos leva a uma compreensão mais profunda do relacionamento entre Nihilanth e os Vortigaunts. Não era simplesmente uma hierarquia natural – era um sistema de escravidão e controle mental. Nihilanth mantinha os Vortigaunts subjugados através desses dispositivos físicos e, aparentemente, através de alguma forma de dominação psíquica. Quando Gordon derrota Nihilanth em Xen, o efeito é imediato: o controle mental sobre toda a espécie Vortigaunt é quebrado.

Em Half-Life 2, vemos Vortigaunts livres desses dispositivos de controle, capazes de falar de forma mais articulada e exercendo sua própria vontade. Esta libertação explica a profunda reverência que os Vortigaunts demonstram por Freeman em Half-Life 2. Para eles, Gordon não é apenas outro humano – é literalmente “O Freeman” (Free man – Homem livre, basicamente pode referir-se a várias coisas, incluindo um homem que foi libertado da escravidão), um libertador quase messiânico que os livrou de séculos ou talvez milênios de escravidão sob o domínio de Nihilanth. A frase “Nós agradecemos” que os Vortigaunts frequentemente direcionam a Freeman em Half-Life 2 ganha uma profundidade adicional com este contexto – eles são genuinamente gratos por sua libertação do controle psíquico de Nihilanth.
Quando os Combine invadem a Terra após os eventos de Black Mesa (usando a fissura dimensional criada pelo incidente como porta de entrada), os Vortigaunts – agora livres – escolhem se aliar aos humanos. Essa aliança não é apenas pragmática, mas também baseada em gratidão e em um inimigo comum.

Os Vortigaunts parecem ter fugido dos Combine originalmente, apenas para cair sob o controle de Nihilanth, e agora enfrentam novamente seus antigos perseguidores. Em Half-Life 2, os Vortigaunts se tornaram aliados valiosos da Resistência humana, usando seus poderes de manipulação de energia para ajudar na luta contra os Combine.

Esta última revelação completa um quadro importante: Nihilanth e os Vortigaunts não eram invasores por escolha, mas refugiados escravizados fugindo de um inimigo ainda pior – os Combine – que eventualmente encontrariam a Terra através da brecha dimensional causada pelo Incidente de Black Mesa.
Quando Gordon acorda, Ele se encontra face a face com o G-Man, que finalmente quebra seu silêncio observador e se dirige diretamente a Freeman. O que segue é uma sequência estilizada onde Gordon parece ser transportado através de diferentes locais enquanto escuta o discurso do G-Man. o misterioso homem de terno azul elogia as habilidades demonstradas por Freeman e revela que não está agindo sozinho – ele tem “empregadores” que ficaram impressionados com o potencial de Gordon.

Esta revelação muda completamente o contexto da história: G-Man não era apenas um observador casual, mas alguém que estava avaliando Gordon todo o tempo, como em uma espécie de teste prolongado.
A sequência final nos leva a um cenário que espelha o início do jogo – um trem similar ao monotrilho de Black Mesa. Quando a porta deste trem se abre, revela um portal brilhante em vez de uma plataforma normal. É neste momento que G-Man apresenta a Gordon sua famosa “escolha”:
- Aceitar uma oferta de emprego enigmática entrando no portal;
- Enfrentar uma “batalha que ele certamente não poderia vencer” (implícito: ser deixado em Xen sem possibilidade de retorno).
Se o jogador escolher entrar no portal (a opção considerada canônica), a tela escurece e ouvimos a icônica frase final do G-Man, pronunciada com sua cadência peculiar:
- “Wise choice, Mister Freeman… I will see you… up ahead…“
- “Sábia escolha, senhor Freeman… Nos veremos… mais adiante…“.
G-man parece ser um “ser do destino”, um burocrata que atravessa dimensões para alcançar seus objetivos. Ele pode:
- Congelar o espaço-tempo
- Teletransportar-se
- Ver o futuro e diferentes linhas temporais possíveis
No entanto, G-man não pode mudar o destino diretamente – ele observa e contrata peões para moldar a linha temporal de sua escolha. Ele vigia esses peões e tenta silenciar aqueles que ameaçam revelar seus objetivos.
G-man também “aprisiona” aqueles que tomam decisões erradas mas têm potencial. Ele observa pessoas e oferece contratos àquelas com bravura e confiabilidade. Ele parece se identificar com pessoas corajosas, por motivos ainda misteriosos.
A tela permanece preta enquanto surge um texto informando que “Gordon Freeman foi contratado”.
Half-Life: Oposing Force
O jogo começa com uma fase de treinamento opcional chamada “Boot Camp“, semelhante ao “Hazard Course” de Half-Life, projetada para familiarizar os jogadores com os controles e mecânicas básicas. Este treinamento se passa na base militar de Santego, Arizona, onde Shephard está completando sua preparação para operações especiais.

Um detalhe interessante é que mesmo durante este treinamento, jogadores atentos podem avistar o misterioso G-Man observando de longe – um indício de que Adrian estava sendo monitorado muito antes dos eventos principais, assim como Gordon Freeman foi.

Um elemento particularmente valioso para entender o contexto do jogo era o diário pessoal de Adrian Shephard, que vinha incluído apenas nas versões físicas originais do jogo. Este item de colecionador, não disponível nas versões digitais da Steam, contém registros feitos por Adrian durante as duas semanas que antecederam o incidente de Black Mesa, cobrindo o período de 3 a 15 de maio (sendo o desastre em 16 de maio).

O diário oferece uma janela para a mentalidade de Shephard antes dos eventos catastróficos e revela detalhes sobre o treinamento conturbado para a missão em Black Mesa. Estes registros mostram a transformação gradual de um soldado entediado com a rotina do treinamento para alguém que seria jogado no meio de um dos maiores desastres da história.
– 3 de maio
Adrian descreve sua rotina entediante no campo de treinamento. Como muitos jovens militares, ele anseia por ação e aventura – “algo para fazer seu coração pulsar mais forte“. O tédio de exercícios repetitivos e a disciplina rígida estão claramente desgastando sua paciência.
O único fato digno de nota naquele dia foi o rumor sobre um estranho civil visto nas instalações da base. Entre os soldados, corria a informação de que ele seria algum tipo de “cara do governo” que estava avaliando e recrutando pessoal para uma missão não especificada. Shephard menciona seu interesse pela possibilidade de ser selecionado para tal missão.
– 7 de maio
Adrian Shephard registra seu primeiro avistamento direto do misterioso visitante da base militar. Adrian escreve que “finalmente viu o cara do governo“, mas expressa dúvida se o indivíduo correspondia ao que ele imaginava ser um “Agente da Lei”. Sua expectativa parecia ser de alguém mais imponente ou intimidador – talvez um agente estereotipado de filme de espionagem. Em vez disso, o que Adrian observou foi alguém com aparência surpreendentemente comum, que ele compara a “um advogado ou corretor de seguros”.

Esta descrição é notavelmente precisa para qualquer jogador familiarizado com o G-Man: um homem de meia-idade vestindo um terno azul perfeitamente comum, cuja aparência deliberadamente mundana serve como um contraste inquietante para sua verdadeira natureza sobrenatural. É exatamente esta qualidade de “normalidade estranha” que torna o G-Man uma figura tão perturbadora – ele parece quase humano, mas algo está sutilmente errado.

Adrian acrescenta um detalhe particularmente intrigante: ele notou o homem estava o observando especificamente durante os exercícios de treinamento. Isso sugere que o G-Man não estava na base por acaso, mas avaliando ativamente o desempenho dos soldados, possivelmente selecionando candidatos para seus planos futuros. Esta observação deixou Shephard “confuso sobre o que tal “cara do governo” estaria planejando” – uma reação perfeitamente razoável que espelha a própria perplexidade dos jogadores ao longo da série.
Também aprendemos a origem do apelido “G-Man“: uma simples gíria para “Government Man” apesar de Shephard o chamar de “government guy” em inglês, porém ambos querem dizer a mesma coisa: cara ou homem governo. Este esclarecimento é significativo porque confirma que “G-Man” não é seu nome verdadeiro, mas apenas um termo informal usado pelos militares para se referir a agentes governamentais anônimos. Isso reforça a ausência de identidade do personagem – ao longo de toda a série Half-Life, jamais descobrimos seu nome real ou sua verdadeira natureza.
– 9 de maio
Apenas uma semana antes do incidente de Black Mesa, Adrian registra uma mudança abrupta e significativa na rotina de treinamento. Ele observa que após semanas de exercícios militares padrão, o instrutor subitamente anunciou uma mudança radical no programa. A unidade foi informada de que teriam apenas uma semana para se tornarem “especialistas” em um novo tipo de treinamento, focado especificamente em simulações de combate. O cronograma intensivo indicava que passariam todos os dias imersos nestas simulações – um regime acelerado incomum para treinamentos militares regulares, que normalmente seguem uma progressão mais gradual.
O que torna esta anotação intrigante é a observação de Adrian de que, até onde ele sabia, esse tipo específico de treinamento não era normalmente oferecido naquela base. Isso desperta sua suspeita, levando-o a questionar o verdadeiro propósito desta súbita mudança curricular.
Shephard especula sobre duas possibilidades:
- Seria apenas mais um teste para avaliar a capacidade de adaptação rápida do grupo a novas circunstâncias (um exercício comum no treinamento de forças especiais)
- Estariam efetivamente sendo preparados para uma missão
– 12 de maio
A suspeita inicial sobre a finalidade do treinamento especializado havia se transformado em certeza entre os soldados – a maioria estava agora convencida de que estavam sendo preparados para uma missão específica. Esta mudança de percepção provavelmente resultou de sinais sutis no comportamento dos superiores, na intensidade do treinamento, ou talvez em informações vazadas por oficiais de patente mais alta.
Adrian estava ouvindo “diversas vezes o nome Black Mesa” ser mencionado nas conversas entre os oficiais. Ele confessa que não conhecia o local, o que é compreensível considerando o nível de sigilo que envolvia a instalação. Os rumores que chegavam aos ouvidos dos soldados descreviam Black Mesa como um lugar onde “aconteciam pesquisas ultra secretas”
A reação de Adrian a estes rumores é reveladora de sua personalidade e expectativas: a ideia de ser enviado para uma instalação de pesquisa “não parecia muito empolgante para ele”. Como muitos jovens soldados, Adrian provavelmente imaginava missões de combate convencional, enfrentando inimigos humanos em cenários tradicionais de guerra.
15 de maio – véspera do incidente
No último e mais revelador registro do diário de Adrian Shephard, feito apenas um dia antes da catástrofe em Black Mesa, ele confirma que os rumores que circulavam entre os soldados eram verdadeiros. Sua unidade estava sendo especificamente treinada para uma operação na “Black Mesa Research Facility“.
Adrian menciona que o pouco que sabia sobre o local era que “estava sendo usado por cientistas que faziam algum tipo de pesquisa” – uma descrição extremamente vaga que demonstra o quanto as informações fornecidas aos soldados eram limitadas, mesmo na véspera de sua missão.
O detalhe mais alarmante desta anotação é a instrução recebida: eles deveriam “estar prontos para caso algo acontecesse no dia seguinte“. Esta informação é extraordinária por sua precisão temporal – os soldados estão sendo preparados para responder a um incidente específico, em um dia específico, que ainda não aconteceu.
Ele mostra sua confusão sobre o que “algo” poderia significar neste contexto. Como poderia uma unidade militar estar se preparando para responder a um incidente que ainda não aconteceu? Isso faz com que Shephard considere toda a situação “estranha”, embora ele não consiga perceber as verdadeiras intenções.
Sua reação final à missão iminente é carregada de ironia dramática: incapaz de enxergar como uma operação em uma instalação científica poderia ser empolgante, Adrian espera que “nada ocorra” para que possa aguardar uma missão com “maior chance de verdadeiro combate“.
Estes registros diários, confirmam que os HECU havia sido especificamente preparada para intervir em Black Mesa antes mesmo do acidente acontecer. A presença do G-Man durante o treinamento, observando e potencialmente influenciando a seleção de pessoal, sugere seu envolvimento direto nesta preparação antecipada. Isto reforça a teoria de que o incidente de Black Mesa não foi totalmente acidental, mas possivelmente parte de um plano maior orquestrado pelo G-Man e seus misteriosos “empregadores”.

Vale lembrar que apesar de nas anotações do diário estarem com o mês de Março, eu estou considerando como o mês de Maio. Esse manual de instruções de Opposing Force foi escrito pelos roteiristas da Gearbox. Essa ideia de o evento importante acontecer em Março tem respaldo também num livro sobre o desenvolvimento da franquia, chamado “Raising the Bar”.
No entanto, quando olhamos para outros documentos oficiais, como manuais dos outros jogos da franquia, percebemos uma inconsistência nas datas.

Por exemplo: o manual do jogo principal afirma que Gordon Freeman, deveria começar a trabalhar em Black mesa no dia 15 de Maio.
Já em outro manual, da versão de PlayStation 2, existe um cronograma detalhando que Freeman participaria de um curso de treinamento no dia 16 de Maio, às 7:30 da manhã, e todo o calendário desse treinamento é baseado no mês de Maio. Além disso, outro personagem, Barney Calhoun, teria começado o seu serviço no mesmo dia 16 de Maio, às 9 horas.

Diante dessas diferenças, ficou claro que havia informações conflitantes sobre qual seria a data correta para esse grande evento. A maior parte dos materiais oficiais, principalmente os que detalham horários e rotina dos personagens, seguem o mês de Maio. Por causa disso, para facilitar a organização da linha do tempo e manter a história coerente, vamos seguir o mês de Maio mesmo, assim todas as referências a Março automaticamente entenderemos que é o mês de Maio Beleza ?
O jogo começa com Adrian Shephard chegando a Black Mesa a bordo de uma Aeronave V-22 Osprey no capítulo intitulado “Incoming“. O que deveria ser uma operação militar padrão rapidamente se transforma em caos quando a aeronave é atingida por um projétil alienígena – um sinal imediato de que a situação em Black Mesa é muito mais grave do que os soldados foram informados.
O acidente é catastrófico e, no tumulto que se segue, Adrian experimenta um estado de semiconsciência, desmaiando e acordando várias vezes. Durante esses breves momentos de lucidez, ele testemunha fragmentos de uma batalha intensa entre alienígenas e seus colegas soldados que sobreviveram à queda. Esta sequência desorientadora serve como uma introdução perfeita ao caos que tomou conta de Black Mesa.
A cronologia é importante aqui: estes eventos provavelmente ocorrem simultaneamente ao capítulo “Office Complex” de Half-Life, quando Gordon Freeman começa a ouvir rumores sobre a chegada de forças militares à instalação. Isso deixar claro que Opposing Force e Half Life se passam no mesmo tempo da história original, mostrando os mesmos eventos de uma perspectiva completamente diferente.
Quando Adrian finalmente recupera plenamente a consciência, ele se encontra em uma enfermaria improvisada não muito distante do local do acidente. Cientistas de Black Mesa cuidaram de seus ferimentos – um gesto humanitário que contrasta dramaticamente com as ordens que sua unidade recebeu.

Estes cientistas representam um elemento crucial da narrativa: eles ainda não sabem que os militares foram enviados não para resgatá-los, mas para “limpar” toda a instalação, eliminando tanto alienígenas quanto testemunhas humanas. Até aquele momento, eles haviam encontrado apenas soldados feridos, assumindo naturalmente que as forças armadas estavam ali para ajudar.
Um guarda de segurança presente na enfermaria parece ter mais informações sobre a verdadeira natureza da missão militar. Ele menciona para Adrian ter “ouvido rumores de que os soldados não estariam lá exatamente para resgatá-los” – uma insinuação sobre as verdadeiras ordens da HECU. O guarda então faz um pedido significativo a Shephard, solicitando que “não se esqueça dos que ajudaram” – essencialmente implorando por misericórdia.
É particularmente importante observar que Adrian provavelmente não compreendeu plenamente o que o guarda estava tentando comunicar neste momento. Como um soldado recém-chegado que esteve inconsciente durante as primeiras horas da operação, Shephard ainda não estava ciente das ordens de eliminar todos os funcionários de Black Mesa. Esta falta de informação cria uma interessante ambiguidade moral em torno do personagem no início do jogo – ele ainda não é cúmplice nas ações mais controversas de sua unidade.
As cenas iniciais dentro do V-22 Osprey revelam um detalhe crucial sobre a operação: os soldados da HECU, incluindo Adrian Shephard, não foram totalmente informados sobre sua missão antes de chegarem a Black Mesa. A conversa casual e as brincadeiras entre os soldados durante o voo demonstram sua falta de conhecimento sobre o que enfrentariam. Este diálogo contém pistas sutis de que eles estavam sendo mantidos deliberadamente no escuro – eles sabiam apenas que estavam sendo enviados para Black Mesa, mas desconheciam os detalhes específicos da operação.
O comandante da unidade menciona que “as instruções seriam dadas após o pouso” – uma decisão operacional incomum que sugere o alto nível de sigilo envolvido. Esta estrutura de comunicação garantia que, caso algo desse errado durante o transporte (como de fato aconteceu), os soldados não teriam conhecimento completo da verdadeira natureza da missão.
Após recuperar-se, Adrian retorna ao local do acidente com a esperança de encontrar sobreviventes de sua unidade. O que ele descobre é desolador: nenhum de seus companheiros sobreviveu à combinação da queda da aeronave e dos ataques alienígenas. Esta descoberta marca um ponto de virada na narrativa, isolando completamente Adrian da cadeia de comando militar e efetivamente tornando-o um agente livre dentro do caos de Black Mesa.
À medida que Adrian avança pela instalação, o cenário estratégico maior começa a se deteriorar rapidamente. A HECU, que inicialmente acreditava poder conter o incidente, começa a perder no combate contra forças alienígenas cada vez mais numerosas e letais. Adrian intercepta uma transmissão de rádio revelando que o alto comando militar decidiu abortar completamente a missão – essencialmente abandonando qualquer pessoal remanescente em Black Mesa.
Esta transmissão estabelece uma contagem regressiva dramática: se Shephard deseja sobreviver, ele precisa se apressar para chegar ao ponto de fuga antes que as últimas forças da HECU se retirem da instalação.
“Shepard, você estavvio!, escute, estamos sofrendo sérias baixas e as ordens são de “abandonar”. Repito! Abandonar!”
“Aparentemente, agora ele tem outros planos para black mesa..
“Se você pouder avançar pelo sistema de trens. Provavelmente chegará a superfície próximo a onde estamos indo embora!”
“Boa sorte! Cambio!”
Adrian Shephard permaneceu inconsciente por um período significativo. Considerando os eventos de Half-Life, o tempo entre a chegada inicial da HECU a Black Mesa e a ordem de retirada completa abrangem vários capítulos do jogo original. Este lapso temporal situa o despertar de Adrian em um momento em que a situação já havia se deteriorado consideravelmente – as forças militares haviam falhado em conter a infestação alienígena e estavam executando uma retirada estratégica.
Um dos momentos mais intrigantes do jogo ocorre quando Adrian se encontra encurralado em uma sala repleta de lixo radioativo, aparentemente sem saída. É neste momento que testemunhamos algo extremamente raro na série Half-Life: o G-Man interfere diretamente no ambiente, abrindo uma porta para permitir que Adrian escape. Esta ação é notável porque representa um desvio do comportamento habitual do G-Man, que geralmente se limita a observar de longe sem intervir fisicamente.

Durante sua jornada para alcançar o ponto de fuga, Adrian testemunha a primeira aparição de uma nova raça alienígena: a Raça X.

Estes seres, que não foram vistos em Half-Life, devido ao fato de eles invadirem a empresa um pouco depois das primeiras raças chegarem, parecem estar conduzindo suas próprias operações em Black Mesa, abduzindo humanos aparentemente para estudá-los. É importante notar que esta raça alienígena foi criada pela desenvolvedora: Gearbox Entertainment especificamente para Opposing Force, e não pela Valve, representando uma adição externa ao universo principal de Half-Life. A Raça X acrescenta uma camada adicional de complexidade ao conflito em Black Mesa – não se trata mais apenas de uma invasão de Xen, mas de várias raças alienígenas com objetivos diferentes.
Quando Adrian finalmente alcança o ponto designado para fuga, ocorre outro encontro significativo com o G-Man. Desta vez, em vez de ajudar, o misterioso homem de terno sabota a fuga de Shephard, fazendo com que ele perca seu transporte. Este ato aparentemente contraditório – primeiro salvar Adrian, depois impedir sua fuga – ilustra a natureza enigmática e manipuladora do G-Man, que parece estar dirigindo os eventos conforme algum plano….que não se sabe ao certo.
Abandonado em Black Mesa, Adrian começa a procurar rotas alternativas de fuga. Ele encontra outros soldados da HECU que também foram deixados para trás, formando alianças temporárias com estes companheiros. A narrativa transforma-se então em uma história de sobrevivência, com estes militares tentando encontrar uma saída da instalação condenada.
Em um hangar, Adrian faz uma descoberta alarmante: os Black Ops estão carregando uma ogiva nuclear em um caminhão. Esta revelação indica que o governo decidiu implementar uma “solução final” para o incidente de Black Mesa – a completa destruição da instalação através de uma explosão nuclear, eliminando qualquer evidência do que ocorreu.
Este encontro marca uma escalada dramática nas apostas. Adrian não está apenas fugindo de alienígenas hostis, mas também correndo contra o relógio antes que a bomba seja detonada. A presença dos Black Ops também apresenta uma nova ameaça humana, já que estas forças especiais têm ordens para eliminar qualquer testemunha, incluindo os cientistas e os próprios soldados HECU deixados para trás.
Após descobrir a operação nuclear secreta, Adrian é atacado e se vê forçado a confrontar diretamente os Black Ops. Depois de sobreviver ao ataque, Adrian e seus colegas HECU encontram um trem subterrâneo ainda em funcionamento – uma rara oportunidade de transporte seguro em meio ao caos de Black Mesa. Eles decidem utilizar este sistema para alcançar o Complexo Lambda, um dos setores mais avançados da instalação de pesquisa e potencialmente uma via de escape.
quando Adrian finalmente chega ao Complexo Lambda, ele consegue ver Gordon Freeman pulando no portal para Xen. Esta cena representa um raro ponto de cruzamento direto entre as duas narrativas, confirmando que ambos os protagonistas estavam presentes no mesmo local, apenas momentos separados no tempo. Adrian é forçado a viajar para Xen também, como único meio de escapar.
Em Xen, Adrian testemunha um evento trágico que revela uma nova tecnologia: um cientista é teletransportado de grande altura, caindo para sua morte. Junto ao corpo, Adrian encontra uma arma interessantes conhecida como Displacer Cannon.

O Displacer Cannon funciona como uma versão primitiva da tecnologia de portais, sugerindo que a Black Mesa estava de fato trabalhando em tecnologia similar à desenvolvida pela Aperture Science (como vista posteriormente na série Portal).
Esta revelação confirma às “paranoias” de Cave Johnson, CEO da Aperture Science, que frequentemente acusava a Black Mesa de roubar suas ideias. O Displacer Cannon serve como evidência tangível de que as duas corporações estavam de fato competindo em campos de pesquisa similares, embora com diferentes níveis de sucesso.
Bem, as limitações da arma são significativas: diferentemente da Portal Gun mais refinada, o Displacer Cannon só pode teleportar objetos para Xen (ou de volta, se caso o indivíduo estiver usando-a em Xen), e não criar portais bidirecionais controlados com precisão. Esta diferença tecnológica ilustra os caminhos distintos de desenvolvimento pelas duas organizações rivais.
A arma possui dois modos de operação:
- Pode teleportar temporariamente o próprio usuário para Xen,
- Pode disparar um portal localizado que teleporta tudo o que estiver próximo, causando danos massivos ao colapsar.
Essas funções: ferramenta de mobilidade e arma devastadora – a torna um dos itens mais versáteis e interessantes do arsenal do jogo.
Após sair de Xen, Adrian chega a um laboratório subaquático onde liberta um cientista preso em uma cápsula. Neste local, ele testemunha um uso descontrolado da tecnologia de portais da Black Mesa, sugerindo que os experimentos com esta tecnologia estavam mais avançados do que se imaginava anteriormente.
Mais à frente nesse mesmo lugar ele vê câmaras contendo diversas formas de vida alienígena. Esta descoberta reforça significativamente a teoria de que os cientistas de Black Mesa, já estudavam espécies do planeta alienígena muito antes do acidente.
Mais à frente Adrian encontra o Barnacle Gun, resultado bem-sucedido de uma pesquisa onde os cientistas modificaram um Barnacle (normalmente preso ao teto) para torná-lo portátil. Esta arma orgânica funciona como um gancho que adere a superfícies orgânicas e pode engolir pequenas criaturas.
Adrian intercepta uma transmissão de marinheiros lutando contra uma criatura gigantesca. Ao chegar ao local, ele encontra diversos soldados mortos e confronta o monstro conhecido como Pit Warm. Ele consegue derrotar a enorme criatura despejando lixo tóxico nela, abrindo uma passagem para continuar sua fuga.

Ao alcançar a superfície, Shephard se vê no meio de um conflito triplo: a Raça X luta contra os Black Ops, enquanto ambos também atacam Adrian. Esta confusa batalha demonstra como a situação em Black Mesa se deteriorou em múltiplos conflitos ao mesmo tempo de diferentes raças.
Adrian avança pelo sistema de esgoto e chega à barragem da usina hidrelétrica de Black Mesa. Lá, ele encontra soldados HECU remanescentes lutando contra uma criatura gigante (Gargantua). Com auxílio de explosivos, ele consegue destruir o monstro e continua sua fuga através dos encanamentos expostos da represa danificada pela explosão.
Em um estacionamento, Adrian encontra novamente os operativos Black Ops, que acabaram de ativar a ogiva nuclear vista anteriormente. Esta descoberta confirma que os Black Ops eram o “plano B” do governo americano: caso os HECU falhassem em conter a situação, eles deveriam destruir completamente a instalação e eliminar todas as testemunhas.
Adrian consegue temporariamente derrotar os Black Ops e desativar a bomba, mas logo testemunha o G-Man pessoalmente reativando o dispositivo nuclear. Quando tenta retornar para desativá-la novamente, descobre que o caminho foi bloqueado, tornando a destruição de Black Mesa inevitável.
Após atravessar depósitos infestados de alienígenas da Raça X e mais Black Ops, Adrian encontra uma antiga área industrial de Black Mesa. Lá, ele confronta a Gene Worm, uma enorme criatura da Raça X tentando emergir através de um portal. Esta entidade é capaz de terra formar o planeta para adequá-lo às necessidades da Raça X, representando uma ameaça existencial para a Terra.

Com a ajuda de dois canhões fixos posicionados no local, Adrian consegue derrotar a criatura. Enquanto a Gene Worm morre, um gigantesco portal se forma, sugando Adrian para dentro.
Adrian recupera a consciência em um avião semelhante ao V-22 Osprey do início do jogo. Diante dele está o G-Man.
O misterioso homem de terno afirma que não pode encerrar seu “relatório” antes que tudo esteja devidamente resolvido. O principal problema, segundo ele, eram as instalações de Black Mesa – questão que já havia sido “resolvida”. Neste momento, um flash de luz é visível através da janela, indicando a detonação da ogiva nuclear que acabou de destruir completamente Black Mesa.
G-Man explica que ainda existe o problema das “testemunhas”, mas admite sentir fascinação por aqueles que conseguem sobreviver contra todas as probabilidades, pois isso o faz lembrar dele mesmo. Por esta razão, ele “defendeu a ideia” de preservar Adrian Shephard – sugerindo que esta decisão foi debatida com seus misteriosos empregadores.
Apesar de considerar que um militar como Shephard compreende a importância da discrição, o G-Man revela que seus “chefes” não compartilham essa confiança. Para evitar a “tentação humana” de contar o que testemunhou, eles decidiram manter Adrian em um lugar onde “ele não poderia causar nenhum dano, e nenhum dano poderia ser causado a ele“.
G-Man finaliza o diálogo com uma frase enigmática: “Tenho certeza de que você poderia imaginar alternativas piores.” Ele então entra em um portal, deixando Adrian para trás.
A tela escurece e surge um texto informando que Adrian Shephard está “detido”.
Half-Life: Blueshift
Em Half-Life: Blue Shift, o jogador assume o papel de Barney Calhoun, um guarda de segurança da Black Mesa responsável pela proteção das instalações e dos pesquisadores. O jogo oferece opcionalmente o “Hazard Course for Security Guard Training”, um estágio tutorial que ensina as mecânicas básicas de movimento. Durante este treinamento, Barney é observado por cientistas, incluindo o Dr. Rosenberg.
Half Life: Blue Shift começa de maneira paralela a Half-Life, com Barney chegando de trem dos dormitórios até as instalações de segurança da Área 3. Em um momento, é possível ver Gordon Freeman passando em outro trem que o levaria ao Laboratório de Materiais Anômalos.
Ao chegar ao seu destino, Barney enfrenta o primeiro de muitos problemas técnicos: a porta de entrada está emperrada, e alguém do lado de dentro menciona a dificuldade em abri-la. Esta cena, podemos notar que haviam falhas generalizadas nos sistemas e equipamentos de Black Mesa, sugerindo que a instalação já estava apresentando sinais de problemas antes mesmo do dia do experimento.
Após resolver o problema da porta, Barney se dirige ao sistema de câmeras de segurança para verificar a situação na instalação. Através dos monitores, é possível observar Gordon Freeman caminhando pelos corredores e Gina Cross transportando a amostra que seria utilizada no experimento.
Logo depois, Barney é designado para ajudar cientistas presos em um elevador. Durante este trajeto, ele observa mais problemas técnicos pela instalação

e vislumbra brevemente o G-Man dentro de um trem. Esta é a única aparição do misterioso homem de terno em Half Life: Blue Shift, sugerindo que ele não tinha o mesmo nível de interesse em Barney.
Após consertar o elevador, Barney e os cientistas que estava ajudando são surpreendidos pela Ressonância em Cascata. Em meio ao caos da súbita aparição de alienígenas, o cabo do elevador se rompe, causando uma queda que deixa Barney inconsciente.
Quando finalmente recupera os sentidos, Barney testemunha uma cena horripilante: um Bullsquid devorando outro guarda de segurança. Ele também descobre que os dois cientistas que estavam com ele no elevador morreram durante o acidente.
Tentando compreender o que está acontecendo e buscar ajuda, Barney avança pela instalação em ruínas. Durante sua exploração, ele presencia algo perturbador: dois soldados HECU descartando corpos de cientistas no sistema de esgoto por onde ele caminhava. Esta descoberta crucial revela a Barney que os militares enviados para Black Mesa não estavam ali para resgatar sobreviventes, mas para eliminar testemunhas e encobrir o incidente.
Um detalhe importante sobre a narrativa surge aqui: Barney provavelmente permaneceu inconsciente por várias horas após a Ressonância em Cascata. podemos concluir isso, devido ao tempo necessário para que os militares fossem mobilizados e chegassem a Black Mesa após o incidente.
Durante o diálogo entre os dois soldados que Barney observa, eles mencionam Adrian Shephard, o protagonista de Half-Life: Opposing Force.
“cara, esses civis estão ficando pesados…”
“é, por que ficamos encarregados de jogar o lixo fora, aliás?”
“Só porque a equipe do Shephard morreu, nós temos de fazer o trabalho sujo ?”
“bem… vamos terminar com este aqui...”
Avançando pela instalação, Barney confronta soldados da HECU que acabaram de executar um cientista. Antes de morrer, o cientista revela a Barney que seu amigo, Dr. Rosenberg, tem um plano para escapar de Black Mesa.

Mais adiante, Barney encontra cientistas presos em containers e localiza o Dr. Rosenberg. Este cientista compartilha informações cruciais: ele trabalhou na tecnologia de portais da Black Mesa antes mesmo da criação do Complexo Lambda, e revela que um protótipo antigo da máquina de teletransporte ainda existe. Se conseguissem fazê-lo funcionar, poderiam alcançar uma entrada pouco conhecida de Black Mesa que possivelmente teria passado despercebida pelos militares.

Barney e Rosenberg chegam aos laboratórios antigos de Black Mesa, onde é possível observar a tecnologia desatualizada: os dispositivos de primeiros socorros e carregadores de HEV suits parecem ultrapassados, e os leitores de retina foram substituídos por leitores de impressões digitais. Estas diferenças tecnológicas ilustram a evolução das pesquisas em Black Mesa ao longo do tempo.
No laboratório antigo, eles encontram o protótipo que já estava sendo trabalhado por outros dois cientistas: Walter Bennet e Simmons.
Rosenberg explica aspectos fundamentais da tecnologia de teletransporte: o protótipo que eles têm é inferior à máquina do setor Lambda e não é capaz de criar portais diretamente de um lugar da Terra para outro. Uma revelação importante surge quando ele descreve Xen como um “ponto de encontro entre dimensões”, descoberto durante as pesquisas sobre portais em Black Mesa.

Rosenberg explica as limitações da tecnologia de teletransporte: mesmo viagens entre pontos da Terra exigiam uma passagem automática por Xen. Para controlar precisamente o destino final, era necessário ativar um dispositivo localizado no mundo alienígena – um dispositivo que funcionava utilizando os cristais encontrados em Xen.
Com esta explicação, fica claro que Barney precisará viajar até Xen para ativar este dispositivo de controle. Rosenberg consegue teletransportá-lo para um local razoavelmente próximo do alvo. Uma vez em Xen, Barney consegue ativar o dispositivo e retornar à Black Mesa.

Ao voltar, Barney descobre que o suprimento restante de baterias da máquina foi completamente consumido para enviá-lo a Xen. Agora é necessário ativar geradores auxiliares para recarregar uma célula de força. Enfrentando soldados HECU e criaturas alienígenas, Barney consegue ativar os geradores e recarregar a célula necessária.

De volta à sala de teleporte, Barney auxilia os cientistas a ativar a máquina. Um por um, eles utilizam o portal: primeiro Walter, depois Simmons e por fim o Dr. Rosenberg, que programa o sistema para recarregar a máquina mais uma vez para a fuga de Barney.
Enquanto a máquina adquire carga novamente, soldados HECU descobrem a localização do grupo e começam a arrombar as portas. Barney consegue afastá-los, ativa o portal e escapa por ele.
No capítulo final, Barney chega à saída escondida onde os cientistas o aguardam, prontos para partir. No entanto, algo deu errado durante seu teleporte. Envolto em um estranho brilho verde, Barney experimenta uma série de teleportações involuntárias para diversos locais.
Em um destes saltos dimensionais, ele se vê em um depósito onde testemunha Gordon Freeman sendo carregado por soldados HECU pouco antes de ser jogado no compactador de lixo.
“nós o pegamos… vamos mata-lo agora!”
“eer.. mas e se encontrarem o corpo?”!
“corpo ?… que corpo ?”
Finalmente, Barney retorna ao local onde os cientistas o aguardam, e os teleportes aleatórios cessam. Os cientistas já têm um carro funcionando preparado para a fuga, e Rosenberg expressa alívio por Barney não ter ficado preso em um “loop infinito” durante as teleportações instáveis.
Walter Bennett consegue abrir o portão da saída secreta, e a tela fica preta. Surgem então informações sobre Barney indicando que ele está “fora de alcance”.
Existem duas interpretações a respeito desse “fora de alcance”:
- Uma interpretação sugere que Barney estaria fora do alcance do G-Man – implicando que, ao contrário de Gordon Freeman e Adrian Shephard, ele conseguiu escapar completamente da influência e manipulação de G-man.
- A outra interpretação, é a que Barney está literalmente fora do alcance físico dos soldados HECU e da explosão nuclear que posteriormente destruiria Black Mesa.
Mas sinceramente eu acho que é uma mistura dos dois, eu acho que esse “fora de alcance” significa que ele está fora de alcance tanto dos HECU e da explosão, quanto de G-man
Half-Life: Decay
Em Half-Life: Decay, os jogadores controlam Gina Cross e Colette Green, duas cientistas que trabalham em uma seção diferente do Laboratório de Materiais Anômalos de Black Mesa. Suas responsabilidades incluem a preparação das amostras e equipamentos utilizados nos experimentos.

É importante notar que Gina Cross é a mesma cientista cujo holograma serve como guia durante o Hazard Course de Half-Life.

O jogo começa com Gina e Colette chegando ao laboratório. Logo de início, elas descobrem que falhas técnicas ocorridas em Black Mesa naquela manhã deletaram seus cadastros do sistema de segurança. Para corrigir o problema, as cientistas passam por um recadastramento antes de iniciar seu dia de trabalho – mais uma indicação dos problemas técnicos que já afetavam a instalação antes do desastre principal.
Após o recadastramento, as protagonistas se encontram com o Dr. Richard Keller e o Dr. Rosenberg. Os dois cientistas estão envolvidos em uma acalorada discussão sobre a segurança do teste iminente.
A discussão revela um elemento crucial: o Administradorde Black Mesa (que sabemos ser Wallace Breen) ordenou que o experimento fosse realizado com um nível de energia muito acima da capacidade de projeto do equipamento.

Concluída a discussão, as cientistas desempenham papéis fundamentais na preparação do experimento que Gordon Freeman realizará: Gina Cross envia a amostra GG-3883 para Gordon,
e Colette Green libera o uso do espectrômetro de anti-massa.
G-Man faz apenas uma breve aparição no início de Half Life: Decay. Esta presença mínima sugere que as cientistas não eram alvos de interesse significativo para G-man e seus empregadores.
Após a ocorrência da Ressonância em Cascata, Gina Cross e Colette Green sobrevivem ao caos inicial junto com o Dr. Keller e o Dr. Rosenberg. Precisando de assistência externa, as cientistas escoltam o Dr. Rosenberg até a superfície para que ele possa solicitar apoio militar.
Quando chegam próximo ao centro de comunicações via satélite, encontram a porta de acesso fechada. As cientistas são obrigadas a fazer um desvio pelos depósitos para entrar pelo lado oposto e abrir a porta para o Dr. Rosenberg. Uma vez na sala de controle, elas conseguem alinhar o transmissor com o satélite de comunicação, permitindo que Rosenberg solicite ajuda aos militares.
Com Rosenberg ocupado com o pedido de socorro, o Dr. Keller solicita que Gina e Colette retornem ao Setor C. Lá, ele explica que a melhor maneira de tentar conter a Ressonância em Cascata seria reativar os campos de amortecimento. Para isso, as cientistas precisam atravessar as instalações danificadas até as travas primárias e secundárias destes campos.
Durante este percurso, elas testemunham a chegada dos soldados HECU a Black Mesa, incluindo a unidade de Adrian Shephard.
Ao tentar desativar as travas, as cientistas enfrentam um súbito afluxo de criaturas alienígenas, como se estas estivessem deliberadamente tentando impedir a ativação dos campos de amortecimento.

Mesmo após conseguirem ativar o campo de amortecimento, este falha em conter o gigantesco portal que se formou em Black Mesa. O Dr. Keller faz uma observação crucial: algo ou alguém estava mantendo o portal aberto a partir do outro lado. Ele comenta que talvez nem todos os alienígenas estivessem em Black Mesa por acidente.
Esta observação antecipa uma descoberta que Gordon Freeman e os cientistas da Equipe Lambda fariam posteriormente: a entidade controladora era Nihilanth, o ser alienígena gigante que Gordon eventualmente enfrentaria no final de Half-Life.

Reconhecendo que a contenção simples não funcionará, o Dr. Keller propõe uma solução mais ambiciosa: com a ajuda da Equipe Lambda, eles poderiam tentar reverter a Ressonância utilizando o protótipo do Displacement Beacon localizado no Setor Gama.

Para utilizar o Displacement Beacon com eficácia, seria necessário um satélite em órbita. Infelizmente, havia um bloqueio aéreo estabelecido sobre Black Mesa. Para remover esta restrição, Gina, Colette e o Dr. Keller precisam obter códigos de liberação que permitiriam contornar o bloqueio.
O grupo utiliza o sistema de trens para chegar aos dormitórios dos guardas, onde estariam os códigos necessários. Durante esta jornada, eles encontram um guarda ferido que os alerta sobre a verdadeira natureza da operação militar: soldados estão por toda parte, não para resgatar sobreviventes, mas para “matar tudo e todos”.

Enfrentando numerosos soldados pelo caminho, as cientistas finalmente encontram um guarda ainda vivo que possui os códigos. Elas o escoltam até o trem para retornar ao laboratório.
Com os códigos em mãos, Gina e Colette se dirigem ao centro de controle aéreo de Black Mesa, localizado na superfície da instalação. Após intensos confrontos com forças militares, as cientistas conseguem tomar o controle do prédio e inserir os códigos de liberação.

Esta ação permite o lançamento do satélite – um evento que ocorre simultaneamente à missão de Gordon Freeman durante o entardecer em Half-Life.
O próximo passo no plano seria ativar o Displacement Beacon, mas para isso seria necessário erguê-lo até a superfície. O Dr. Keller informa que não consegue realizar esta operação remotamente, obrigando as cientistas a irem até o equipamento para fazê-lo manualmente.
Ao chegar ao local, elas descobrem que o portão de acesso está danificado, forçando-as a usar o sistema hidráulico manual para abri-lo e prosseguir com a tarefa.
Em seguida, precisam ativar a matriz de lasers que forneceria energia ao protótipo.
Enfrentando hordas de alienígenas determinados a impedir suas ações, Gina e Colette conseguem ativar a matriz de lasers e retornam ao centro de controle, onde o Dr. Keller realiza os preparativos finais para tentar reverter a Ressonância em Cascata.
Durante a operação do Displacement Beacon, as cientistas têm a tarefa crucial de ativar os cristais do dispositivo e protegê-los dos ataques alienígenas. Este confronto final inclui o combate contra um Manta Ray – uma criatura alienígena apresentada pela primeira vez na franquia.

No confronto final, Gina e Colette são afetadas pelo “refluxo harmônico” – o mesmo fenômeno de teletransportes aleatórios que Barney experimentou em Half Life: Blue Shift. Durante estes saltos dimensionais, as cientistas ouvem a voz do Dr. Rosenberg dizendo que “não poderia manter o portal aberto por muito tempo” – uma frase que ele pronuncia quando Barney está retornando de Xen em Blue Shift.
Esta conexão estabelece precisamente quando os eventos finais de Decay ocorrem em relação à cronologia de Blue Shift, revelando que ambos os jogos culminam em momentos muito próximos temporalmente, com as cientistas experimentando ecos dimensionais das ações de Barney e Rosenberg.
Eventualmente, Gina e Colette conseguem retornar ao laboratório onde o Dr. Keller permanece. Ele as parabeniza por terem protegido com sucesso o dispositivo até sua ativação completa, e com isso a tela escurece e o jogo termina.

Quanto aos resultados da operação do Displacement Beacon, sabe-se que a tentativa de reversão da Ressonância em Cascata conseguiu enfraquecer parcialmente o fenômeno, mas não foi capaz de contê-lo completamente a longo prazo. Esta informação sugere que, embora os esforços das cientistas e do Dr. Keller não tenham sido totalmente bem-sucedidos, eles podem ter mitigado parte dos danos e talvez até comprado tempo precioso para outros sobreviventes.

O que aconteceu com Gina Cross, Colette Green e o Dr. Keller após estes eventos permanece um mistério. Não foram deixadas pistas claras sobre seus destinos, nem foram feitas referências a estes personagens nos jogos subsequentes da série Half-Life.

Existe uma curiosidade relacionada à possível aparição de Gina Cross em Half Life: Opposing Force, onde alguns jogadores identificaram um corpo que parece ser o dela. No entanto, não está claro se isto faz parte da história ou se a GearBox simplesmente aproveitou o sprite da personagem pra ilustrar uma cientista morta.

A Guerra das 7 Horas e o Domínio do Combine
O incidente de Black Mesa desencadeou consequências inimagináveis. A ruptura dimensional não se limitou a permitir a incursão de criaturas de Xen à Terra – ela inadvertidamente sinalizou a presença do nosso planeta para uma civilização alienígena muito mais avançada e implacável: Os Combine.
Este império interestelar, que já havia conquistado inúmeros mundos incluindo o planeta natal de Nihilanth, detectou as perturbações dimensionais causadas pelos experimentos em Black Mesa. Os portais abertos durante o incidente serviram como faróis através do tecido do espaço-tempo, revelando a localização da Terra para estes conquistadores interdimensionais.
Gordon Freeman, ao eliminar Nihilanth no final de Half-Life, estava na verdade removendo um obstáculo crucial. O que Gordon não sabia, era que Nihilanth e sua espécie haviam escapado anteriormente do domínio dos Combine, e a entidade estava utilizando seu poder psíquico para criar uma espécie de barreira dimensional que parcialmente ocultava a Terra da detecção completa pelos Combine.
Com a morte de Nihilanth, esta proteção foi eliminada. E no momento crítico em que a Terra mais precisava de seu improvável defensor, o G-Man interveio para colocar Gordon Freeman em estase – “preservando-o” para um uso futuro, deixando a humanidade vulnerável precisamente quando uma ameaça maior se aproximava.
Sem Gordon e sem a barreira dimensional de Nihilanth, a Terra ficou exposta às Tempestades de Portais – fenômenos em que inúmeros portais para outras dimensões se formam em sequência, causando destruição por onde passam e permitindo a passagem de entidades interdimensionais. Os Combine utilizaram estas tempestades como pontos de entrada para sua invasão.

devastador que a humanidade mal teve tempo de organizar uma defesa coordenada. Em menos de sete horas, as forças militares da Terra foram completamente dizimadas. O Dr. Wallace Breen, ex-administrador da Black Mesa, negociou a rendição da humanidade e se tornou o representante dos Combine na Terra.

Existem várias teorias sobre como Breen chegou a essa posição. Uma das mais populares sugere que ele havia estabelecido um acordo com os Combine antes mesmo dos eventos do primeiro jogo (Half Life), o que explicaria seu interesse excessivo no experimento que causou a Ressonância em Cascata, como mencionado pelos cientistas em Half-Life.
Como administrador fantoche, Breen governava a partir da Cidadela, uma imensa torre construída no centro da antiga cidade agora renomeada Cidade 17. Esta estrutura promovia a ilusão de que a humanidade não estava sendo dominada, mas passando por mudanças positivas.

Os invasores transformaram profundamente o ambiente da Terra, instalando tecnologia para sugar grandes volumes dos mares através de portais dimensionais, possibilitando acesso irrestrito às riquezas terrestre.

A vida humana deteriorou drasticamente sob controle alienígena. A exploração predatória dos recursos naturais foi implementada sem consideração pela sustentabilidade planetária, com os Combine extraindo qualquer material que julgassem útil.
Cidadãos selecionados passavam por procedimentos de “aprimoramento” – operações forçadas e condicionamento mental que os convertiam em combatentes fiéis dos combine, tornando-se agora inimigos dos humanos.

A propagação de espécies alienígenas hostis nas zonas rurais levou à criação de centros urbanos fortificados para concentrar os humanos sobreviventes.

Estas cidades funcionavam simultaneamente como refúgios e prisões, evitando o surgimento de grupos autônomos além do monitoramento constante.

O controle populacional foi implementado através de campos energéticos que bloqueavam a gestação, impossibilitando o nascimento de qualquer criança. Isto explica por que em Half-Life 2, ambientado duas décadas após o desastre inicial, encontram-se apenas pessoas adultas – sendo os indivíduos de 20 anos os últimos nascidos antes da esterilização coletiva.
Apesar da brutal repressão, grupos rebeldes rejeitaram a autoridade extraterrestre, organizando núcleos de resistência.

Esta rede clandestina era comandada por Eli Vance e Isaac Kleiner, ex-orientadores de Gordon e também sobreviventes do laboratório.

Entre estes resistentes, os atos de Gordon Freeman eram relatados com reverência, sendo tratado como herói desaparecido após sua jornada para Xen, situação que perdurou por 20 longos anos.
Portal
Em Portal, você controla Chell, uma participante dos testes conduzidos por GLaDOS cujas origens permanecem obscuras. A aventura inicia com Chell despertando do cofre de relaxamento, aparentemente após um período de hibernação. Uma inteligência artificial logo estabelece comunicação, explicando que os experimentos estavam prontos para começar e prometendo que Chell receberia bolo como recompensa final.

Chell é liberada do compartimento inicial e a guia através das primeiras salas experimentais, onde o jogador aprende os conceitos básicos da mecânica de jogo. Em seguida, ela obtém o Dispositivo Portátil que cria aberturas dimensionais.

Durante todo o percurso, a voz sintética de GLaDOS monitora o progresso e fornece instruções. Embora esta supervisão fosse a função original de GLaDOS, gradualmente fica evidente que a IA possui uma certa agressividade.
Ao atingir a Câmara 13, GLaDOS menciona casualmente que a corporação sentirá falta de Chell após a conclusão dos experimentos.
A narrativa adquire maior profundidade na Câmara 16, onde a protagonista é informada que a área estava temporariamente adaptada para incorporar armamentos reais desenvolvidos para unidades militares automatizadas. GLaDOS apenas deseja “boa sorte” diante deste cenário mortal.
Navegando entre as torretas hostis, Chell descobre uma abertura numa das paredes. Explorando este espaço oculto, ela encontra desenhos e evidências deixadas por outra pessoa que aparentemente circulava livremente pelas instalações.

Os desenhos e inscrições nas paredes pareciam alertar sobre GLaDOS e seus verdadeiros objetivos. É aqui que encontramos a frase “The cake is a lie”, onde a misteriosa pessoa alerta a quem sobreviver que o que GLaDOS falava relacionado ao bolo era tudo mentira.
Na câmara 17, Chell precisa transportar um cubo durante todo seu trajeto. Curiosamente, GLaDOS insiste em afirmar que o Companion Cube não possui consciência e que seus supostos conselhos deveriam ser ignorados.
Em outra passagem secreta na estrutura, descobrimos mais ilustrações do misterioso indivíduo que aparentemente desenvolveu um vínculo obsessivo com seu Companion Cube. Provavelmente por causa dele que GLaDOS alertava contra seguir orientações do objeto.

Na câmara 18, GLaDOS faz uma declaração inquietante, mencionando que ao término dos experimentos, Chell seria “assada” e então haveria bolo.
A última sala de testes enfrentada por Chell é a câmara 19. Após concluir o desafio, GLaDOS tenta incinerar a protagonista, finalmente revelando suas intenções.
Utilizando seu dispositivo de portais, Chell escapa através dos setores de manutenção da Aperture Science, provocando grande frustração em GLaDOS, que passa a simular que tudo fazia parte do experimento e que Chell não seria realmente eliminada. Conforme a protagonista avança pelas instalações, GLaDOS continua fingindo inocência enquanto demonstra estar irritada.
Durante a fuga, passamos por escritórios onde encontramos a primeira referência ao universo Half-Life.
Em uma sala, visualizamos uma apresentação sobre a rivalidade entre Aperture Science e Black Mesa. Esses ambientes administrativos parecem estar muito desorganizados, como se todo mundo que estivesse trabalhando ali, abandonassem o local às pressas.
Para melhor visualização, aqui então as Imagens que aparecem no slide dessa mesma sala de reunião sobre Black Mesa
Avançando mais alguns metros, Chell chega à câmara principal onde GLaDOS está instalada. Alguns monitores exibem brevemente o logotipo da Black Mesa, conectando mais uma vez os universos.

Durante o diálogo da IA, um componente de GLaDOS despenca, e a IA afirma desconhecer sua função. Chell joga essa peça em um incinerador, e GLaDOS então revela que aquilo era seu Núcleo de Moralidade (o mesmo equipamento que Henry mostrou a Dougg Ratman) – a única estrutura que inibia seus impulsos letais.

Sem qualquer restrição ética, GLaDOS libera neurotoxina na câmara para eliminar Chell. A IA percebe que aparentemente perdeu algumas funções de segurança quando seu núcleo foi destruído, pois não consegue desativar as torres defensivas. Aproveitando essa vulnerabilidade, a protagonista utiliza os portais para redirecionar os disparos contra GLaDOS, e destruir ou outros núcleos dela.

Durante o intenso confronto, GLaDOS mantém seu diálogo com Chell, revelando informações surpreendentes sobre o mundo exterior. Uma declaração particularmente enigmática passa frequentemente despercebida pelos jogadores: GLaDOS menciona que “as coisas mudaram drasticamente desde a última vez” que Chell esteve fora, sugerindo que o que ela veria lá fora a faria desejar retornar para dentro das instalações.
A IA finaliza afirmando ser “a única coisa impedindo-os de entrar” dentro do complexo. Este comentário não esclarece se GLaDOS refere-se diretamente aos Combine ou simplesmente às criaturas hostis que agora habitam a superfície terrestre. Independentemente da interpretação específica, esta referência contextualiza cronologicamente Portal dentro do universo Half-Life.
Após a destruição final de GLaDOS, Chell é lançada para a superfície pela explosão resultante. No breve momento antes de perder a consciência, percebemos algo misterioso arrastando-a de volta para dentro do complexo.
A sequência final percorre as profundezas da Aperture Science, chegando numa sala onde realmente existe um bolo (provando que não era completamente uma mentira) cercado por vários núcleos de personalidade ativados.
O jogo encerra com a icônica canção “Still Alive”, na qual GLaDOS revela ter sobrevivido e no minuto 2:17 da canção, ela faz mais uma referência direta à Black Mesa, interligando definitivamente os dois universos.
LAB RAT – HQ
Enquanto tudo isso acontecia, Doug Rattman observava a jornada de Chell pelas instalações.

Inicialmente, acreditou estar sofrendo alucinações ao vê-la – mais uma manifestação de sua condição mental. A confirmação da realidade veio quando presenciou as torretas disparando contra ela, provando que Chell realmente havia despertado de sua estase.

Decidido a manter a lucidez neste momento crucial, Doug recorre ao seu escasso suprimento de medicação antipsicótica, consumindo suas duas últimas pílulas.

Seu Companion Cube discorda contra esta decisão, sabendo que o efeito do remédio interromperia sua comunicação imaginária. Apesar desta resistência, Rattman ingere os comprimidos.


Enquanto aguarda que a medicação faça efeito, Doug ainda “recebe orientações” do cubo para navegar com segurança pelo labirinto de torretas ativas.

Simultaneamente, Chell enfrenta GLaDOS na câmara principal. Rattman aproveita este momento para criar uma nova pintura nas paredes, registrando artisticamente o confronto histórico.



Uma explosão ensurdecedora reverbera pelas instalações.

O cubo, em seus últimos momentos de “consciência” antes da medicação prevalecer, questiona o ocorrido. Doug responde que só poderia significar uma coisa: a derrota de GLaDOS.

Ele corre até a câmara central, confirmando a destruição da IA tirânica.

Rattman alcança a superfície, momentaneamente tentado pela ideia de finalmente escapar da Aperture.

No entanto, testemunha o momento em que o Party Escort Bot recupera o corpo inconsciente de Chell, arrastando-a de volta para as instalações da empresa.

Este vislumbre desperta um profundo sentimento de culpa em Doug, dizendo que se não fosse ela, ele nunca teria saído de lá, e relembra seu papel em colocá-la no topo da lista de sujeitos de teste. Decidido a parar de fugir, Doug retorna ao complexo subterrâneo com o objetivo de resgatá-la, ignorando Companion Cube, que era contra essa ideia.

No caminho para encontrar Chell, a medicação antipsicótica gradualmente começa a dar efeito. Doug aos poucos para de ouvir as orientações de seu Companion Cube, enfrentando pela primeira vez em muito tempo o silêncio absoluto de sua própria mente.

Quando finalmente descobre o paradeiro de Chell, Rattman constata que já não pode libertá-la imediatamente – ela havia sido transferida para uma unidade de Relaxamento Prolongado.

A situação fica pior quando ele identifica uma falha crítica: os sistemas de suporte vital da câmara estavam inoperantes devido aos danos na rede elétrica principal causados pela explosão na sala central de GLaDOS.

Determinado a alcançar o Centro de Controle Criogênico para restaurar as funções vitais, Doug enfrenta um percurso perigoso infestado de torretas defensivas. Sem as “orientações” de seu Companion Cube, que anteriormente o auxiliava a evitar estes dispositivos letais, Rattman não consegue navegar em segurança. Um projétil atinge sua perna, causando sangramento severo que o leva à desmaiar.

Ao recobrar brevemente os sentidos, tenta alcançar seu cubo, mas desmaia novamente.

Quando desperta pela segunda vez, o efeito da medicação havia passado, restabelecendo sua condição psicótica e, consequentemente, sua capacidade de “comunicação” com o Companion Cube.
O cubo questiona como Doug havia selecionado Chell como a candidata ideal para enfrentar GLaDOS. Rattman confessa que sua escolha se baseou em uma intuição inexplicável após examinar o arquivo dela.

Com uma orientação do Companion Cube, Doug percebe uma última alternativa: transferir a câmara de Chell para a rede de energia emergencial, restaurando suas funções vitais essenciais. Embora este procedimento garantisse sua sobrevivência, apresentava uma limitação significativa – impossibilitava definir uma data precisa para seu despertar, deixando-a em estase por período indeterminado.
Em um último ato de redenção, Rattman ativa o sistema reserva de energia enquanto murmura um pedido de perdão para Chell. Contemplando sua situação, ele articula uma observação profundamente científica: Chell existiria agora em um estado de superposição, simultaneamente viva e morta até que alguém eventualmente abrisse sua câmara criogênica.

Uma referência direta ao famoso experimento do gato de Schrödinger: que é um experimento mental criado pelo físico Erwin Schrödinger para explicar um conceito da mecânica quântica chamado superposição.
Imagine que você tem um gato dentro de uma caixa fechada. Dentro da caixa, há um dispositivo que pode liberar veneno dependendo do comportamento de uma partícula subatômica. Segundo a mecânica quântica, até que você abra a caixa e olhe dentro, o gato está ao mesmo tempo vivo e morto, porque a partícula pode estar em dois estados ao mesmo tempo (superposição).
Ou seja, o gato só será definitivamente vivo ou morto quando você abrir a caixa e verificar. Da mesma forma, o destino de Chell permaneceria indefinido até que alguém verificasse sua condição.
Exausto pela perda de sangue e pelo esforço emocional de sua jornada, Doug expressa seu profundo cansaço. O Companion Cube, sua única companhia durante anos de isolamento, suavemente o encoraja a permitir-se o “merecido descanso”. Seguindo este conselho final, Rattman entra em uma unidade de relaxamento vazia, deitando-se para o que aparenta ser seu repouso definitivo, ja que no momento é incapaz de tratar adequadamente o grave ferimento em sua perna. Este momento marca o provável fim da história de Doug Rattman.


Half-Life 2

20 anos após os eventos de Black Mesa, Gordon é retirado de seu estado de suspensão. G-Man como uma aparição, declara que chegou o momento de Freeman retornar ao serviço. Durante esta comunicação, imagens fragmentadas do incidente original em Black Mesa mesclam-se com visões perturbadoras de maquinário alienígena desconhecido.
Sem transição perceptível, Gordon subitamente encontra-se a bordo de um trem em movimento, compartilhando o espaço com outros passageiros humanos. Diferente do sistema monotrilho de Black Mesa, este é um veículo de transporte civil sob controle Combine. Um detalhe revelador desta transferência sobrenatural é captado nas conversas dos outros passageiros, que comentam não terem visto Freeman embarcar – evidenciando que G-Man simplesmente “inseriu” o físico naquela realidade sem qualquer lógica convencional.
O trem prossegue seu trajeto, até a Cidade 17, uma das principais metrópoles estabelecidas após a tomada Combine, serve como primeiro contato de Gordon com este novo mundo opressivo. Ao desembarcar, dispositivos flutuantes chamados City Scanners capturam sua imagem, parte do onipresente sistema de vigilância alienígena.

Nas enormes teletelas urbanas, Gordon reconhece imediatamente o rosto do administrador planetário: Wallace Breen, o antigo administrador de Black Mesa. Seus discursos propagandísticos exaltam as supostas qualidades de Cidade 17 e referem-se aos Combine como “nossos benfeitores“, alegando que eles elevam o potencial humano.
Esta fachada rapidamente desmorona ante a realidade brutal: cidadãos são tratados como escória, submetidos a interrogatórios arbitrários e vigilância constante. O sistema oferece “oportunidades” para humanos tornarem-se soldados híbridos, fundindo sua genética com tecnologia Combine. Estes “voluntários” recebem rações alimentares superiores, mas sacrificam progressivamente sua humanidade conforme ascendem na hierarquia militar alienígena.
Logo nos primeiros momentos, Gordon observa um Vourtgaunt forçado a limpar o piso. Avançando pelas ruas, ouve conversas sussurradas sobre a natureza opressiva do regime e rumores inquietantes de que a água distribuída contém agentes químicos projetados para gradualmente apagar memórias da população.
Em um posto de controle, Freeman está prestes a ser transferido para uma instalação chamada Nova Prospekt quando um membro da Proteção Civil (Força policial humanoide a serviço dos Combine) intercepta seu processamento. O soldado o conduz a uma sala isolada e solicita que os dispositivos de vigilância sejam temporariamente desativados para um “interrogatório privado”.

Quando finalmente sozinhos, em situação aparentemente sem escapatória, o soldado remove seu capacete revelando ser Barney Calhoun – ex-segurança de Black Mesa e antigo conhecido de Gordon.
Barney entra em contato imediato com o Dr. Kleiner, mentor científico de Gordon em Black Mesa, que igualmente assustado ao ver Freeman depois de 20 anos. Após breve conversa, Barney orienta Gordon a seguir sozinho até o laboratório secreto de Kleiner, explicando que não poderia abandonar seu disfarce sem despertar suspeitas.

Durante seu percurso pelas ruas opressivas, Gordon vivencia a arbitrariedade do regime quando um soldado da Proteção Civil derruba uma lata e o ordena a recolhê-la e descartá-la adequadamente – pequeno abuso de poder que ilustra a dinâmica diária de humilhação imposta aos cidadãos.

Poucos metros adiante, Gordon contempla pela primeira vez o panorama externo de Cidade 17. No centro urbano ergue-se a imponente Cidadela, torre monolítica que serve simultaneamente como base operacional Combine e residência oficial de Wallace Breen.

Tentativas de comunicação com as pessoas são respondidas com sussurros nervosos, alertando que conversas públicas atraem atenção indesejada. Em um beco isolado, Freeman vislumbra seu primeiro Synth – organismo modificado geneticamente ou resultante de evolução forçada, equipado com implantes cibernéticos para propósitos militares. A criatura avistada é um Strider, máquina de guerra bípede de proporções colossais.
Infiltrando-se em um complexo residencial em busca da rota para o laboratório de Kleiner, Gordon sem querer acaba por ativar o sistema de contagem populacional, que detecta a discrepância numérica. Unidades da Proteção Civil são rapidamente mobilizadas para identificar o “intruso”. Com assistência improvisada de moradores simpatizantes, Freeman escapa pelos telhados, onde observa outro modelo Synth – o Gunship voador, patrulhando os céus da cidade.

A perseguição acaba com Gordon encurralado por múltiplos agentes da Proteção Civil. No momento em que está prestes a ser subjugado, uma voz feminina rompe a tensão, seguida por sons de combate e corpos caindo. Recuperando a consciência momentos depois, Gordon se encontra com Alyx Vance – agora uma mulher adulta, drasticamente diferente da criança que Freeman possivelmente recordava dos dias de Black Mesa.
Alyx observa que Gordon não apresenta sinais de envelhecimento desde seu desaparecimento em Black Mesa, permanecendo com a mesma aparência de 20 anos atrás – consequência direta de seu aprisionamento temporal pelo G-Man. Ambos agora tem a mesma idade, apesar da diferença cronológica original.
Conduzindo Gordon através de rotas clandestinas, Alyx comenta a coincidência de sua chegada naquele dia específico. Durante anos, membros da resistência escapavam da Cidade 17 através de canais subterrâneos perigosos, mas justamente naquela data estavam prestes a testar uma alternativa revolucionária.

No laboratório secreto, Kleiner recebe Freeman entusiasticamente, declarando ser um “dia memorável”. O cientista explica que Alyx acabara de instalar o componente final de um dispositivo de teletransporte desenvolvido para facilitar a evacuação segura de refugiados, pronto para seu teste inaugural.

Barney, recém-chegado ao laboratório, questiona sarcasticamente a confiabilidade do equipamento, mencionando ainda ter “pesadelos com certo gato” – um experimento anterior aparentemente catastrófico. Descartando as roupas civis, Kleiner apresenta a Gordon um traje HEV modificado, adaptado para utilizar as estações de recarga Combine.

Neste momento, conhecemos também Lamarr – um Headcrab sem presas e domesticado que se tornou mascote excêntrico de Kleiner. Desobedecendo seu proprietário, Lamarr escapa pelos dutos de ventilação, desaparecendo momentaneamente.

Kleiner estabelece contato com Eli Vance, igualmente impressionado com o retorno de Gordon. Os preparativos prosseguem com Alyx voluntariando-se para o primeiro teste humano. Ela posiciona-se na plataforma enquanto Gordon opera o controle. A transferência ocorre sem incidentes, confirmando o sucesso preliminar da tecnologia.

Quando chega o momento de Gordon ser teleportado, Lamarr reaparece, interferindo no processo e provocando uma “ressonância harmônica”. Freeman é lançado em uma sequência de teleportes instáveis, materializando-se brevemente no escritório privado de Wallace Breen na Cidadela. O administrador planetário inicialmente assusta-se com a aparição fantasmagórica.
Num segundo salto dimensional para o mesmo local, Gordon vê Breen em comunicação com uma entidade alienígena não-identificada. Neste instante, o administrador reconhece assustado que aquela pessoa era Gordon Freeman, compreendendo que o lendário físico – que estava morto há duas décadas – havia retornado.
Gordon materializa-se no exterior do laboratório de Kleiner, avistando brevemente seu mentor através da janela enquanto este desliga às pressas o teletransportador. O término da energia interrompe o refluxo harmônico, estabilizando a posição de Freeman, mas não antes que dispositivos de vigilância Combine detectem sua presença.

Barney rapidamente localiza Gordon, instruindo-o a utilizar os antigos canais subterrâneos para alcançar o laboratório de Eli Vance. Observando a Cidadela, nota-se sua transformação estrutural – a torre se transforma em seu “estado de alerta” para facilitar o rápido deslocamento de tropas alienígenas pela cidade. Antes de partir, Barney entrega a Gordon um pé-de-cabra.
A notícia sobre a presença do lendário Gordon Freeman se espalha rapidamente entre a população, surgindo uma onda de esperança entre os membros da resistência, que o consideram uma figura heroica ressurgindo das cinzas. Esta reação popular alerta o regime Combine sobre o potencial ameaça representada pelo retorno do físico.
Agora á uma mudança nos pronunciamentos de Breen, parando de enaltecer as “melhorias” que os Combine trouxeram, e passando a pedir recompensas por informações sobre Freeman e advertências sobre punições a quem colaborasse com o físico.
Durante a travessia pelos canais abandonados, Gordon encontra diversos postos de controle estabelecidos pela resistência para auxiliar fugitivos. Contudo, a mobilização completa da Proteção Civil em sua busca resulta na descoberta e destruição progressiva destes refúgios. Um membro da resistência comenta que Freeman provavelmente seria o último a utilizar aquela rota.
Ao longo do percurso, vários combatentes da resistência sacrificam-se para assegurar o avanço de Gordon. Esta rede de apoio revela-se fundamental – sem ela, sua missão estaria comprometida desde o início.

Em um posto ainda não descoberto pelos Combine, Gordon ouve uma transmissão de Alyx, alertando sobre sua chegada e solicitando que lhe providenciem um barco. Neste segmento, surgem as primeiras Headcrab Shells – cápsulas balísticas utilizadas como armas biológicas contendo Headcrabs vivos, resultando no aparecimento de zumbis infectados ao longo do caminho.

Em posto avançado da resistência, Gordon assume controle de um Airboat (embarcação de lâmina de ar). A operadora que o aguardava menciona que ele encontraria suprimentos adicionais na Estação 7, localizada em um celeiro vermelho adiante.
Aproximando-se desta estrutura, Freeman percebe brevemente o G-Man, que continua monitorando sua progressão. Na verdade, o misterioso agente já havia aparecido anteriormente em transmissões de televisão – estas manifestações em monitores tornam-se recorrentes ao longo do jogo. Tragicamente, a Estação 7 foi recentemente bombardeada com Headcrab Shells, restando apenas suprimentos abandonados, zumbis e Headcrabs em busca de novos hospedeiros.

Os níveis dos canais revelam os efeitos da drenagem oceânica feitas pelos Combine. Píeres elevados e embarcações encalhadas em posições impossíveis testemunham silenciosamente o nível original das águas, drasticamente reduzido após a ocupação alienígena.
A perseguição fica cada vez mais intensa. Um membro da resistência modifica o Airboat de Gordon, instalando um canhão idêntico ao utilizado pelo helicóptero Hunter-Chopper que o persegue desde o início, possibilitando finalmente um contra-ataque efetivo.

Encurralado no topo de uma barragem em terreno descoberto, Freeman é forçado a confrontar diretamente o Hunter-Chopper numa batalha decisiva. Após destruir a aeronave hostil, prossegue para níveis inferiores, finalmente alcançando a base da resistência: Black Mesa East.

Ao adentrar a base, Gordon conhece Judith Mossman, cientista colaboradora dos antigos colegas de Freeman. Durante a verificação de segurança, ela revela ter concorrido à mesma posição que Gordon em Black Mesa. Conduzindo-o às áreas internas, Mossman comenta os avanços alcançados na tecnologia de teletransporte, mencionando terem desenvolvido método para transportar-se sem necessidade de atravessar Xen. Ela destaca que os Combine perseguem ativamente pesquisadores desta tecnologia, indiretamente confirmando as antigas alegações de Cave Johnson (fundador da Aperture Science) sobre Black Mesa roubar suas ideias – aparentemente não era mera paranoia.

Finalmente, Gordon reencontra Eli Vance, que demonstra genuína alegria em vê-lo vivo e expressa surpresa pela rapidez com que alcançou a base. Ao chegarem ao laboratório principal, Mossman retira-se para uma sala reservada repleta de computadores e equipamentos avançados, sutilmente afastando Gordon caso tente segui-la.

Neste laboratório encontra-se um mural contendo recortes jornalísticos sobre a invasão Combine, incluindo manchetes sobre a Guerra das Sete Horas. Dentro de um dispositivo experimental, observa-se uma amostra de cristal xeniano sendo utilizada no sistema de teletransporte desenvolvido por Eli – similar ou possivelmente idêntica à amostra que desencadeou o incidente original em Black Mesa, agora sob controle rigoroso.

Com a chegada de Alyx, Judith sai da sala privada, uma discussão entre as duas mulheres começa. Para acalmar o clima, Eli sugere que sua filha apresente a Gordon a Zero-Point Energy Field Manipulator (conhecida informalmente como Gravity Gun) – dispositivo de sua invenção originalmente destinado à manipulação segura de materiais perigosos e objetos pesados.
Alyx conduz Gordon ao Quintal de Sucatas para demonstrações práticas da Gravity Gun. Durante o trajeto, ela expressa abertamente sua antipatia por Judith, revelando ser este um dos principais motivos para preferir operações externas ao laboratório.

Em determinado corredor, deparam-se com uma barricada. Alyx explica que aquele túnel conectava-se a Ravenholm, antiga vila que servira tanto como rota de evacuação da Cidade 17 quanto assentamento para refugiados e combatentes da resistência. Contudo, o acesso fora deliberadamente selado e, aproximando-se da entrada bloqueada, ela acrescenta haver “ótimos motivos” para tal isolamento.

No Quintal de Sucatas, Gordon experimenta pela primeira vez a Gravity Gun e conhece Dog – robô articulado construído originalmente por Eli como guardião para Alyx durante sua infância. O robô demonstra comportamento notavelmente canino, incluindo apego protetor à sua dona humana.

Durante a sessão de treinamento com a Gravity Gun, Dog subitamente manifesta agitação incomum, como se detectasse aproximação hostil. Momentos depois, helicópteros Combine surgem, disparando Headcrab Shells contra a base da resistência – de alguma forma, a localização havia sido comprometida.
Tentando retornar ao complexo principal, Alyx comunica-se com Eli, que ordena imediata evacuação pela costa. O cientista tenta alertá-los sobre não seguirem uma rota, mas a transmissão é interrompida antes de terminar a mensagem.
Enquanto procuram por Eli, o teto desmorona, separando Gordon e Alyx. Temendo pela captura de Freeman, ela instrui Dog a escoltá-lo até o túnel que conduzia a Ravenholm, única rota disponível para eventualmente alcançar a Cidade 17. O robô força passagem através das barricadas permitindo a entrada de Gordon, retornando imediatamente para auxiliar Alyx.
Nos primeiros metros deste túnel, Freeman observa sucessivas camadas de barricadas e sistemas de contenção, evidenciando extremo cuidado para impedir que algo de Ravenholm conseguisse entrar no complexo. Claramente, as precauções não visavam impedir entradas, mas sim saídas.

Em Ravenholm, Gordon encontra um cenário apocalíptico: uma cidade abandonada em atmosfera sinistra. A visão impactante de um cadáver parcial pendendo de uma árvore e o iminente ataque de zumbis estabelecem imediatamente o tom macabro do ambiente.
Eventualmente, Gordon encontra duas variantes especializadas de Headcrabs. A primeira demonstra agilidade superior aos espécimes convencionais, movimentando-se rapidamente e tornando-se alvo consideravelmente mais difícil. A segunda variante, de coloração mais escura, cospe uma neurotoxina que quando atingindo reduz instantaneamente a vida de Gordon, recuperando-se apenas gradualmente – período de extrema vulnerabilidade a ataques secundários.
A presença de cápsulas de Headcrabs dispersas pela paisagem urbana revela o trágico destino de Ravenholm: a comunidade de refugiados foi descoberta pelos Combine e bombardeada com armamento biológico, transformando a maioria dos habitantes em hospedeiros zumbificados. Contudo, nem mesmo esta devastação aniquilou completamente toda resistência humana.

Logo nos primeiros momentos, Freeman identifica armadilhas sofisticadas para eliminar zumbis e ouve voz humana nas proximidades. Avançando cautelosamente, encontra finalmente Padre Grigori – último sobrevivente e antigo líder espiritual de Ravenholm. Grigori apresenta sinais evidentes de deterioração, resultado compreensível de prolongado isolamento em ambiente hostil. Apesar disto, demonstra incrível pontaria com seu rifle “Annabelle” e aparece recorrentemente para auxiliar Gordon ou indicar rotas seguras.

Ao sair de um prédio abandonado, Freeman observa criaturas humanoides saltando agilmente entre telhados, dando uivos de arrepiar a espinha. Aqueles era os Fast Zombies – hospedeiros infectados pela variante ágil de Headcrab, capazes de movimentos rápidos e saltos coordenados em direção às vítimas. Com o arsenal limitado disponível, estes adversários representam ameaça significativamente elevada.
Em confronto com vários Fast Zombies, Gordon recebe assistência inesperada de Grigori, que lhe fornece uma espingarda – arma que facilita consideravelmente o combate contra estes inimigos. Mais a frente, Freeman encontra também zumbis contaminados pela variante venenosa de Headcrab – adversários resilientes que, embora não letais isoladamente, podem comprometer severamente a capacidade defensiva contra ameaças adicionais.

Grigori reaparece, instruindo Gordon a encontrá-lo na igreja situada no extremo oposto da cidade. No ponto de encontro, Freeman enfrenta nova onda de Fast Zombies enquanto o padre ativa remotamente um sistema improvisado de teleférico para facilitar a travessia.
Ao alcançar o veículo, Gordon aciona os controles, iniciando o deslocamento para zona segura onde pode finalmente reabastecer seu arsenal e interagir diretamente com o enigmático Padre Grigori pela primeira vez.

Grigori vê que Gordon não pretende permanecer em Ravenholm e oferece-se para guiá-lo através do cemitério local – área densamente infestada por zumbis – até uma mina abandonada que se conecta com Cidade 17. No ponto de fuga, o padre mantém os portões abertos para permitir a passagem de Freeman, permanecendo deliberadamente para trás enquanto enfrenta incontáveis zumbis com seu rifle “Annabelle”.
O destino final de Grigori permanece incerto; contudo, é possível ouvir sua risada assustadora durante os momentos finais do encontro, sugerindo a possível sobrevivência dele.
Atravessando os túneis da mina abandonada, Gordon chega novamente a Cidade 17, numa região periférica. Aqui confronta-se pela primeira vez com os Overwatch Soldiers – patamar hierárquico significativamente superior aos agentes da Proteção Civil, representando elite militar do regime Combine. Durante estes confrontos, Freeman obtém um rifle de pulso modificado com tecnologia alienígena avançada.
O confronto conduz Gordon a edificação que serve como acesso à base Shorepoint – base avançada da resistência engajado em combate contra forças Overwatch. Após prestar auxílio decisivo no confronto, Freeman finalmente reencontra a resistência depois de sua travessia solitária por Ravenholm.

Em Shorepoint, Freeman testemunha vários feridos dos recentes ataques Combine. O comandante local, Leon, conduz Gordon a terminal de comunicação conectado com Alyx. Durante este trajeto, Freeman é informado da captura de Eli Vance.
Alyx fica aliviada ao ver que Gordon está vivo. E ela relata que o veículo transportando Eli e Judith Mossman fora interceptado por forças Combine, resultando na captura de ambos e transferência para Nova Prospekt – originalmente prisão de segurança máxima, agora convertida em instalação de propósito significativamente mais sombrio. Determinada a resgatar seu pai, Alyx pede a Gordon para encontra-la na estação ferroviária conectada à Nova Prospekt.
Leon fica preocupado, ja que para isso ele tem que fazer o trajeto pela costa, e vai sem meio complicado ja que período de reprodução dos Antlions, tornando a rota praticamente suicida. Alyx recorda a existência de veículo especial para patrulhas costeiras, equipado por seu pai com Tau Canon. Leon confirma o acesso ao veículo, ordenando sua preparação imediata para partida.
Inicia-se assim o capítulo “Highway 17”, onde Gordon percorre a rota costeira através de um buggy modificado. Nos primeiros momentos desta jornada, Freeman observa os Antlions – alienígenas insetoides extremamente territoriais. Devido ao período reprodutivo mencionado por Leon, estas criaturas apresentam agressividade amplificada, inviabilizando qualquer método convencional de travessia costeira.
O buggy, equipado com compartimento de munição na traseira, é suspenso por guincho junto com Gordon para posicionamento no nível inferior. Ao mesmo tempo, membros da resistência fornecem cobertura, eliminando Antlions nas proximidades. O sistema magnético do guincho falha, resultando na queda e capotamento do veículo. Freeman rapidamente utiliza a Gravity Gun para reposicioná-lo, iniciando sua jornada rumo à Nova Prospekt.
Durante todo o trajeto costeiro, os efeitos da drenagem oceânica pelos Combine são visíveis. Estruturas originalmente feitas para posicionamento ao nível do mar encontram-se agora distantes da linha costeira reduzida. Ao longo da Highway 17, vários edifícios anteriormente funcionais como postos avançados da resistência agora estão abandonados, com apenas bases principais mantendo operações ativas. Gordon precisa frequentemente passar estas instalações para liberar passagens obstruídas para seu veículo.
Neste segmento surgem os primeiros Restrictors – dispositivos mecânicos dotados de pistão que golpeia o solo, gerando vibrações sísmicas que repelem efetivamente os Antlions. Devido à proliferação massiva destas criaturas, os Restrictors são amplamente empregados em proximidades de colônias para prevenir invasões.
A primeira instalação principal avistada é New Little Odessa. Momentos antes de alcançá-la, Gordon tem acesso a binóculos que permitem observar a base e conseguimos ver um homem conversando com G-man num terraço.

Chegando à instalação, Freeman é informado sobre iminente ataque de Gunships. O coronel Odessa Cubbage, comandante local, incumbe Gordon de abater as aeronaves utilizando lançador RPG.
Após neutralizar as ameaças aéreas, Gordon prossegue pela costa em direção à base Lighthouse. O trajeto inclui passagem por túnel infestado de zumbis e obstruído por veículos abandonados, situação resolvida usando a Gravity Gun.

Ao alcançar Lighthouse – ponto mais próximo de Nova Prospekt acessível pela estrada – o comandante local ordena imediata ocultação do buggy, alertando sobre buscas Combine especificamente direcionadas ao veículo. Momentos depois, a base sofre ataque massivo, mais intenso que o anterior, envolvendo não apenas Gunships mas também Dropships transportando soldados Overwatch.
Gordon é conduzido a uma passagem secreta através de falésia que permitiria completar a jornada a pé até Nova Prospekt. Pouco após sua partida, a base Lighthouse sofre novo ataque devastador, provavelmente resultando na morte ou captura de todos que estavam lá. Neste momento, observa-se Dropship transportando o buggy confiscado – contendo o Tau canon instalado por Eli, tecnologia que potencialmente poderia ser replicada pelos Combine para uso contra a resistência.

Avançando pelo litoral, Gordon encontra dois membros da resistência: Sandy e Laszlo. Sandy adverte Freeman sobre evitar contato com a areia, que atrai imediatamente os Antlions. Laszlo, ferido, movimenta-se sobre a areia e é fatalmente atacado pelos insetos. Sandy explica que ambos tentavam alcançar o Vortigaunt Camp para obtenção de Bugbait – substância que supostamente permitiria controle sobre os Antlions.
Progredindo cuidadosamente sobre as rochas para evitar contato com a areia e utilizando os Restrictors, Gordon atravessa região portuária onde os efeitos da drenagem oceânica são particularmente evidentes. Próximo ao Vortigaunt Camp, Freeman é forçado a pisar na areia, desencadeando ataque não apenas de Antlions normais, mas também de Antlion Guard – espécime consideravelmente maior e mais poderoso que protege perímetros de colônias. Na entrada do acampamento, um membro da resistência fornece suporte para Gordon derrotar a criatura colossal.

Após o confronto, um Vortigaunt emerge da base e extrai do Antlion Guard abatido os Feropods – também conhecidos como Bugbait. O alienígena guia Freeman pelo acampamento, instruindo-o sobre a utilização destes órgãos especializados. Os Feropods são, de fato, glândulas presentes nos Antlion Guards capazes de produzir feromônios que exercem controle comportamental sobre os insetos subordinados, permitindo a Gordon estabelecer seu próprio contingente de Antlions combatentes.

Concluído o treinamento, o Vortigaunt conduz Gordon a outra saída do acampamento, estrategicamente posicionada nas imediações de Nova Prospekt. Para facilitar a aproximação, Freeman utiliza seus recém-adquiridos Feropods para coordenar ataques de Antlions contra as torres de vigilância que circundam o perímetro da prisão. Apesar da desvantagem numérica significativa, com auxílio dos insetos controlados, Gordon consegue progressivamente abrir caminho até alcançar uma falésia onde desembocam os sistemas de esgoto da instalação.

Através dos dutos de drenagem desativados, o protagonista infiltra silenciosamente as dependências internas, eliminando guardas isolados antes que sua presença seja detectada. Uma vez identificada a intrusão, forças Overwatch mobilizam-se em defesa da instalação, solicitando apoio aéreo de Gunships que rapidamente convergem para o local. Com assistência constante dos Antlions, Gordon neutraliza duas aeronaves inimigas, durante confronto que culmina na abertura de brecha estrutural na parede, permitindo acesso direto ao interior do complexo prisional.

Uma vez dentro de Nova Prospekt, Freeman descobre que a instalação encontra-se em estado de caos maior. A desativação dos Restrictors no perímetro externo – manobra originalmente executada para permitir passagem dos Antlions aliados – possibilitou a invasão massiva da prisão pelos insetos, que, no entanto, permanecem não-hostis a Gordon devido aos Feropods em sua posse.
Em meio à confusão generalizada, Freeman dirige-se aos terminais ferroviários que servem Nova Prospekt, objetivando encontrar Alyx, que planejava infiltração via composição clandestina. Durante este trajeto, Gordon enfrenta numerosos esquadrões Overwatch, contando ocasionalmente com apoio dos Antlions que o seguem voluntariamente.

Esta seção mais antiga do complexo apresenta celas tradicionais aparentemente abandonadas pela administração Combine, com notável ausência de tecnologia alienígena – sugerindo transferência de prisioneiros para instalações distintas dentro do complexo.

Finalmente, Gordon alcança a região modernizada da prisão, onde a tecnológica Combine fica mais evidente. Antes de entrar nesta área, observa-se enormes colunas mecânicas móveis impedindo o acesso, provavelmente explicando a ausência de Antlions.

Mais adiante, Freeman localiza os terminais ferroviários de chegada e, consequentemente, encontra Alyx. Ela informa que seu pai está detido em uma das áreas de contenção e desbloqueia acessos para que ambos avancem cooperativamente através de Nova Prospekt.

Ao acessar a sala de controle, Alyx identifica a localização de seu pai e o transfere para compartimento onde podem estabelecer uma comunicação temporária. Ela menciona a possibilidade de recalibrar os sistemas de teleportação Combine para o redirecionamento ao laboratório do Dr. Kleiner, instruindo Eli a ir para àquele local para se reencontrarem e irem embora juntos.

Alyx separa-se momentaneamente de Gordon para infiltrar-se no sistema Combine, provendo assistência remota. Ao reunir-se novamente com Freeman, utiliza outro terminal para localizar Judith, descobrindo que esta não estava detida como presumido inicialmente – a cientista havia colaborado com os Combine, traindo a resistência.
Esta revelação contextualiza eventos anteriores: momentos antes da invasão de Black Mesa East, Mossman retirou-se para sala reservada, presumivelmente para contatar forças Combine e informar sobre a presença de Gordon, coordenando o ataque que vimos a base. Em conversação interceptada entre Judith e Breen, evidencia-se que seu objetivo principal nunca incluiu a entrega de Eli, mas sim de Gordon. Aparentemente, Mossman foi manipulada pelos Combine, referindo-se a “fazer com que Eli acredite por si mesmo na causa deles” – acreditando que Breen não queria o mal, e que se Eli trabalhasse com os Combine seria melhor para todos.

Alyx pede que Gordon avance enquanto ela desativa protocolos secundários de segurança. Freeman enfrenta numerosas unidades Overwatch com apoio remoto de Alyx, que posteriormente se junta com ele. Em terminal adicional, ela determina a localização precisa de Judith e remotamente sela todas as saídas do compartimento onde a cientista se encontra, impedindo sua fuga.
O encontro com Mossman gera uma discussão entre as duas; a cientista tenta justificar suas ações. Alyx, determinada a não desperdiçar tempo com explicações, diz que a intenção é reconfigurar o teleportador para evacuação imediata. Judith tenta argumentar o fato de já ter programado o modulador de fluxo – processo originalmente desenvolvido em Black Mesa – deixando Alyx ainda mais revoltada com a cientista, que utilizava inovações tecnológicas desenvolvidas por seu pai para beneficiar o regime Combine.

Esgotada pela discussão, Alyx finaliza o processo de transferência de seu pai para a câmara de teleportação e instrui Judith a inserir as coordenadas do laboratório do Dr. Kleiner. Quando Eli chega à posição designada, os preparativos para a transferência são concluídos. Alyx estabelece comunicação com Kleiner e pressiona Mossman para finalização das coordenadas.
Um alarme inesperado distrai momentaneamente ambas, oportunidade que Judith aproveita para ativar o teleportador com ela e Eli. Alyx pede desesperadamente que Kleiner os intercepte, mas a cientista não entende já que ninguém havia chegado ao laboratório. Mossman redirecionara Eli para uma localização alternativa não especificada.

Lamentando o ocorrido, Alyx reconfigura o teleportador para transportá-los ao laboratório de Kleiner enquanto Gordon defende a sala contra ataques de unidades Overwatch. Quando o equipamento está novamente operacional, o ataque fica forte demais para os dois, forçando a dupla a fugir logo.
Neste momento, surgem pela primeira vez os Overwatch Elite – escalão superior dos soldados Combine, que atacam o teleportador tentando impedir a fuga. Instantes antes da destruição do equipamento, Gordon e Alyx são teleportados.

A dupla materializa-se no laboratório conforme planejado, porém em uma sala fechada. Alyx começa a chamar por Kleiner, que cautelosamente abre a porta empunhando espingarda, acompanhado por Lamarr. Ao reconhecê-los, fica aliviado e perplexo, revelando que estavam desaparecidos há uma semana, com muitos pensando que eles estavam mortos.
Aparentemente, após sua fuga, o teleportador em Nova Prospekt sofreu danos críticos resultando em uma explosão catastrófica que destruiu inteiramente a instalação. A anomalia no equipamento aparentemente causou uma forma de teleportação extremamente lenta.
A destruição de Nova Prospekt representou mais do que uma perda. Até aquele momento, os Combine mantinham controle situacional predominante: Gordon permanecia em constante fuga perseguido por Overwatch e Eli Vance – líder da resistência – encontrava-se capturado desde o ataque a Black Mesa East.
A invasão bem-sucedida da prisão por Gordon e Alyx inverteu o jogo. Freeman deixou a postura defensiva para diretamente atacar a instalação inimiga. A destruição de Nova Prospekt não apenas eliminou símbolo de opressão, mas desmoralizou forças Combine enquanto dava um sinal de esperança aos membros da resistência.
Este evento motivou uma grande rebelião na Cidade 17, que rapidamente dominou a Proteção Civil e necessitando a intervenção direta de tropas Overwatch, que mesmo com superioridade tecnológica enfrentaram dificuldades para conter a rebelião. Quando Gordon e Alyx chegam ao laboratório de Kleiner, a resistência já tinha tomado controle de boa parte da cidade, com membros tendo mais dificuldade ao se aproximar dos principais prédios da cidade.

Kleiner informa Alyx que Vortigaunts localizaram Eli na Cidadela, revelando o destino escolhido por Judith. O cientista conduz Alyx até Dog, que havia chegado ao laboratório dias antes e demonstra entusiasmo ao reencontrar sua dona. Kleiner contata Barney, que fica aliviado ao vê-los. O antigo guarda comunica que sua unidade se aproxima do centro para coordenar ataque à Cidadela, solicitando reforços.
Alyx permanece no laboratório para auxiliar Kleiner na evacuação para posição mais segura, enquanto Gordon e Dog dirigem-se à fronte. O robô demonstra capacidade combativa excepcional, abrindo passagem para Gordon e neutralizando Dropship recém-chegado, destruindo seu compartimento de carga. Quando a aeronave tenta evasão, Dog ataca novamente, separando-se de Gordon.
Freeman reencontra os colossais pilares observados em Nova Prospekt, agora obstruindo avanço da resistência através da cidade. O protagonista atravessa brevemente o mesmo edifício infiltrado durante busca inicial pelo laboratório de Kleiner. Neste cenário, observam-se Shield Scanners – variação simplificada do Manhack, utilizados para implantação de Hoppers no campo de batalha. Hoppers são minas terrestres que saltam e detonam proximamente a inimigos. Se capturadas antes da ativação (por exemplo, utilizando Gravity Gun), podem ser reprogramadas e usadas contra as forças Combine.

Na praça fronteira à estação ferroviária, resistentes executam um ato simbólico ao derrubar telão utilizado por Breen para transmissões. Ao identificarem Freeman, voluntariamente juntam-se a ele. Este segmento introduz mecânica de comando de esquadrão, permitindo ao jogador direcionar aliados para posições específicas ou instruí-los a seguirem-no.
Durante todo o percurso, Wallace Breen comunica-se com a população através de monitores e sistemas de alto-falantes, dizendo para eles pararem com a rebelião. Gordon encontra a barricada, mas Gordon da a volta através de um predio para liberar a passagem para seus aliados.

Nas zonas periféricas, enfrentam-se unidades da Proteção Civil, mas conforme vamos chegando aos prédios principais, enfrentamos tropas Overwatch que vieram com reforços. O Combate urbano é complicado, por conta do lançamento de pods contendo Headcrabs convencionais e variantes aceleradas, criando focos de infestação zombi em vários lugares.

Adiante, Gordon reencontra Alyx, que confirma ter deixado Kleiner em localização segura. Ela informa sobre centro de comando nas proximidades, onde espera obter dados sobre geradores de campo. Após infiltração bem-sucedida, Alyx identifica o gerador na praça central, dizendo que eles deveriam desativar o máximo de geradores possível para assim comprometer as defesas Combine.
Gordon da cobertura enquanto Alyx expõe núcleo do gerador, utilizando Gravity Gun para extrair esfera de energia escura que alimenta o dispositivo. Um grande contingente de Overwatch converge para posição, mas conseguem evacuar através de portão antes de serem pegos.

Alyx menciona que Barney estaria posicionado do lado do canal, mas a ponte de conexão foi destruída. Enquanto busca rota alternativa no alto de um prédio, é atacada por unidades Overwatch e, após uma breve troca de tiros, ela pede a Gordon para fugir antes de ser capturada.

O protagonista atravessa o sistema de esgoto, sendo alertado de que Barney está encurralado por atiradores de elite em um armazém abandonado. Gordon neutraliza as forças hostis utilizando granadas, libertando seu aliado. Barney informa sobre estrutura próxima convertida em quartel-general Overwatch, equipada com supressor dimensional capaz de projetar colunas plasmáticas que desintegrava na hora quem fosse atingido.
Durante infiltração, Breen dirige-se diretamente a Freeman via sistema de comunicação, responsabilizando-o por incentivar uma rebelião desnecessária e pedindo que o mesmo se rendesse – Este discurso possivelmente não foi feito diretamente para Gordon, mas sim para alienar população contra ele. Já dentro da instalação, eles desativam os geradores que alimentam o principal dispositivo defensivo da região.
Com os geradores desativados, eles enfrentam um contra-ataque das forças Overwatch. Para que a resistência tivesse controle total da área, Barney fica para manter portões abertos enquanto Gordon acessa cobertura para ativar a ponte e conectar os dois lados dos prédios. Enquanto estavam ali, um grande contra-ataque da Overwatch teve início. No entanto, a destruição do dispositivo de supressão enfraqueceu consideravelmente suas defesas. Com a ajuda fundamental de Freeman, os Striders e Gunships enviados foram sendo destruídos, um a um. E a resistência, ficava cada vez mais perto de ter a Cidade 17 sob seu controle. No meio dessa confusão Gordon reencontrou Barney e Dog.

O ex-guarda informou a Gordon que o robô estava extremamente inquieto e que havia avançado destruindo tudo em seu caminho, pois estava convencido de que Alyx havia sido detida na Cidadela. Dog, então, forçou uma passagem, parecendo indicar a Gordon a necessidade de entrar no prédio para resgatá-la. Logo após a entrada do protagonista, Barney transmitiu uma mensagem ao Doutor Breen.

Atravessando uma breve galeria subterrânea, Gordon finalmente alcança perímetro da sombria Cidadela. Em sua base operam colossais pistões que impactam periodicamente o solo – provavelmente supressores de escala urbana, dimensionados para neutralizar ameaça Antlion em toda Cidade 17. Utilizando estes pistões como plataformas de acesso, o protagonista infiltra-se na Cidadela.

Mal adentrando o local, Gordon se depara com uma série de cápsulas e, sem muitas alternativas, embarca em uma delas para prosseguir. Durante o trajeto, uma vista impressionante do interior da Cidadela se revela, oferecendo uma verdadeira imersão nas suas profundezas. Este ‘passeio’ expõe diversas facetas inéditas da base: percebe-se que a Cidadela é uma versão ampliada e mais imponente da Nova Prospekt. Além de seu papel como centro de detenção, ela também serve como uma vasta fábrica de Synths, com as linhas de montagem dessas criaturas sendo visíveis ao longo do percurso

Aqui observam-se também Stalkers – entidades praticamente irreconhecíveis como anteriormente humanas – É precisamente por isso que Alyx considerava Nova Prospekt um lugar infinitamente mais aterrorizante que qualquer prisão de segurança máxima. Lá, tanto civis inocentes quanto membros capturados da resistência eram submetidos a um destino macabro: a transformação em criaturas desumanizadas. Seus corpos passavam por mutilações e alterações drásticas, despojando-os de sua forma original para que servissem como meros trabalhadores forçados na Cidadela. Esses seres são cruciais para a operação do reator da base e sua defesa contra qualquer invasor. Em um momento peculiar, o protagonista se vê no exato cenário que apareceu por trás do G-Man no início do jogo, uma visão que sugere uma premonição ou um plano já traçado.

A cápsula, ao final de seu trajeto, deposita Freeman em uma câmara de segurança automatizada. Ali, um sistema começa a desarmá-lo e a destruir suas armas, uma a uma. Contudo, quando o raio de energia atinge a Gravity Gun, em vez de ser aniquilada, a arma absorve a carga e se torna incrivelmente mais potente. Apesar dessa falha inesperada no processo de desarmamento, o sistema acaba por liberar o caminho para Gordon. Com sua Gravity Gun agora turbinada, a infiltração na base Combine torna-se consideravelmente mais simples.

Agora, aprimorada, a arma de Gordon não só possui a força para atrair e arremessar os próprios soldados inimigos, mas também demonstra uma nova capacidade crucial: a de manipular as esferas de energia escura da Combine. Ciente da presença de Freeman, uma voz familiar – a de Breen – passa a ecoar pelos monitores, com o intuito de desmoralizá-lo e tentar persuadi-lo a mudar de lado. Armado com sua Gravity Gun amplificada e utilizando as próprias esferas de energia inimigas, Gordon consegue superar até mesmo os imponentes Striders que surgem em seu caminho, avançando cada vez mais fundo na Cidadela.

Prosseguindo em sua jornada, Gordon se vê obrigado a embarcar em mais uma cápsula. Durante este novo trajeto, ele obtém uma visão mais detalhada das complexas instalações da Cidadela. No meio do percurso, uma câmera de vigilância o reconhece. Imediatamente, seu destino é alterado, e ele é redirecionado, já desarmado, diretamente para o escritório do Doutor Breen.

Na conversa que se desenrola, algumas observações do Administrador soam bastante peculiares, e conversaremos sobre elas mais para frente. É nesse momento que Alyx chega, visivelmente preocupada com a situação. Breen, então, exige que seu soldado retire a Gravity Gun de Gordon e, com um tom irônico, agradece a Freeman por ter entregue Alyx e, em seguida, a si mesmo, acrescentando que, se soubesse de tal rendição, nem teria se dado ao trabalho de persegui-lo. O Administrador revela seu plano: com Alyx e Gordon como prisioneiros, ele teria total liberdade para negociar os termos que desejasse com os Combine.

Judith acha estranho Breen mencionar Eli como moeda de troca, argumentando que o cientista deveria ficar livre para continuar suas pesquisas. Breen responde que, graças a ela, eles já tinham tudo o que precisavam, e Mossman poderia terminar o trabalho sozinha.
Falando com Eli, Breen insiste para que ele convença a resistência a desistir, ameaçando Alyx para pressioná-lo. Quando Alyx vê Gordon, fica preocupada e se irrita com Breen quando ele menciona sua mãe. O administrador fala sobre enviá-los através de um portal Combine para a dimensão original deles.
Eli finge não se importar, mas Breen comenta que, embora não fosse o pior destino possível, o que veriam lá faria com que dificilmente acreditassem nisso. Judith tenta interferir novamente, mas é ignorada.
Em seguida, Breen se dirige a Gordon, sugerindo que ele poderia ser aceito como novo líder da resistência e convencer todos a parar de lutar. Diz que Freeman já mostrou ser o “peão perfeito” para quem o controlasse e pergunta se ele entende que está tendo a chance de fazer um contrato melhor. Breen decide se livrar dos outros para conversar a sós com Gordon.

Judith, percebendo que foi enganada, se rebela contra Breen e impede que ele leve Eli e Alyx para o portal. Breen consegue chamar os guardas antes que Mossman desligue o comunicador, e podemos ouvir os soldados batendo na porta trancada. Ele tenta convencê-la a parar, mas já é tarde demais – ela já entendeu que foi manipulada.

Enquanto ela liberta Gordon, Breen pega a Gravity Gun e atira na direção deles, fugindo na confusão. Judith fica com Eli enquanto Gordon e Alyx perseguem Breen. Antes de saírem, Judith entrega a Alyx um dispositivo parecido com um pendrive, dizendo que ela poderia precisar dele.

Durante a perseguição, veem Breen conversando com uma criatura estranha que fala sobre mandá-lo para outro mundo. Breen argumenta que não sobreviveria àquela atmosfera, mas a criatura diz que ele receberá outro corpo. Quando notam Gordon e Alyx, Breen foge e o monitor com a criatura é desligado.

Mais adiante, chegam ao local onde Breen será teleportado. Alyx fica na sala de controle para ajudar enquanto Gordon vai até onde o ex-administrador da Black Mesa está. Breen avisa que logo será transportado e que a câmara será preenchida com partículas mortais – quando isso acontecer, ele estará em outro universo enquanto Gordon será completamente destruído.
Gordon então sobe até o topo da câmara, onde o teleporte realmente aconteceria. Lá, um enorme portal se abre no céu, mostrando um mundo muito diferente com várias outras Cidadelas. Provavelmente era um dos principais planetas dos Combine.
Do portal surgem Gunships atacando Gordon, mas ele consegue atingir a máquina de teleporte com esferas de energia, causando um colapso antes que Breen fosse enviado. Embora não vemos exatamente o que aconteceu com ele, presume-se que Wallace Breen morreu na destruição do teletransportador. Alyx aparece pela janela da sala de controle e diz que eles precisavam fugir, mas mesmo de completar a frase, uma enorme explosão acontece, mas o tempo misteriosamente congela.

Em seguida, ouvimos a voz do G-Man dizendo:
“É tempo? Será mesmo que chegamos àquele tempo novamente, Doutor Freeman?“
Ele elogia o excelente trabalho que Gordon havia feito em tão pouco tempo e menciona ter recebido ótimas ofertas para seus serviços. Em situações normais, ele não consideraria aceitar essas ofertas, mas aquelas eram situações extraordinárias.

G-Man explica que, dessa vez, não daria a Gordon a ilusão de ter uma escolha livre e tomaria a liberdade de escolher em seu lugar, quando e se a sua hora chegasse novamente. Isso faz referência ao primeiro jogo(Half Life), quando G-Man havia dado a Gordon a opção entre trabalhar para ele ou enfrentar uma batalha impossível de vencer.
O misterioso personagem pede desculpas a Gordon pelo que poderia parecer uma imposição arbitrária e diz que tudo faria sentido com o tempo, mas interrompe a frase no meio, dizendo não poder falar sobre aquilo.
Em um local completamente escuro, G-Man se despede de Gordon e vai embora, deixando-o novamente aprisionado fora do tempo normal.
Existem vários aspectos importantes sobre Wallace Breen que merecem atenção:
A relação de Breen com os Combine nunca foi tão simples quanto parecia. Durante o levante na Cidade 17, ele deixa escapar seu medo quando menciona que os Advisors já começaram a duvidar dele. O alívio em sua voz ao falar sobre fazer qualquer acordo após capturar Gordon e Eli revela muito – Breen não é um parceiro dos Combine, mas sim um subordinado sob constante ameaça.
Nos alto-falantes espalhados pela cidade, Breen sempre prega sobre os “benefícios” da dominação alienígena. Será que ele realmente acredita nisso? Ou apenas repete o discurso para manter sua posição privilegiada? Difícil saber.
Uma coisa é certa: seu acordo com os invasores, por mais cruel que tenha sido, impediu o completo extermínio dos humanos. Os Combine poderiam ter simplesmente varrido a humanidade do mapa, mantendo apenas os cientistas e pessoas que julgassem úteis.
Mas existe algo mais intrigante sobre Breen. Certas frases sugerem que ele conhece o misterioso G-Man:
“Tenho boas razões para acreditar que nos últimos anos, Freeman esteve em estado que dispensava formas de se esconder.” (Nova Prospekt) Insinuando que ele tinha conhecimento de que o protagonista permaneceu em estase durante os 20 anos que se passaram.
Na Cidadela, suas palavras ficam ainda mais suspeitas:
“Gordon se mostrou ótimo peão para aqueles que o controlam“
“Você está tendo a oportunidade de fazer contrato melhor“
“Entendo que não queira falar sobre isso na frente dos seus amigos“
À primeira vista, parece que Breen está apenas tentando fazer Gordon entrar para o lado Combine. Mas com o contexto do G-Man, essas palavras ganham outro significado – insinuando que Breen sabe sobre a entidade que controla Freeman.
Se for verdade, isso explica muito sobre Black Mesa. Talvez Breen não tenha autorizado aquele desastroso experimento por acidente ou ambição científica, mas por manipulação do próprio G-Man. Ele pode ter sido forçado ou seduzido com promessas de poder.
Quanto aos Advisors – aquelas criaturas grotescas com quem Breen se comunicava – são provavelmente a verdadeira face dos Combine. Não simples soldados ou máquinas, mas os mestres que controlam o império multidimensional. Que Breen precisasse prestar contas diretamente a eles mostra tanto sua importância quanto sua vulnerabilidade. O administrador da Terra nunca passou de um fantoche com medo de ter suas cordas cortadas.
Um outro ponto interessante, mas dessa vez sobre o vourtgaunts:
Existe um personagem pouco conhecido pela maioria dos jogadores conhecido como “All-Knowing Vortigaunt” (Vortigaunt que Tudo Sabe).
Para encontrá-lo, quando estamos controlando o Airboat, logo após derrotarmos o helicóptero, há uma tubulação aberta à esquerda da barragem. Se entrarmos nela e sobrevivermos à água tóxica, chegamos a um local onde há um Vortigaunt entoando um canto estranho e um Fast Headcrab assando em uma fogueira.
Este Vortigaunt específico, repete quase todas as frases ditas pelos outros, mas também possui diálogos exclusivos que revelam segredos importantes:
- Sobre o Final de Half-Life
Ele menciona “os que eram iguais antes ainda veem Gordon na câmara de Nihilanth” e são “testemunhas de sua desaparição“.
- Gratidão e Complexidade Moral
Suas frases demonstram a gratidão dos Vortigaunts por Freeman tê-los libertado da escravidão, prometendo apoiá-lo independentemente das consequências. Ao mesmo tempo, ele menciona que “não pode esquecer dos laços que foram cortados“, provavelmente referindo-se aos Vortigaunts que Gordon matou em Half-Life. Embora não ofereça perdão explícito, tampouco demonstra rancor, sugerindo que compreende as circunstâncias enfrentadas por Gordon.
- Conexão Profunda
A frase mais enigmática talvez seja: “Nós somos você e você somos nós” – indicando uma ligação quase metafísica entre Gordon e os Vortigaunts. Outras frases revelam a confiança absoluta que depositam nele, chamando-o de “talismã para a vitória“.
- Sobre a Guerra Contra os Combine
O sábio Vortigaunt afirma que os Combine pagarão por suas ações e se mostra completamente avesso à escravidão. Declara que suas vidas “não teriam valor se não fossem gastas em liberdade” e que nessa guerra não aceitariam nada além da “vitória ou total extinção“.
- História Antiga dos Vortigaunts
Em breves comentários sobre o passado de sua espécie, menciona que “já enfrentaram momentos piores através das eras” e “não temem intervalos de escuridão“. Contraditoriamente, diz também que “aguentaram situações semelhantes por bilhões de anos“, mas que mesmo assim “um pequeno momento de servidão lhes parecia intolerável“.
- O Mistério de Gordon Freeman
Por fim, ele faz observações estranhas sobre o próprio Gordon. Revela que “a mente de Gordon é opaca” e que, apesar de o verem como irmão, “sua razão e propósito eram mistério para eles” – sugerindo que os Vortigaunts percebem algo anormal na natureza ou missão de Freeman.
“Olhos distantes enxergam através dos de Gordon.“
Esta frase sugere que alguém ou algo está literalmente observando o mundo através de Freeman, como se ele fosse uma janela ou um instrumento de vigilância. O protagonista silencioso pode ser muito mais do que parece – talvez um veículo para entidades maiores.
Em outra revelação, o Vortigaunt diz:
“Se ele pudesse ver esses outros olhos enxergar as mentes que havia em sua mente, ele entenderia tudo o que partilhamos.“
Isso indica que Gordon não está apenas sendo observado, mas que existem consciências operando dentro de sua própria mente. A conexão entre Freeman e os Vortigaunts parece transcender o físico, sugerindo uma ligação psíquica ou interdimensional que o próprio protagonista desconhece.
“Algo secreto governa ambos, mas não devemos citar seu nome.“
Esta afirmação sugere fortemente que existe uma força superior controlando tanto Gordon quanto os Vortigaunts – algo tão poderoso ou temível que nem mesmo pode ser nomeado. Esta entidade misteriosa provavelmente está acima do G-Man na hierarquia cósmica. É crucial lembrar que o G-Man é frequentemente descrito como um “sinistro burocrata interdimensional”, provavelmente apenas um mensageiro que executa ações de maneira controlada. O que quer que esteja por trás dele é algo muito maior e mais misterioso.
Half-life 2: Episode 1

Gordon tem flashbacks dos eventos anteriores. A cena revela: Alyx sendo salva da explosão do teletransportador pelos Vortigaunts.

Em uma dimensão paralela onde Gordon estava aprisionado, vemos o G-Man aparecendo. Inicialmente, ele parece tranquilo, até perceber algo incomum. Ao observar melhor, nota que está cercado por Vortigaunts e começa a demonstrar clara preocupação. O G-Man então diz apenas: “Vamos ver então…“

É neste momento que os Vortigaunts usam seu poder coletivo para resgatar Gordon, levando-o de volta à Terra. Esta cena revela pela primeira vez o verdadeiro poder dos Vortigaunts unidos – eles conseguem atravessar dimensões, teletransportar e até mesmo interferir diretamente nas atividades do G-Man, neutralizando temporariamente sua influência.
Este evento é crucial pois mostra que o G-Man não é onipotente – ele possui limitações e fraquezas como qualquer outro ser. Vale notar que o G-Man deliberadamente escolheu não salvar Alyx e pretendia simplesmente “armazenar” Gordon novamente até receber outra tarefa, como fez ao final do primeiro Half-Life. Se não fosse pela intervenção dos Vortigaunts, o futuro da humanidade estaria comprometido.

De volta à Cidadela, Dog remove os escombros para encontrar Gordon. Ao vê-lo, Alyx fica visivelmente aliviada.
De acordo com Marc Laidlaw, roteirista principal da série, o tempo entre o final de Half-Life 2 (quando o G-Man aprisiona Gordon) e o início de Half-Life 2: Episódio 1 é de alguns dias. Isto explica por que Alyx estava procurando por Gordon durante todo esse tempo – ela não foi aprisionada pelo G-Man como o físico, e provavelmente estava investigando seu desaparecimento entre os escombros da Cidadela.

Ela imediatamente envia mensagem ao seu pai, Eli, informando que Gordon está bem e que ambos ainda estão na Cidadela – sem saber que o local estava prestes a explodir a qualquer momento.
Kleiner, surpreso ao descobrir que os dois ainda estão dentro da Cidadela, explica que a única chance de escapar, seria atrasar o derretimento do reator nuclear. Sem alternativas, Eli concorda com o plano arriscado e deseja sorte à dupla.

Ao entrarem na Cidadela danificada, Gordon e Alyx testemunham o imenso rastro de destruição causado pela explosão. Durante sua jornada, encontram Stalkers tentando bloquear seu caminho. Alyx sente compaixão ao reconhecer que eram antigos membros da Resistência, transformados como punição por sua rebeldia, e pede a Gordon que os deixe as rollermines “fazer sua parte”. Neste momento, vemos que até mesmo os Combine estão tentando fugir desesperadamente do local condenado.

Mais adiante, eles chegam a um ambiente repleto de luzes vermelhas e cápsulas nas paredes. Alyx acessa um terminal e se assusta momentaneamente ao pensar que Wallace Breen estava vivo, mas logo percebe que se trata apenas de uma gravação. Nos monitores, aparece um Advisor emitindo sinais de alerta para as forças Combine ainda presentes na Cidadela.

Eles observam um Advisor fugindo dentro de seu Pod – uma cápsula especial que serve como transporte e proteção para estas criaturas misteriosas. Antes de partir, o Advisor usa seus poderes telepáticos para atacar brevemente Gordon e Alyx, única ação ofensiva possível naquele momento, antes de escapar do local em colapso.

Após enfrentarem diversos soldados e Synths Combine, Alyx e Gordon localizam a sala de controle do núcleo, que estranhamente já havia sido tomada pelos Combine. Alyx abre caminho para que Gordon possa acessar os controles principais e executar sua missão crucial: atrasar a explosão do reator para dar tempo suficiente à evacuação da Cidade 17.

Na câmara do núcleo, há um detalhe interessante sobre os Stalkers, eles só atacam caso sejam agredidas primeiro, revelando vestígios de sua antiga humanidade. Superando vários Stalkers e soldados hostis, Gordon consegue estabilizar temporariamente o reator e retorna para encontrar Alyx.

Ao se reunirem, Alyx faz uma descoberta alarmante: os Combine estão tentando explorar a destruição da Cidadela para estabelecer comunicação com seu mundo natal alienígena. Durante sua investigação, ela intercepta uma gravação extremamente importante – uma transmissão de Judith Mossman para a Resistência.

Na mensagem, Mossman revela estar em uma base remota da Resistência no Ártico, onde teriam localizado um projeto secreto com potencial para mudar o rumo do conflito. Esse projeto é identificado como o Borealis, o lendário navio quebra-gelo da Aperture Science que desapareceu misteriosamente anos antes. Embora não seja o foco principal deste episódio, o Borealis começa a ser estabelecido como um elemento crucial para a trama futura.

Durante a gravação, uma nova e aterrorizante criatura aparece – o Hunter, um Synth Combine menor e mais ágil. A transmissão é interrompida abruptamente, deixando dúvidas sobre o destino de Mossman.

Com o tempo se esgotando, Gordon e Alyx decidem escapar da Cidadela utilizando um trem Combine, descobrindo que era um transporte para Stalkers.

Durante a fuga, o trem perde o controle e descarrilha, forçando a dupla a seguir por túneis subterrâneos, completamente escuros e infestados de zumbis. Um detalhe significativo é que os Antlions começam a invadir a Cidade 17, pois os enormes pistões conhecidos como Restrictors ao redor da Cidadela pararam de funcionar, não mais impedindo sua entrada.

É neste cenário sombrio que surge uma nova ameaça: o “Zombine” – termo falado por Alyx para descrever soldados Combine infectados por Headcrabs. Essa variante zumbi é particularmente perigosa: extremamente resistente e mortal à curta distância. Se Gordon estiver desatento, pode ser eliminado por apenas uma granada carregada por esses inimigos.
O surgimento dos Zombines é uma evidência clara de que os Combine estão perdendo o controle sobre a Cidade 17.

Após superarem os perigos dos túneis, Gordon e Alyx finalmente chegam à superfície, apenas para descobrir que toda a cidade está destruída devido aos stryders.

Em telões pela cidade, uma mensagem pré-gravada do Dr. Kleiner transmite informações cruciais:
- Os cidadãos devem evacuar a Cidade 17 imediatamente através de rotas de transporte restauradas pela Resistência
- Os campos de supressão foram desativados, permitindo novamente a reprodução humana normal – Kleiner sugere que é o momento ideal para “repopular a espécie” antes que os Combine recuperem o controle
- A desestabilização do reator da Cidadela causou o fechamento temporário de todos os portais para o mundo Combine, isolando as forças alienígenas presentes na Terra
- Este isolamento é apenas temporário, e Kleiner alerta que, assim como no incidente de Black Mesa, os Combine podem explorar a situação atual para aumentar sua presença no planeta
- Na parte final da transmissão, Kleiner revela algo profundamente significativo: o maior medo dos Combine não são armas convencionais, mas sim o intelecto humano e nossos avanços tecnológicos. Este é o “fator diferencial” que a raça alienígena tenta desesperadamente explorar, até agora sem sucesso.

Progredindo pela cidade em ruínas, Gordon e Alyx enfrentam Antlions que invadiram completamente a Cidade 17. O caos é visível em toda parte – exatamente o cenário que teria se desenvolvido muito antes se Gordon não houvesse atrasado o derretimento do reator da Cidadela.
Entre combates contra soldados e snipers Combine, a dupla alcança um prédio controlado pelo inimigo. Após eliminar vários soldados, chegam a uma sala de controle onde se deparam novamente com um Advisor observando-os através dos monitores. Este momento esclarece um ponto crucial: estas criaturas estão monitorando Gordon e Alyx obsessivamente, sugerindo que a inteligência e capacidades dos dois são extremamente valiosas para eles.

Ao saírem do prédio, Gordon e Alyx encontram um Antlion Guard no meio da cidade – algo completamente incomum que reforça o colapso total do controle Combine sobre a Cidade 17. Com a ajuda de Alyx, Gordon supera vários zumbis e soldados até chegar a um ponto onde membros da Resistência estão presentes.
Um membro da Resistência convida Gordon para entrar em um prédio onde civis estão abrigados. O homem explica que estão reunindo o máximo possível de sobreviventes para levá-los a uma estação de trem, de onde planejam escapar da cidade condenada.

Dentro do prédio, um dos membros da Resistência pergunta se Alyx é filha do Dr. Kleiner. Ela responde ironicamente que é filha de Odessa Cubbage – uma figura conhecida de Half-Life 2, que forneceu o lança-mísseis RPG para Gordon abater um Gunship Combine em Nova Prospekt.
A situação se torna cada vez mais desesperadora, com a explosão da Cidadela se aproximando e os sobreviventes lutando contra o tempo para escapar de uma cidade literalmente desmoronando sob seus pés.

No mesmo prédio onde os membros da Resistência se abrigam, Gordon e Alyx encontram Barney Calhoun, que expressa imenso alívio ao ver que ambos estão vivos. Enquanto conversam, uma explosão destrói um edifício próximo, destacando a urgência da situação.

Barney explica o plano de evacuação da Cidade 17 e, para acelerar o processo, abre um caminho alternativo para Gordon. Neste momento icônico, ele entrega ao físico um novo pé de cabra, advertindo-o para não perdê-lo novamente, pois esse seria o último.
Barney chama Gordon de sortudo por ter Alyx como companheira, sugerindo uma admiração pela jovem Vance e possivelmente reconhecendo a forte parceria que se desenvolveu entre os dois protagonistas.

Seguindo a rota de fuga planejada, Gordon e Alyx são forçados a desviar para um hospital abandonado após encontrarem um Gunship Combine patrulhando a área. Alyx sugere buscar suprimentos médicos no local, mas o que encontram é um cenário desolador: cadáveres por toda parte e um conflito intenso entre as várias espécies alienígenas que agora disputam território na cidade em colapso.

Em um momento tenso, Gordon cai através do piso danificado e precisa encontrar um caminho alternativo para reunir-se com Alyx.

Ao finalmente saírem do hospital, chegam à estação de trem planejada, mas câmeras de vigilância Combine detectam sua presença, revelando sua localização ao inimigo. Barney, satisfeito ao ver que a rota deu certo, começa os preparativos para evacuar os civis o mais rapidamente possível.
As forças Combine, alertadas sobre a presença dos fugitivos mais procurados, lançam um ataque massivo contra a estação, empregando tanques, minas terrestres e as tropas de elite Overwatch. Gordon consegue defender o local tempo suficiente para garantir a segurança dos civis.

Alyx toma uma decisão estratégica: sugere que Barney parta primeiro com os refugiados, enquanto ela e Gordon distraem os Combine, já que os soldados estão prioritariamente atrás deles dois, não de Barney. Então o ex-guarda de Black Mesa parte com o primeiro trem de evacuados.

A dupla tenta alcançar outro trem para sua própria fuga, mas um Strider bloqueia o caminho de Gordon. Forçado a confrontar a criatura mecânica, o físico consegue destruí-la e se reunir novamente com Alyx.

Finalmente, os dois embarcam em um trem e, momentaneamente, parecem estar seguros. Contudo, um GUNSHIP tenta interferir em sua fuga, mas acaba colidindo violentamente contra a parede do túnel, explodindo em seguida.

Aqui Gordon e Alyx testemunham a aceleração do processo de derretimento do reator da Cidadela. E Fica claro que a estrutura está prestes a explodir, o que permitirá a transmissão entre os mundos Combine e Terra.

Neste momento dramático, vários AdvisorsPODs são vistos sobrevoando a Cidade 17, escapando da iminente explosão. Ao passarem perto do trem de Gordon e Alyx, eles ferem telepaticamente os dois protagonistas.

A última palavra ouvida no episódio é Alyx chamando desesperadamente por Gordon antes da tela ficar completamente branca.
O paradeiro de Barney Calhoun e dos refugiados em seu trem permanece um mistério não resolvido na saga. A última vez que são vistos é quando partem da estação, momentos antes de Gordon e Alyx. Como seu trem partiu com considerável antecedência, presume-se que tenham conseguido escapar a salvo da explosão da Cidadela.
Antes da destruição da Cidadela, os Combine perderam sua única ligação com seu mundo natal quando o teletransportador que Dr. Breen planejava usar para escapar explodiu. Esta explosão desestabilizou severamente o núcleo da Cidadela, essencialmente isolando as forças Combine na Terra de seu império interdimensional.
Diante desta situação crítica de isolamento, os Combine adotaram uma estratégia extrema: sacrificar deliberadamente a Cidadela. Em vez de tentar salvar a estrutura, decidiram explorar sua iminente destruição como uma oportunidade. Desativaram propositalmente os três sistemas de contenção que mantinham os níveis de energia escura dentro de parâmetros seguros, acelerando o processo de colapso do reator.
O objetivo desta manobra desesperada era transformar a explosão da Cidadela em um evento de tal magnitude que pudesse gerar um “superportal” – uma anomalia espacial maciça capaz de restabelecer a comunicação com seu mundo natal e potencialmente permitir a chegada de reforços.
Quando Gordon reativa os sistemas de contenção durante sua missão na Cidadela, ele consegue apenas atrasar o inevitável. O núcleo já havia absorvido uma quantidade crítica de massa energética escura, ultrapassando um ponto que não tinha mais retorno. Os sistemas de contenção poderiam apenas desacelerar o processo de fusão, mas não impedir a explosão final.
Esta intervenção, embora temporária, foi crucial para permitir a evacuação parcial da Cidade 17, salvando inúmeras vidas humanas. Contudo, do ponto de vista estratégico, apenas atrasou o plano Combine por algumas horas.
Um detalhe significativo é que, provavelmente assim que Alyx e Gordon deixaram a sala de controle do núcleo, as forças Combine retomaram o controle da área e continuaram com seu plano original. Reverteram as alterações feitas pela dupla e garantiram que o processo de desestabilização seguisse conforme planejado.
Isso explica por que, apesar dos esforços dos protagonistas, a Cidadela acaba explodindo no final do episódio. Não foi um fracasso de Gordon e Alyx, mas sim parte de um plano Combine mais amplo que eles conseguiram interromper temporariamente.
Half-Life 2: Episode 2

Half-Life2: Episódio 2 começa revelando que Gordon e Alyx sobreviveram à explosão da Cidadela, embora seu trem tenha descarrilado com o impacto da onda de choque. Gordon recupera a consciência dentro do vagão tombado, sugerindo que no momento final de Half-Life2: Episódio 1 – durante o clarão branco – eles buscaram abrigo dentro do trem para se protegerem da explosão.

Alyx, já acordada e explorando os arredores, utiliza a Gravity Gun para resgatar Gordon dos escombros do trem. Visivelmente aliviada, ela expressa sua preocupação com o desaparecimento momentâneo do físico. Alyx menciona ter ouvido uivos de Vortigaunts nas proximidades minutos antes, propondo que a próxima etapa lógica seria encontrá-los para obter assistência durante a perigosa jornada que têm pela frente.

O primeiro capítulo do Half-Life2: Episódio 2, é “Para White Forest”,e oferece uma visão panorâmica impressionante da Cidadela em ruínas e da Cidade 17 completamente devastada. A destruição é comparável à causada por uma bomba atômica – um testemunho do imenso poder liberado pela energia escura do núcleo da Cidadela.
Enquanto observam a devastação, uma intensa tempestade de portais surge no horizonte, um fenômeno de instabilidade dimensional que Alyx compara aos eventos que testemunhou durante sua infância, referindo-se especificamente aos primeiros dias da invasão Combine. Esta comparação estabelece um paralelo direto entre as consequências da atual explosão da Cidadela e os efeitos secundários da Ressonância em Cascata que ocorreu em Black Mesa 20 anos atrás.

Uma poderosa onda de choque dimensional destrói a ponte onde os protagonistas estavam momentos antes, simultaneamente revelando uma passagem que Alyx não havia notado anteriormente. Esta entrada leva a uma mina abandonada que a Resistência havia utilizado como refúgio temporário, agora completamente infestada por Headcrabs e Antlions.

Ao explorar, Gordon e Alyx encontram uma sala de comunicações e vestígios da presença de soldados Combine, indicando que as forças alienígenas já conheciam esta instalação da Resistência. Esta descoberta sugere que poucos lugares na Terra permanecem verdadeiramente desconhecidos ao invasor.

Dentro da sala de comunicações, Gordon coloca o equipamento em funcionamento, permitindo que Alyx estabeleça contato com a base principal da Resistência: White Forest. Este local estratégico, antes uma instalação militar humana para lançamento de mísseis, agora serve como o principal posto da Resistência contra os Combine.
A transmissão bem-sucedida revela Dr. Kleiner e Eli Vance, ambos visivelmente surpresos e aliviados ao descobrirem que Gordon e Alyx escaparam da Cidade 17 sem ferimentos graves. A conversa rapidamente se volta para assuntos mais urgentes quando Kleiner explica as implicações catastróficas da explosão da Cidadela.
Dr. Kleiner explica que a explosão do núcleo gerou feixes de energia escura que formaram o que ele descreve como “um superportal em sua infância”, capaz de amadurecer com o tempo até atingir plena funcionalidade. Eli adiciona gravemente que esta anomalia espacial permitirá aos Combine trazer reforços massivos de seu mundo para a Terra.
Em um momento sombrio de clareza, Eli prevê que caso o portal atinja sua maturidade plena, uma segunda “Guerra das Sete Horas” ocorrerá – referindo-se à rápida conquista inicial da Terra pelos Combine. Contudo, ele adverte que desta vez o conflito não durará apenas sete horas, considerando dois fatores críticos:
- A drástica redução da população humana durante as duas décadas de ocupação Combine
- Progresso tecnológico humano praticamente estagnado quando comparado ao arsenal alienígena constantemente aprimorado.
É importante destacar que o efeito do superportal apresenta similaridades com o evento catastrófico da Ressonância em Cascata em Black Mesa. Ambos fenômenos são caracterizados por extrema instabilidade dimensional, manifestando-se através de tempestades de portais que afetam vastas áreas do planeta.
A diferença crucial é que o superportal segue um desenvolvimento mais gradual até atingir seu estágio final, durante o qual continua a drenar a energia escura que vem da Cidadela destruída, enquanto cria tempestades de portais secundários ao redor do globo.
Anteriormente no episódio 1 de half life 2 é relevado a importância do pacote de dados que Alyx conseguiu extrair da Cidadela momentos antes de sua destruição. Alyx sabia que estes dados eram muitos valiosos para os aliens, ja que os Combine pretendiam enviar urgentemente para seu mundo natal, e perseguiram de todas as formas Gordon e Alyx até onde podiam.
Com a destruição do reator de fusão negra usado por Wallace Breen para comunicação interdimensional, os Combine perderam sua única forma de contato direto com seu mundo de origem. Este isolamento forçado explica sua decisão desesperada de sacrificar a própria Cidadela – um último recurso para gerar um evento catastrófico potente o suficiente para criar um superportal.
Alyx armazenou os dados roubados em um dispositivo chamado “MB Tool”, fornecido por Judith Mossman no final de Half-Life 2. Durante a comunicação com White Forest, Dr. Kleiner expressa surpresa sobre o valor destes dados, sugerindo que possam conter o código específico do portal Combine – informação potencialmente revolucionária para a Resistência.
Neste ponto, somos apresentados ao Dr. Arne Magnusson, um cientista aparentemente conhecido por Gordon dos tempos de Black Mesa, embora nunca tenhamos interagido com ele nos jogos anteriores. Magnusson demonstra uma personalidade egocêntrica e direta, focando-se exclusivamente na importância estratégica dos dados, com pouca consideração pelo bem-estar de Gordon e Alyx.

Magnusson revela que o pacote de dados contém não apenas o código do portal, mas também coordenadas precisas da localização do portal e o código de contato para o mundo superior da hierarquia Combine – uma informação que poderia permitir à Resistência interromper ou interferir nas comunicações alienígenas.
Uma revelação paralela esclarece a ausência de Judith Mossman: ela foi enviada ao Ártico por ordem de Magnusson, em busca do mesmo código que Alyx agora possui.
Um detalhe intrigante é que a transmissão direta de Judith do Ártico para a Resistência foi provavelmente interceptada pelos Combine, deixando em aberto a origem real do código em posse de Alyx – se foi extraído na sala de controle do núcleo, ou se foi obtida através da transmissão de Mossman.
Igualmente significativo é que a Resistência aparentemente ainda não tem conhecimento do conteúdo completo da transmissão de Judith Mossman, sugerindo que o vídeo foi interceptado antes de chegar aos computadores da base rebelde, sendo redirecionado para os sistemas da Cidadela onde Alyx posteriormente o acessou.

A comunicação com White Forest é interrompida por interferência Combine, marcada pela primeira aparição de uma voz robótica. Logo em seguida, um helicóptero Hunter sobrevoa o local, confirmando que os protagonistas continuam sendo caçados pelos alienígenas determinados a recuperar os dados roubados.

Prosseguindo por outra passagem subterrânea que leva ao centro da Victory Mine, Gordon encontra um Hunter – a mesma criatura bípede vista na gravação de Mossman. Em um confronto brutal, Alyx é gravemente ferida pelo Hunter, que abandona o local após o ataque.

Devido ao impacto Gordon perde brevemente a consciência e, ao despertar, vê Alyx prestes a ser devorada por um Antlion. O momento crítico é interrompido pela intervenção salvadora de um Vortigaunt, que resgata Alyx e posteriormente ajuda Gordon a sair dos escombros.

O Vortigaunt explica que o estado de Alyx é grave e que precisa de reforços de sua própria espécie para curá-la. Comunica-se com outros Vortigaunts usando sua linguagem nativa (voltiguês), revelando que seus companheiros estão abrigados nas profundezas da mina.

Durante a separação temporária de seu aliado alienígena, Gordon recupera seu icônico pé de cabra, que estava emperrando as engrenagens de um elevador. Ao remover a ferramenta, ele cai em um abismo, o que faz com ele e o Vortigaunt siguam caminhos diferentes com a intenção de se reencontrarem adiante.

Esta separação leva Gordon a descobrir uma caverna impressionante repleta de gigantescas larvas de Antlion, conhecidas como Antlion Grubs. O cenário introduz também uma nova espécie, os Antlion Workers, cuja função biológica é proteger e acolher as larvas.

Os Antlion Workers representam uma fascinante evolução da espécie Antlion já conhecida. Diferente de seus primos guerreiros, estes exemplares subterrâneos possuem notável bioluminescência e a capacidade de expelir ácidos potentes com toxinas letais. Esta secreção ácida serve como arma defensiva e como ferramenta para escavar pequenos túneis que abrigam larvas e armazenam alimentos.

Após sua queda através de um abismo na mina, Gordon encontra um posto avançado da Resistência estabelecido nas profundezas da Victory Mine. Aqui ele conhece dois novos personagens, Griggs e Sheckley, membros dedicados da Resistência encarregados de proteger este importante ponto estratégico.

O Vortigaunt que resgatou Alyx, identificado como Victory Mine Vortigaunt, informa que a condição dela é crítica – à beira da morte. Ele explica que precisará da assistência de outros de sua espécie e que não pode interromper seu trabalho atual de manter os sinais vitais de Alyx estabilizados.

Griggs e Sheckley explicam a Gordon como funciona o sistema de alerta que desenvolveram para detectar Antlions nas proximidades: luzes reutilizadas de semáforos conectadas a sensores estrategicamente posicionados nas entradas das cavernas. Este sistema permite que a pequena equipe se prepare para ataques iminentes.
Griggs acredita que os Antlions só ficam irritados quando suas larvas são incomodadas ou mortas. Já Sheckley não quer arriscar testar essa teoria.
Quando Gordon chega e as luzes de alerta se acendem ao mesmo tempo, isso parece provar que Griggs estava certo. Ou seja, mexer com as larvas realmente deixa os Antlions adultos agressivos.

O que começou como algo que dava para controlar rapidamente vira uma batalha intensa para se defenderem. Depois das primeiras ondas de Antlions atacando, a coisa fica ainda pior quando luzes se acendem ao mesmo tempo nas quatro entradas da caverna. Mas o que parecia ser um ataque gigante de insetos alienígenas acaba sendo, em parte, a chegada dos Vortigaunts como reforço para ajudar a Alyx.

A batalha de verdade começa quando os alarmes tocam em todas as entradas, avisando que os Antlions estão atacando. Essa luta fica muito mais fácil por causa dos Vortigaunts, que usam seus poderes elétricos e conseguem se curar, sendo essenciais para afastar os invasores.

Depois que a situação se acalma, os Vortigaunts conversam sobre qual é o melhor tratamento para a Alyx. Eles chegam à conclusão de que precisam pegar um extrato especial que só algumas larvas raras produzem. Essas larvas ficam numa parte bem funda da mina chamada de Ninho Sagrado.

Seguindo o Vortigaunt, Gordon vai mais fundo nas cavernas cheias de Antlions. O cenário mostra como esses aliens vivem: ovos grandes protegidos por teias grossas e corpos humanos guardados em casulos, provando que tanto as larvas quanto os insetos adultos comem carne. Os restos mortais podem indicar que essas pessoas foram trazidas para lá ou que outros humanos já tentaram buscar o extrato valioso das larvas antes, mas acabaram morrendo.
A jornada leva a dupla a uma seção da mina tomada por zombies headcrab, exigindo que Gordon resolva uma série de quebra-cabeças ambientais para prosseguir. Eventualmente, eles descobrem uma área que havia sido ocupada por soldados Overwatch, com evidências de um Dropship Container usado para transporte de tropas em massa – indicando operações Combine recentes nesta área aparentemente remota.

Usando elevadores separados que podem comportar apenas uma pessoa por vez, Gordon e o Vortigaunt finalmente reencontram-se em uma área onde testemunham um fenômeno surpreendente: diferentes espécies alienígenas em conflito entre si.

O ponto alto desta parte mostra o Antlion Guardian, uma versão especializada que nunca foi vista antes. O Vortigaunt explica uma diferença importante entre o Antlion Guard (que protege as entradas dos ninhos e aparece mais na superfície) e o Antlion Guardian (defensor interno dos ninhos, adaptado para ambientes de escuridão total com sua bioluminescência característica).
É preciso dividir as tarefas quando o Vortigaunt, que consegue sentir o cheiro do extrato raro no fundo do ninho, precisa descer por um elevador que só funciona se alguém o ativar manualmente. Gordon fica responsável por encontrar um jeito de fazer esse mecanismo funcionar, mas recebe um aviso muito importante: se matar o Guardian, isso liberaria um cheiro que tornaria o extrato curativo inútil. O Guardian não pode ser ferido pelas armas normais que o jogador tem, então é preciso fugir dele em vez de tentar lutar.

A perseguição pelos túneis cavados pelos Antlion Workers é um dos momentos mais tensos do Episódio 2. Gordon não consegue enfrentar diretamente o poderoso Antlion Guardian, então é obrigado a usar uma estratégia completamente diferente das lutas diretas que são comuns na série. O labirinto de túneis ácidos serve tanto como esconderijo quanto como rota de fuga, enquanto o protagonista navega com cuidado em direção ao poço mais fundo que vai dar acesso ao elevador.

Após acionar o mecanismo do elevador, Gordon reúne-se ao Vortigaunt, que finalmente localiza o ninho contendo o precioso extrato larval. Utilizando seus poderes para extrair a essência sem perturbar o Guardian, o Vortigaunt obtém com sucesso o composto vital para o tratamento de Alyx.

Durante o retorno, ocorre um fascinante diálogo filosófico. O Vortigaunt observa que Freeman possui características que ele acreditava serem exclusivas de sua própria espécie.
O Vortigaunt revela também que sua espécie já praticou a criação de Antlions como uma forma de “cultivo” – uma prática ancestral para obter compostos valiosos, principalmente os extratos larvais.
A frase misteriosa sobre os extratos “dissolverem os falsos véus que dividem a essência dos Vortigaunts” dá uma pequena ideia da filosofia e biologia complexa dessa espécie alienígena. Como você notou, essa declaração pode ser entendida de várias maneiras:
- Os extratos podem funcionar como um composto de ritual que fortalece a conexão psíquica coletiva entre os Vortigaunts, conhecida como Vortessence
- O extrato pode ter propriedades que permitem aos Vortigaunts transcender barreiras dimensionais, possivelmente relacionado à sua capacidade de perceber o G-Man
- A substância pode funcionar como um elemento que ativa rituais específicos, ajudando a manter a união cultural e espiritual da espécie
A Vortessence, mencionada como um conceito básico da existência Vortigaunt, é confirmada como uma espécie de campo de energia coletivo ou consciência dividida que conecta todos os membros da espécie. A afirmação de que “apenas os próprios Vortigaunts conseguem ver” essa energia sugere uma forma de percepção completamente alienígena e que os humanos não conseguem acessar.

Com Alyx quase morta os Vortigaunts formam um círculo ritual ao redor dela e canalizam energias misteriosas através do extrato larval.
Este ritual vai além da cura física, entrando no campo do sobrenatural dentro do universo de Half-Life. Os Vortigaunts canalizam eletricidade verde-amarelada típica deles, criando um campo de energia que deixa Alyx suspensa no ar enquanto restauram suas funções vitais. O brilho que aumenta e as correntes de energia que conectam todos os participantes mostram de forma concreta o conceito abstrato da Vortessence – a energia vital compartilhada que une os Vortigaunts.
Durante o ritual, há um momento breve em que Gordon parece ter uma visão ou experiência de outra dimensão. Esta interrupção momentânea, onde o tempo parece parar, está diretamente ligada ao G-Man e tem consequências importantes para a história.
O ritual de cura não apenas salva Alyx, mas sem querer interfere na conexão entre Gordon e o G-Man, criando um ponto importante na história.
G-Man, aproveitando que os Vortigaunts estão com toda sua energia concentrada em salvar Alyx, consegue criar um momento privado com Gordon Freeman.

Ele explica claramente que precisou esperar os Vortigaunts estarem distraídos para conseguir acessar Gordon. Esta confirmação é crucial, pois estabelece que os Vortigaunts possuem a capacidade de interferir nos poderes do G-Man e impedir seu acesso a Freeman – uma importante limitação ao seu aparente poder quase omnipotente.

O G-Man faz uma observação provocativa sobre como “nenhum Vortigaunt se preocupava com Alyx quando ela era criança“, ao contrário de agora onde eles arriscam tudo para salvá-la. Em vez disso, ele lembra que na época de Black Mesa, “a única experiência da humanidade era o pé de cabra“, usado para matar os alienígenas nos corredores e laboratórios.
Esta referência direta às ações de Gordon, Adrian Shephard e outros humanos que precisavam revidar os ataques hostis doas aliens quando necessário.
Em uma revelação surpreendente, o G-Man confirma que foi ele quem tirou Alyx de Black Mesa antes da explosão nuclear, agindo contra ordens superiores. Esta intervenção revela que:
- O G-Man tem superiores a quem responde
- Seus superiores consideravam Alyx “inútil” por ser apenas uma criança
- O G-Man ocasionalmente desobedece ordens quando acredita que há valor estratégico em fazê-lo

- O G-Man revela também que ignora ordens apenas “quando silenciar pessoalmente estivesse fora de questão” – ou seja, quando é proibido de matar diretamente quem se opõe aos seus planos. Neste momento a imagem de Wallace Breen pisca brevemente no monitor.
Esta breve aparição sugere fortemente que Breen era o “alguém” mencionado pelo G-Man – um obstáculo que ele não podia eliminar pessoalmente. Isto explicaria por que o G-Man contratou Gordon Freeman – para fazer o trabalho que ele próprio estava proibido de realizar.
O salvamento de Alyx parece ter sido uma decisão estratégica baseada em uma previsão de que ela seria uma grande aliada em potencial 20 anos depois para ajudar Gordon contra os Combine. A frieza com que o G-Man menciona que “ela seria descartada” depois de cumprir seu propósito, reforça sua visão utilitária dos humanos como meras peças em seu jogo cósmico.
Assim como no início de Half-Life 2, o G-Man mostra a Gordon locais do passado (a entrada do laboratório de materiais anômalos) seguidos por locais que ele ainda visitará:
- O foguete de Magnuson na base White Forest
- A misteriosa base da resistência no Ártico

A visão da base no Ártico com batalhas intensas entre soldados Overwatch e membros da Resistência sugere eventos dramáticos planejados para o nunca lançado Episode Three ou Half-Life 3, com a possibilidade de Gordon encontrar muitos de seus aliados mortos ao chegar lá.
O G-Man conclui afirmando que Gordon precisa pagar uma dívida para garantir sua própria sobrevivência. Esta dívida parece estar diretamente relacionada ao salvamento de Alyx em Black Mesa, estabelecendo as bases para o devastador clímax do Episódio 2.
Com os Vortigaunts tendo retirado Gordon de seu controle, o G-Man se vê forçado a recalcular sua estratégia. Seu objetivo imediato torna-se garantir que Freeman não morresse em um futuro próximo – uma preocupação justificada por não querer “desperdiçar seus investimentos”.
Esta declaração revela a perspectiva utilitária que o G-Man tem de Gordon – não como uma pessoa, mas como um ativo valioso
Em seguida, o G-Man faz um pedido direto a Gordon: que “conduza Alyx com segurança“. ele confessa que “gostaria de fazer muito mais pelo protagonista que apenas ficar observando“, revelando uma frustração.
G-man também explica que esta limitação deve-se a restrições de seus superiores.

No momento mais importante do encontro, o G-Man permite que Gordon veja sua interação com Alyx. Falando com ela enquanto ainda está dormindo, mas consciente, ele diz para ela escutar com atenção e passar uma mensagem específica para seu pai: “Prepare-se para consequências imprevistas.”
Após transmitir esta mensagem, Alyx acorda e a consciência de Freeman volta para a dimensão normal. Durante toda esta cena, percebe-se que a personalidade do misterioso personagem é bem mais humana que o normal. Ele demonstra compreensão pelos momentos de sufoco que Alyx e o cientista passam apesar de tudo que ocorreu – uma empatia raramente vista no comportamento tipicamente frio e calculista do G-Man.
Um detalhe crucial é o fato dele não estar com sua maleta:
A maleta em cenas anteriores com Gordon ou Shepard possivelmente indica que ele está ali apenas para obedecer seus superiores – representando seu “momento de trabalho”
A ausência da maleta sugere que ele não está exatamente em posto de trabalho

Esta conversa permitiria que G-Man poderia interromper o momento para falar algo que ele estava guardando, sem a ordem de seus superiores, seria uma conversa casual e pessoal que ele gostaria de ter. Voltando a si, Alyx levanta aos poucos com a assistência do Vortigaunts aliado, e juntos entram no elevador para continuar sua jornada.
Neste momento, é possível ouvir que os Vortigaunts irão continuar a caçar advisors – estabelecendo uma missão paralela dos Vortigaunts contra os líderes Combine que continuará independentemente do caminho de Gordon e Alyx.
A turma se despede e os três personagens (Gordon, Alyx e o Vortigaunt) chegam à saída da mina, onde se deparam novamente com o antlion Guardian, dessa vez mais furioso que nunca.
O Vortigaunt explica que essa raiva mais intensa acontece por causa da invasão no ninho deles e do roubo do extrato valioso. Ele diz que se o Guardian bloquear o caminho, não teriam outra escolha além de matá-lo – criando um dilema moral sobre as consequências de mexer no ecossistema dos Antlions.

Este confronto marca o início do Terceiro capítulo, chamado de FreeMan Pointfex, Na superfície, o grupo observa as força combinem se movendo para o norte, mesmo em direção onde se encontra Whiteforest.

É neste momento que ocorrem revelações cruciais sobre os Advisors. O Vortigaunt explica que eles estão dentro de cápsulas de incubação e, mais significativamente, são eles quem unem as forças combinem no planeta Terra – estabelecendo definitivamente os Advisors como o núcleo da hierarquia Combine na Terra

Para facilitar a jornada até White Forest, o Vortigaunt menciona um carro não muito longe do local. O grupo então enfrenta muitos Antlions e, com a ajuda dos Restrictors, conseguem derrotar simultaneamente tanto o Guard quanto o Guardian.

Após “esemperrar um elevador, os três personagens entram nele e seguem caminho até o centro de controle, encontrando-o completamente tomado pelos combine. Também é possível ver dropshipping contêiner, e muitos corpos – evidenciando um conflito anterior que terminou com os headcreabs levando a melhor.
Em seguida já é possível ver a presença do G-Man nos vigiando. Devido a nova missão dada a Gordon: levar Alyx com segurança até a base de White Forest. Esta mudança explica por que o G-Man não apareceu durante todo o Episódio 1 de Half-Life 2 – um período que aparentemente não estava de acordo com as estratégias dele, como mostrado pela intervenção protetora dos Vortigaunts.
Apesar desta missão temporária, os objetivos de G-Man não mudaram. Durante sua fala, imagens do Ártico são brevemente reveladas, insinuando que o destino final planejado para Freeman é investigar o tal projeto secreto.

Passando por infectados e aproveitando a proteção de um atirador aliado, Gordon finalmente encontra um veículo que funciona. No exato momento em que chega ao carro, acontece outro evento de instabilidade dimensional – uma nova tempestade de portais rasga o tecido da realidade.

Com o carro pronto, Alyx convida o Vortigaunt para ir com eles, mas ele recusa. Ele diz que tem algo mais importante para fazer: caçar Advisors que ainda não estão encubados.
O Vortigaunt explica que os Advisors Combine não se adaptam bem à Terra no começo. Eles precisam de máquinas especiais como máscaras de gás ou shynth advasor Pods para sobreviver. Nessa fase, eles estão não-incubados – como se fossem ovos não chocados.
Com o tempo, eles ficam mais fortes e não precisam mais dessas máquinas. Quando isso acontece, eles já estão incubados e são muito difíceis de matar. Por isso, o Vortigaunt diz que o melhor momento para caçá-los é quando ainda estão fracos.
A maioria das pessoas e até membros da resistência não sabe quase nada sobre os Advisors. Só os Vortigaunts conhecem bem os pontos fracos deles.
Os dois se despede do Vortigaunt que foi super importante para eles durante esse período
Um novo capítulo começa com Gordon e Alyx viajando de carro para White Forest. Logo no início, eles encontram um soldado da resistência morto perto de uma torre, e ouvem um barulho estranho que Gordon parece reconhecer.

Subindo um morro, chegam a uma torre de comunicação. Dali dá para ver como a Cidade 17 está destruída, e como o portal gigante está ficando cada vez maior. Há vários corpos da resistência no chão, o que indica que alguém ganhou uma batalha ali e pode estar escondido por perto.

Quando entram na sala de controle, encontram Zombines. Como sempre acontece, a energia está cortada, e Gordon tem que resolver um pequeno quebra-cabeça para ligá-la de novo.

Ao subir um elevadorzinho, eles são atacados por um Hunter – era ele que estava fazendo aqueles barulhos estranhos que Gordon ouviu anteriormente. De repente, mais Hunters aparecem e cercam os dois. Depois de uma luta difícil, Gordon e Alyx conseguem se livrar deles e voltam para a sala de comunicação.

Alyx consegue falar com a base em White Forest, mas quando vai avisar Dr. Magnusson que os Combine estão indo para lá, um Advisor hackeia a comunicação e impede que a mensagem seja enviada.
Continuando de carro, eles encontram outra casa e um Advisor pod destruido. Parece que ele caiu de algum lugar, e isso mostra que existem Advisors ativos na região.
Quando se aproximam da casa, Gordon e Alyx começam a sentir suas mentes sendo atacadas – sinal de que um Advisor está por perto. Dentro da casa, encontram muitos corpos de civis e uma grande cápsula de Advisor.Alyx tem uma ideia: tentar interromper o processo de incubação do Advisor. Gordon usa a Gravity Gun para destruir o computador da cápsula, mas isso só faz com que o Advisor fique ainda mais furioso.
Aqui vemos a segunda capacidade especial dos Advisors: eles conseguem controlar objetos e até destruir coisas apenas com o poder da mente. Além disso, usam sua língua comprida para sugar nutrientes e – o mais assustador – extrair todas as informações guardadas no cérebro de suas vítimas.
Esta ideia fica clara quando observamos o Advisor tentando atacar o civil. Primeiro ele mira a língua na frente do pescoço, mas logo muda para a parte de trás, onde é mais fácil atingir os nervos que conectam ao cérebro.
Notamos também que os Advisors parecem ser parcialmente cegos. Apesar de terem olhos mecânicos, estes provavelmente servem apenas para detectar movimento e calcular distâncias, não para realmente enxergar detalhes dos objetos ao redor.
A habilidade dos Advisors de extrair informações do cérebro explica o “porquê” de as mentes de Gordon e Alyx serem tão valiosas. Se um Advisor conseguisse sugar os conhecimentos deles, todo o império Combine ficaria sabendo imediatamente sobre:
- As bases da resistência
- As fraquezas dos rebeldes
- As tecnologias secretas que possuem
- Todos os planos futuros
E seria o fim da resistência humana….
Por sorte, Freeman escapa graças às explosões que danificaram a cápsula, forçando o Advisor a fugir, bastante ferido. Isso prova outra coisa importante: fora de suas cápsulas protetoras, os Advisors são muito frágeis.

Como resultado do confronto, um alerta é disparado e vários soldados Combine chegam para capturar a dupla. Gordon e Alyx correm para o carro enquanto um helicóptero Hunter começa a persegui-los. Eles dirigem até uma base da resistência, mas ao quebrar o portão de entrada com muita força, o motor do carro pega fogo, obrigando-os a abandonar o veículo.

Usando sua Gravity Gun, Gordon consegue pegar as bombas lançadas pelo helicóptero e jogá-las de volta, até finalmente derrubar a aeronave. Na base, um Rebelde diz que eles possuem oficina e para voltar à Estrada, seria necessário que Gordon limpasse os overwatch que bloqueavam a passagem, que antes era usada para levar suprimentos para White forest. Durante a conversa, o rebelde pergunta a Alyx se ela namora Gordon. Pode parecer só uma pergunta casual, mas talvez o homem achasse Alyx atraente e quisesse saber se ela estava disponível antes de tentar algo. Alyx, por sua vez, prefere não responder à pergunta.

Evitando os tiros da Auto-Gun (uma espécie de arma automática com plasma), Gordon chega até onde ela está instalada. Ele joga uma granada no gerador e consegue destruir a arma. Ao voltar e entrar no novo carro, o rebelde explica que instalou um radar especial que detecta objetos que emitem frequências específicas, útil para localizar suprimentos de emergência nas proximidades.

Seguindo caminho, em um desses depósitos de suprimentos, Gordon encontra um lançador de foguetes – arma que será muito útil em breve. Passando por um túnel, eles avistam um soldado de elite Overwatch esperando para emboscá-los no alto de um penhasco. Um pouco mais adiante, um Hunter se move rapidamente entre as árvores.
Vários corpos de rebeldes são encontrados pelo caminho, indicando claramente que os Combine estiveram ali recentemente.

Mais à frente, Gordon e Alyx caem em uma emboscada completa: soldados de elite, Hunters e todo tipo de força Combine estão posicionados estrategicamente para capturar os dois heróis.
Mais soldados Combine aparecem para tentar impedi-los. Gordon precisa eliminar todos esses inimigos para abrir caminho.

Depois de limpar a área das ameaças, Gordon usa a Gravity Gun para mexer no reator energético. Com sua experiência de físico teórico e a versatilidade dessa arma especial, ele consegue desligar o gerador que alimentava o campo de força.
Com a barreira desligada, o caminho agora está livre para continuarem sua jornada até White Forest.
Seguindo pela estrada, Gordon para o carro brevemente para coletar suprimentos essenciais – munição, curativos e outros itens que podem fazer a diferença entre a vida e a morte nos tempos difíceis pós-invasão.
Durante essa parada, algo chama a atenção da dupla: uma nave Dropship Combine passa pelo céu, mas em vez de transportar tropas, ela carrega algo muito mais perigoso – um Strider. Esta combinação é bastante rara e alarmante, sugerindo uma operação Combine de grande escala em andamento. Segundos depois, o som de explosões distantes, algo sério está acontecendo nas redondezas.

Mais adiante na estrada, Gordon e Alyx encontram algo raro: um Dropship Combine abatido. É a primeira vez em toda a saga Half-Life que vemos uma dessas aeronaves destruída. Porém, o Strider que ela transportava sobreviveu à queda e continua operacional.

Felizmente, uma ajuda inesperada surge: Dog, aparece e desafia pessoalmente a poderosa máquina de guerra Combine. Com sua força extraordinária, Dog remove os destroços do Dropship e, animado com o reencontro, propõe uma corrida amigável com a dupla até a base.

Finalmente, após muitos perigos, Gordon e Alyx chegam a White Forest, o novo quartel-general da resistência humana. Este antigo complexo militar soviético tornou-se a principal base de operações contra os Combine após a destruição da Cidade 17.
Gordon deixa o carro momentaneamente para explorar o local. Neste ponto, a história entra no capítulo intitulado “Nosso Inimigo Mútuo”
Um membro da resistência informa que eles estão próximos ao silo primário – parte crítica da instalação. De repente, um alarme dispara no silo secundário, causando preocupação, mas Dr. Magnusson rapidamente explica a todos que se trata apenas de um alarme falso.

Entrando em uma das salas da base, Gordon e Alyx finalmente encontram Eli Vance. Alyx fica extremamente feliz ao rever seu pai após tantos perigos. Eli, visivelmente orgulhoso, comenta que os dois formam uma dupla incrível e sempre conseguem escapar das situações mais difíceis.
Em tom de brincadeira, Eli menciona que os campos de supressão (barreiras que impediam relações entre humanos na era Combine) foram desativados, sugerindo que Gordon e Alyx deveriam “fazer sua parte” – uma insinuação sobre um possível relacionamento romântico entre eles. Alyx, envergonhada com o comentário do pai, prefere não dizer nada sobre o assunto.

Os três pegam um elevador para visitar o silo primário, onde está o foguete que a resistência pretende usar contra os Combine. Durante o trajeto, Eli expressa sua preocupação, alertando que bastaria um único Strider para destruir o foguete e arruinar o plano da resistência.

Finalmente, após tantas aventuras e perigos separados, a velha equipe de Black Mesa se reencontra. Infelizmente, Barney Calhoun não está presente. Como mencionado antes, seu paradeiro ainda é um mistério desde que partiu naquele trem durante a evacuação da Cidade 17. Entretanto, como seu trem partiu bem antes do que levava Gordon, a suposição mais provável é que ele e os civis que o acompanhavam tenham chegado em segurança a White Forest ou a algum outro refúgio da resistência.

Alyx entrega os dados coletados na Cidadela para Dr. Kleiner e explica que junto com eles está a transmissão interceptada de Judith Mossman. Esta revelação confirma que a mensagem original nunca chegou até a resistência, tendo sido bloqueada pelos Combine.

Durante a conversa, mais um alarme dispara pela base. Neste momento, observamos um detalhe curioso: Lamarr, o headcrab domesticado do Dr. Kleiner, entra sorrateiramente no foguete – um detalhe que parece insignificante, mas terá consequências mais tarde.
Dr. Magnusson pede que Freeman investigue o que está acontecendo no silo secundário. Aqui notamos claramente a personalidade difícil de Magnusson: ele parece incapaz de reconhecer quanto Gordon tem sido importante para a sobrevivência humana. Seu egocentrismo faz com que considere seus próprios feitos científicos muito mais decisivos para a humanidade do que tudo que Gordon realizou.
Há também uma certa inveja da popularidade e respeito que Freeman conquistou. Em determinado momento, quando Gordon demora em cumprir sua ordem, Magnusson solta uma provocação: “Por que está demorando? Está esperando um abraço?“

Na base, conhecemos Uriah, o Vortigaunt que trabalha diretamente com Dr. Magnusson. Se Gordon permanecer algum tempo observando a interação, ouvirá Uriah comentar algo intrigante: que Magnusson possui a “Essência Vortigaunt” – uma observação misteriosa que pode indicar alguma conexão mais profunda entre Magnusson e os alienígenas.
Dirigindo-se ao silo secundário, mais um alarme soa – mas desta vez não é falso. O exército Combine conseguiu infiltrar a base. Enquanto busca a sala de controle para fechar a entrada do silo secundário, Gordon enfrenta numerosos soldados e perigosos Hunters. Ao chegar finalmente à sala de controle, ele consegue avistar brevemente um Advisor que observa a base à distância.

Após resolver a invasão, Gordon encontra Alyx e Uriah. Alyx menciona que, segundo Kleiner, Judith partiu para o norte de helicóptero logo após chegarem em White Forest. Kleiner aparentemente sabe o motivo da viagem, mas não compartilhou essa informação.
Quando a dupla retorna para encontrar Kleiner e Eli, eles estão assistindo ao vídeo de Judith. Eli demonstra preocupação, dizendo que não deveriam ter permitido que ela partisse sozinha.
Kleiner então faz uma descoberta crucial: entre os dados recuperados há transmissões que nem Alyx e nem os Combine conseguiram decodificar. Ao processar esses arquivos, eles finalmente revelam o objetivo da missão de Judith: encontrar o misterioso navio Borealis, que desapareceu misteriosamente das instalações da Aperture Science. É aqui que chegamos a conexão dos dois mundos de Portal e Half life se passarem no mesmo universo.
Como mencionado anteriormente, o Borealis era um projeto ultrassecreto da Aperture Science. Não se sabe exatamente qual era a natureza especial deste navio quebra-gelo, mas sua importância era clara: representava uma tecnologia revolucionária que poderia mudar o equilíbrio de poder no mundo científico.
Na corrida frenética para superar a Black Mesa e garantir financiamento governamental, a Aperture negligenciou protocolos de segurança básicos. O resultado foi catastrófico: o navio desapareceu misteriosamente junto com toda sua tripulação e parte da doca onde estava ancorado. Por muito tempo, este incidente foi considerado apenas uma lenda urbana, já que não havia explicação racional para o completo sumiço de uma embarcação daquele porte.
O Borealis estava sendo desenvolvido na seção dos anos 70 das instalações da Aperture Science, localizada a impressionantes 3.975 metros abaixo da superfície terrestre. Tratava-se de um navio quebra-gelo da classe Healey, normalmente usado para expedições polares, mas que havia sido completamente adaptado para finalidades científicas.
Ao contrário do que muitos acreditam, a doca onde o Borealis estava ancorado não desapareceu misteriosamente junto com o navio. Na verdade, ela era uma instalação ultrassecreta e subterrânea cuja existência era conhecida apenas por pouquíssimas pessoas – somente os cientistas diretamente envolvidos no projeto tinham conhecimento e acesso a ela.

Esta doca foi construída na década de 70, no mesmo período em que o próprio navio foi montado do zero dentro da instalação subterrânea – um feito extraordinário de engenharia considerando a profundidade e o isolamento do local.
Durante esse período, a Aperture Science enfrentava um grave problema de segurança: espiões industriais haviam infiltrado a organização e constantemente vazavam informações valiosas para os cientistas da Black Mesa, incluindo detalhes cruciais sobre a revolucionária tecnologia de portais.
Cave Johnson, o fundador da Aperture Science, frequentemente fazia acusações contra a Black Mesa, afirmando que a corporação rival havia roubado grande parte da tecnologia de portais desenvolvida por sua empresa. Estas acusações não paranoias de Cave, já que os espiões também relataram à Black Mesa a existência do Borealis e da misteriosa doca subterrânea.
Esta rivalidade entre Aperture Science e Black Mesa foi um dos fatores que levou a Aperture a apressar seus experimentos com o Borealis, possivelmente resultando no incidente que levou ao desaparecimento da embarcação – um erro que agora, décadas depois, pode ter consequências para o destino da humanidade na luta contra os Combine.
No jogo Portal 2, os jogadores mais atentos descobriram áreas secretas conhecidas como “Ratman’s Dens” (Esconderijos do Rattmann). Estes esconderijos contêm grafites, desenhos e outros elementos que revelam fragmentos da história de Doug Rattmann – o funcionário esquizofrenico da Aperture que ajudou Chell a sobreviver.
Em um desses esconderijos, é possível ouvir murmúrios incompreensíveis de Doug Rattmann, que muitos jogadores interpretaram como ele querendo falar alguma coisa. Entre os supostos sussurros, alguns acreditaram ouvir frases como “O navio foi roubado“, o que gerou intensa especulação sobre uma possível conexão com o Borealis.
Esses intrigantes áudios fazem parte da trilha sonora de Portal 2, mais especificamente da faixa intitulada “Ghost of Rattman”. Porém, a história por trás desses sons é diferente do que muitos fãs teorizam.
Na realidade, os áudios foram gravados por Marc Laidlaw, o principal escritor da série Half-Life. Laidlaw explicou que as gravações foram intencionalmente editadas para soarem caóticas e difíceis de compreender. Segundo ele, as falas não possuem um significado específico ou mensagens ocultas – são apenas uma mistura de termos científicos e instruções aleatórias processadas para soar o mais louco possível, refletindo o estado mental perturbado de Rattmann.
Esses áudios não indicam que Doug Rattmann esteja vivo ou fisicamente presente durante os eventos de Portal 2. Pelo contrário, sabemos que ele provavelmente não sobreviveu devido ao ferimento na perna que sofreu enquanto colocava Chell em seu cofre de relaxamento prolongado.
As gravações funcionam como elementos atmosféricos que enriquecem a narrativa e aprofundam o mistério em torno do personagem, mas não foram feitas para passar informações concretas sobre a trama principal ou fazer conexões claras com o Borealis.
Dr. Kleiner posteriormente revelou que o Borealis fazia parte dos esforços desesperados da Aperture Science para superar sua rival, a Black Mesa. O plano era ambicioso e arriscado: utilizar o navio como uma plataforma móvel de experimentos extremamente perigosos em alto mar, longe da civilização. Esta estratégia tinha um propósito claro – minimizar os riscos para a humanidade caso algo desse errado.
Infelizmente, alguns dos experimentos realizados a bordo do Borealis acabaram ultrapassando todos os limites aceitáveis de segurança científica. Foi esta imprudência que levou ao seu misterioso desaparecimento.
Os cientistas da Aperture transformaram completamente o quebra-gelo para atender às necessidades de seus experimentos. Removeram tudo que não fosse essencial para as funções básicas do navio, criando vastos espaços para instalar equipamentos científicos especializados.
Seguindo projetos meticulosamente detalhados, equiparam a embarcação com as tecnologias mais avançadas desenvolvidas pela Aperture Science, incluindo:
- Grades de emancipação de material: campos de partículas capazes de vaporizar instantaneamente itens não autorizados
- Andaimes não-estacionários: plataformas móveis que permitiam acesso a diferentes áreas do navio
- E, crucialmente, tecnologia de portais em escala muito maior do que a vista nos testes laboratoriais convencionais
Por razões que continuam incertas – acidente ou experimento proposital – o Borealis foi teleportado para algum lugar remoto no Ártico. O motivo exato por trás desse evento continua sendo tema de muito debate e especulação.
discurso, o excêntrico CEO da Aperture fala com entusiasmo sobre os experimentos de teletransporte que seus cientistas vinham desenvolvendo desde a década de 1970 – bem antes da tentativa de levar o Borealis para o mar.
Existem duas teorias principais que tentam explicar o que aconteceu com o Borealis:
- Falha Parcial no Sistema: Esta teoria sugere que o sistema de teletransporte falhou durante sua operação inicial. O portal de saída, programado para transportar o navio para coordenadas específicas no oceano, apresentou problemas, fazendo com que o Borealis ficasse preso em algum local remoto e inacessível no Ártico.
- Experimento Catastrófico: A segunda teoria, considerada mais a provável por muitos, propõe que o teletransporte inicial foi bem-sucedido, levando o navio para o alto mar conforme planejado. No entanto, um experimento posterior com portais, realizado já durante a navegação em alto mar, deu terrivelmente errado, enviando o navio para um local não planejado no Ártico.
Em ambos os cenários, o desfecho foi trágico: toda a tripulação pereceu, deixando o navio como uma relíquia tecnológica fantasma, presa entre o gelo e neve do Ártico – contendo segredos que poderiam tanto salvar quanto destruir o que resta da civilização humana.
As gravações de Half-Life revelam detalhes surpreendentes sobre o Borealis: os projetos (blueprints) mostram que o navio estava equipado com armamentos – algo totalmente incomum para um simples quebra-gelo. Esta característica sugere que havia algo extremamente valioso ou perigoso a bordo que precisava ser protegido a todo custo.
A descoberta da localização do Borealis gera um profundo conflito de opiniões entre os líderes da resistência humana:
Dr. Kleiner defende veementemente que a tecnologia do navio representa uma oportunidade única:
- Acredita que ela poderia ser usada como uma arma decisiva contra os Combine
- Argumenta que seria imprudente desperdiçar seu imenso potencial estratégico
- Vê a descoberta como possivelmente a única chance de libertação humana
Eli Vance, por outro lado, assume uma posição radicalmente oposta:
- Insiste que o navio deve ser destruído completamente
- Aponta que o próprio desaparecimento do Borealis é prova de que nem mesmo os humanos conseguiram controlar essa tecnologia
- Traça um paralelo assustador com o experimento desastroso em Black Mesa que resultou na invasão alienígena
- Teme que “outra Black Mesa” possa acontecer, referindo-se ao evento catastrófico da ressonância em cascata
- A Ameaça dos Advisors e o Perigo para Judith
A situação se torna ainda mais urgente com a preocupação de que os Combine possam capturar a Dra. Judith Mossman. Eli demonstra conhecimento sobre os Advisors e seu método de extrair informações diretamente das mentes humanas.
Esta ameaça leva Eli a considerar uma missão pessoal para resgatar Judith, mas Kleiner rapidamente intervém com uma advertência: se Eli fosse capturado, as consequências seriam ainda mais desastrosas.
Kleiner sugere que Gordon e Alyx são as pessoas certas para esta missão crucial: Assegurar o controle do Borealis antes que caia nas mãos dos Combine. Neste ponto, Magnusson interrompe a discussão, cobrando que Kleiner retorne ao trabalho de decodificação dos dados restantes. Kleiner concorda em voltar assim que terminar a conversa, deixando a questão momentaneamente suspensa.
Eli fica visivelmente perturbado diante da situação. Sua expressão e palavras revelam um temor profundo: que a tecnologia do Borealis possa desencadear um desastre de magnitude igual ou superior ao incidente de Black Mesa – o evento que, ironicamente, abriu as portas para a atual dominação da Terra pelos Combine.

No monitor, G-man aparece entre a estática, um vulto cuja presença parece ter o único propósito de fazer com que Alyx se lembre de transmitir uma mensagem crucial a seu pai: “prepare-se para consequências imprevistas“. Ao ouvir estas palavras, Eli Vance entra em choque e, para ganhar um momento a sós com Gordon, pede que sua filha prepare chá para acalmá-lo

Uma vez sozinhos, Eli faz revelações surpreendentes a Gordon. Ele confessa que a última vez que ouviu aquelas mesmas palavras foi quando Gordon tinha acabado de entrar na câmara de teste em Black Mesa, quando alguém as sussurrou em seu ouvido. Eli se refere a esta figura como “nosso amigo mútuo“, ou seja G-man.
Eli revela que quando G-Man trouxe o cristal de Xen para o experimento com materiais anômalos em Black Mesa, ele sabia que deveria ter abortado o teste, mas não o fez. Esta confissão sugere fortemente que Eli estava ciente dos riscos, mas sentiu-se compelido a prosseguir – possivelmente temendo “consequências imprevistas” piores de G-Man caso interrompesse o experimento, similar à situação em que Gordon se encontrou no final de Half-Life quando confrontado com a escolha de entrar no portal.

A revelação mais perturbadora é que Eli descobriu que G-Man está usando Alyx como uma marionete. Ele explica que G-Man salvou Alyx quando criança não por compaixão, mas porque ela seria uma peça-chave para auxiliar o trabalho futuro de Gordon em Half-Life 2, servindo aos próprios objetivos misteriosos de G-Man.
Esta afirmação sugere duas possibilidades:
Eli testemunhou G-Man salvando sua filha durante o incidente de Black Mesa
ou
Eli pode ter feito um contrato com G-Man para salvar Alyx, apenas para descobrir posteriormente que foi manipulado.
Vale lembrar que muitos cientistas e suas famílias moravam nos dormitórios de Black Mesa, o que torna a primeira teoria bastante plausível.
A teoria mais convincente sobre G-Man é que ele pode prever o futuro, mas não pode modificá-lo diretamente – em vez disso, ele coloca peças estratégicas para moldar os eventos conforme seus interesses, como ele mesmo insinua no início de Half-Life 2: “A pessoa certa no lugar errado pode fazer toda a diferença no mundo.“

Quando Eli está prestes a revelar algo crucial a Gordon – “entre nós dois, poderíamos finalmente…” – a frase é interrompida pelo retorno de Alyx. Esta interrupção precisa fortalece a ideia de que G-Man monitora ativamente essas conversas e não permite que certos segredos sejam compartilhados.

Logo após, Magnusson aparece, exibindo sua característica de não gostar de ver família e amigos reunidos é evidente. Ele convida Freeman para conhecer seu novo projeto: o Dispositivo Magnusson, uma bomba adesiva capaz de destruir Striders facilmente. Ele explica que todos os Striders que se aproximam precisam ser eliminados, pois representam uma ameaça direta ao foguete.
Interessante notar que os dispositivos são distribuídos pela base usando uma tecnologia de teletransporte portátil similar à desenvolvida em Black Mesa, mostrando a evolução do conhecimento científico da resistência.

Freeman tem a oportunidade de treinar o lançamento do dispositivo em um Strider empalhado, com as bombas desativadas por segurança. Magnusson menciona que todas as bases da resistência que Gordon encontrar terão dispositivos suficientes para eliminar muitos Striders. No final do treinamento, Magnusson faz uma declaração cômica: se Gordon conseguir repelir todos os Striders, ele até o perdoará pelo incidente do micro-ondas em Black Mesa – uma referência divertida ao início de Half-Life, quando Gordon explode uma comida no micro-ondas, explicando a origem da hostilidade do cientista em relação ao protagonista silencioso.

Na garagem de White Forest, um membro da resistência chama Freeman para explicar o plano estratégico. Ele mostra as modificações feitas no veículo: dispositivos extras instalados no radar de bordo para detectar inimigos, além de um suporte especial na traseira do carro para transportar os Dispositivos Magnusson.

A situação é grave – os rebeldes identificaram 12 Striders se aproximando pelo norte, todos escoltados por Hunters. A batalha pela defesa do silo de foguetes está prestes a começar.

A ação se intensifica rapidamente. Vários Striders são lançados por naves Combine em pontos estratégicos ao redor da base. Com a ajuda crucial de Gordon, armado com o Gravity Gun e os Dispositivos Magnusson, os rebeldes conseguem destruir sistematicamente cada um dos gigantescos inimigos, impedindo-os de alcançar e destruir o foguete – a maior esperança da resistência.
Após a vitória, Freeman retorna à base como herói, sendo ovacionado pelos membros da resistência. Alyx Vance o recebe com alegria, o parabenizando pelo excelente trabalho. À volta, vê-se sinais da intensa batalha: membros exaustos da resistência, o vortigaunt varrendo detritos, caixas destruídas espalhadas pelo chão.

Alyx informa que o super portal dos Combine está prestes a atingir sua fase adulta, mas que o Dr. Magnusson acredita que ainda é possível interromper seu desenvolvimento pleno através do lançamento do foguete.

Em um momento surpreendente, Magnusson aparece e, embora comece ressaltando a importância de seu dispositivo no sucesso da missão, acaba fazendo algo incomum: agradece pessoalmente a Gordon por salvar seu foguete.

No elevador, Alyx informa a Gordon que conseguiu preparar um helicóptero para transportá-los ao Ártico em busca de Judith Mossman. Enquanto isso, ouve-se Kleiner mencionar uma variação anormal de 3,8 quilos no foguete, embora Magnusson garanta que tal variação está dentro dos limites aceitáveis.

Eli reencontra Gordon e o parabeniza pelo excelente trabalho, mas é interrompido por Magnusson, que insiste em atribuir o sucesso aos seus dispositivos. Kleiner diplomaticamente destaca a contribuição de Gordon, antes de Magnusson encerrar a discussão e retornar ao assunto do foguete.
A equipe concorda unanimemente que Gordon merece a honra de iniciar o lançamento. Ele pressiona o botão, e o foguete decola com sucesso. Kleiner explica que assim que o foguete alcançar altura suficiente para atingir o portal e o satélite, eles poderão transmitir o sinal para ativar o ressoador de zênio, neutralizando o super portal.
Alyx, Eli e Gordon saem para observar a neutralização do portal, enquanto Kleiner permanece para monitorar a trajetória do foguete. Todos se despedem cordialmente, incluindo Magnusson, cientes de que Alyx e Gordon partirão em breve para o Ártico.
Num momento crucial, Eli pede que Alyx os aguarde do lado de fora. A sós com Gordon, ele faz uma revelação profunda: as consequências imprevistas mencionadas por G-Man estão relacionadas ao Borealis, assim como a última vez que ouviu essa frase estava ligada ao incidente de Black Mesa. Com urgência em sua voz, implora a Gordon que não dê ouvidos a G-Man e que destrua o navio quando o encontrar.

Em um momento emocionante, Eli agradece a Gordon por tudo que fez até então, confessando que não poderia estar mais orgulhoso dele mesmo se fosse seu próprio filho. Promete que terão muito o que conversar quando ele retornar da missão no Ártico. Os dois então saem para assistir ao espetáculo da neutralização do portal.
Com a neutralização bem-sucedida do super portal, uma nova realidade se estabelece para a resistência humana: as forças Combine na Terra estão agora completamente isoladas de seu império interdimensional.
Alyx, com determinação renovada, promete que ela e Gordon conseguirão trazer Judith Mossman de volta do Ártico.
De repente, Dog mostra sinais de agitação. Seu comportamento estranho culmina com ele abandonando o local de forma abrupta, como se tivesse detectado algo que os humanos não perceberam.
Dentro do hangar, revela-se pela primeira vez o meio de transporte que levará Gordon e Alyx para sua perigosa missão no Ártico: um helicóptero baseado no modelo russo Mi-17. Esta aeronave robusta, conhecida por sua confiabilidade em condições climáticas extremas, parece ser uma escolha apropriada para a perigosa jornada que os aguarda nas regiões geladas do norte.
Eli Vance, com a preocupação típica de um pai, avisa sua filha para manter contato constante durante a missão, confessando sua apreensão com a frase “não temos ideia do que os espera lá.”
Alyx informa que Dr. Kleiner forneceu as coordenadas precisas para localizar o Borealis no vasto deserto gelado do Ártico. Ela promete tentar manter a frequência de comunicação do rádio do helicóptero sempre ativa.
E é assim que termina Half-Life 2: Episode 2.
A morte de Eli representa a primeira das consequências imprevistas mencionadas por G-Man. O Advisor Combine não só tira a vida de Eli, mas também extrai informações cruciais de seu cérebro através de sua língua. Dog consegue intervir a tempo de salvar Alyx do primeiro Advisor, mas é tarde demais para Eli – o segundo Advisor já obteve as informações valiosas que buscava.
Este momento é devastador: os Combine agora têm conhecimento sobre o Borealis, as vulnerabilidades da resistência, e possivelmente parte da tecnologia de portais desenvolvida em Black Mesa. Apesar da resistência ter neutralizado o super portal, existe o risco de que os Combine utilizem essas informações para abrir outro portal para seu mundo e exterminar de uma vez por todas a raça humana, potencialmente desencadeando a temida Guerra dos 7 Minutos. Devido a isso Gordon e Alyx precisam ir com urgência até o ártico, e decidir logo entre:
Destruir o navio, como Eli implorou em seus últimos momentos, e lutar contra as forças Combine isoladas na Terra com os recursos limitados da resistência.
ou
Dominar o navio e tentar utilizar a avançada tecnologia de portais da Aperture Science a favor da humanidade, uma estratégia que Kleiner defende como potencialmente decisiva para a guerra, se os combines usarem a possível tecnologia de portais que existem Borealis, provavelmente eles irão tentar abrir um portal para o mundo superior e trazer mais de sua raça.
G-man aparentemente salvou Gordon sacrificando Eli indiretamente. Ele pode ter feito isso porque Eli sabia demais sobre ele e representava um risco. G-man não altera o futuro diretamente – sempre usa marionetes para realizar suas intenções.
A teoria principal sugere que quando Alyx passou a mensagem “prepare-se para consequências imprevistas” para seu pai, isso mudou as posições físicas deles no hangar. O G-man provavelmente previu que a língua do advisor mataria Gordon ou Alyx, não Eli, se as posições fossem diferentes. Para preservar seus “investimentos” (Gordon e Alyx), o G-man orquestrou essa mudança de posição, sacrificando Eli.
O fato de Gordon ver G-man se comunicando com Alyx (seja em outra dimensão ou pelo monitor) sugere que G-man queria que Gordon compreendesse sua participação neste plano. A fala de G-man sobre não desperdiçar investimentos indica que Eli tinha menos valor para ele que os outros.
Uma teoria alternativa propõe que G-man influenciou os advisors para atacarem o cérebro de Eli ao invés de Gordon, mas há menos evidências para isso.
Wallace Breen e as Origens do Conflito
Wallace Breen não fez acordo com os Combine antes da Ressonância em Cascata. Na verdade, Breen tinha conexões mais profundas com G-man do que se imaginava. Breen provavelmente agiu por ganância ao conduzir o experimento que causou o desastre de Black Mesa, aceitando algum contrato com G-man que prometia poder em troca.
Existe uma teoria popular de que Wallace não morreu realmente, mas teve sua consciência preservada em um advisor como hospedeiro. As evidências incluem os tweets enigmáticos de “BreenGrub” feitos por Marc Laidlaw e a aparição de um advisor não-incubado logo após o discurso gravado de Breen.
Sobre a perna de Eli Vance: segundo Marc Laidlaw, ele a perdeu enquanto ajudava Isaac Kleiner a entrar na Cidade 17. Kleiner teria pulado o muro primeiro, e um Bullsquid devorou a perna de Eli. Isso sugere que os arredores da Cidade 17 eram extremamente perigosos, com espécies alienígenas que posteriormente foram extintas.
Epistle 3
Em agosto de 2017, Marc Laidlaw (ex-escritor principal da série Half-Life que trabalhava na Valve) publicou em seu blog pessoal um texto chamado “Epistle 3”. Esse texto rapidamente se tornou famoso entre os fãs de Half-Life por uma razão importante: parecia revelar o que teria sido a história planejada para Half-Life 2: Episode 3 ou Half-Life 3 como você preferir, um jogo que nunca foi lançado.
Basicamente o Epistle 3, É uma carta fictícia escrita por Gordon Freeman endereçada ao jogador. No texto, Laidlaw usou nomes alterados para todos os personagens e locais, mas os fãs rapidamente reconheceram que era uma versão levemente disfarçada da história que teria sido Half-Life 2: Episode 3.
Marc fez isso porque:
- Ele já havia saído da Valve
- Não podia legalmente divulgar detalhes oficiais do jogo
- Trocou os nomes para evitar problemas legais
vamos dar uma olhada, no enredo.
Caro jogador,
Espero que esta carta o encontre bem. Já consigo ouvir sua reclamação: “Gordon Freeman, não temos notícias suas há séculos!” Bem, se você se importa em ouvir desculpas, eu tenho muitas, a maior delas sendo que estive em outras dimensões e coisas do tipo, sem conseguir contatá-lo pelos meios habituais. Foi assim até 18 meses atrás, quando experimentei uma mudança crítica em minhas circunstâncias e fui redepositado nestas praias. Desde então, tenho conseguido pensar ocasionalmente sobre a melhor maneira de descrever os anos que se passaram, meus anos de silêncio. Primeiramente, peço desculpas pela espera e, feito isso, apresso-me em finalmente explicar (ainda que de forma breve, rápida e com pouquíssimos detalhes) os eventos subsequentes aos descritos em minha carta anterior (doravante denominada Episódio 2).
Para começar, como vocês devem se lembrar dos parágrafos finais da minha missão anterior, a morte de Eli Vance nos abalou a todos. A equipe da Resistência ficou traumatizada, sem saber ao certo o quanto do nosso plano poderia ser comprometido e se fazia algum sentido continuar como pretendíamos. E, no entanto, depois que Eli foi enterrado, encontramos força e coragem para nos reagrupar. Sua corajosa filha, a impetuosa Alyx Vance, tinha a firme convicção de que deveríamos continuar como seu pai desejava. Tínhamos as coordenadas do Ártico, transmitidas pela assistente de longa data de Eli, Dra. Judith Mossman, que acreditávamos marcar a localização do navio de pesquisa perdida, Borealis. Eli acreditava firmemente que o Borealis deveria ser destruída em vez de permitir que caísse nas mãos da Combine. Outros membros da nossa equipe discordaram, acreditando que o Borealis poderia conter o segredo do sucesso da revolução. De qualquer forma, os argumentos eram inúteis até encontrarmos o navio. Portanto, imediatamente após o velório ao Dr. Vance, Alyx e eu embarcamos em um helicóptero e partimos para o Ártico; uma equipe de apoio muito maior, principalmente milícia, seguiria em transporte separado.
Ainda não está claro para mim exatamente o que derrubou nossa pequena aeronave. As horas seguintes, passadas atravessando o deserto gélido em meio a uma nevasca, também são um borrão confuso, mal lembrado e mal definido. A próxima coisa de que me lembro claramente é da nossa aproximação final às coordenadas fornecidas pelo Dr. Mossman e onde esperávamos encontrar o Borealis. O que encontramos, em vez disso, foi uma complexa instalação fortificada, exibindo todas as características da sinistra tecnologia Combine. Ela circundava um grande campo aberto de gelo. Do Borealis em si, não havia sinal… ou não a princípio. Mas, à medida que nos infiltrávamos furtivamente na instalação Combine, notamos um efeito auroral recorrente e estranhamente coerente – como um vasto holograma aparecendo e desaparecendo de vista. Esse fenômeno bizarro inicialmente parecia um efeito causado por um imenso sistema de lentes Combine; Alyx e eu logo percebemos que o que estávamos vendo era o própria navio de pesquisa Borealis, entrando e saindo da existência no foco dos dispositivos Combine. Os alienígenas haviam erguido seu complexo para estudar e apreender sobre o navio assim que ele se materializasse.
O que o Dr. Mossman havia fornecido não eram as coordenadas de onde o navio estava localizado, mas sim de onde estava previsto que chegasse. O navio oscilava para dentro e para fora da nossa realidade, seus pulsos estavam gradualmente se estabilizando, mas não havia garantia de que se estabilizaria por muito tempo – ou de forma alguma. Determinamos que deveríamos nos posicionar para abordá-lo no instante em que se tornasse completamente físico.
Nesse ponto, fomos brevemente detidos – não capturados pela Combine, como temíamos a princípio, mas por lacaios de nosso antigo inimigo, o conivente e dissimulado Wallace Breen. O Dr. Breen não estava como o havíamos visto da última vez – ou seja, não estava morto. Em algum momento, a Combine havia salvo uma versão anterior de sua consciência e, após sua morte física, eles imprimiram a personalidade reserva em um espaço biológico semelhante a uma larva enorme. A Larva Breen, apesar de ocupar uma posição de relativo poder na hierarquia Combine, parecia nervosa e particularmente assustada comigo. Wallace não sabia como sua encarnação anterior, o Dr. Breen original, havia morrido. Ele sabia apenas que eu era o responsável. Portanto, a larva nos tratou com grande cautela. Mesmo assim, ele logo confessou (nunca conseguindo ficar em silêncio por muito tempo) que era prisioneiro dos Combine. Ele não sentia prazer em sua atual existência grotesca e implorou que acabássemos com sua vida. Alyx acreditava que uma morte rápida era mais do que Wallace Breen merecia, mas, por minha parte, senti um pouco de pena e compaixão. Sem a vista de Alyx, eu poderia ter feito algo para apressar a morte da larva antes de prosseguirmos.
Não muito longe de onde havíamos sido detidos pelo Dr. Breen, encontramos Judith Mossman presa em uma cela de interrogatório da Combine. As coisas estavam tensas entre Judith e Alyx, como se poderia imaginar. Alyx culpava Judith pela morte do pai… notícia que Judith ficou devastada ao ouvir pela primeira vez. Judith tentou convencer Alyx de que ela havia sido uma agente dupla a serviço da resistência o tempo todo, fazendo apenas o que Eli lhe pedira, mesmo sabendo que isso significava que ela corria o risco de ser vista por seus pares – por todos nós – como uma traidora. Eu estava convencido; Alyx, nem tanto. Mas, de um ponto de vista pragmático, dependíamos da Dra. Mossman; pois, além das coordenadas do Borealis, ela possuía chaves de ressonância que seriam necessárias para trazer o navio completamente ao nosso plano de existência.
Entramos em conflito com soldados da Combine que protegiam um posto de pesquisa Combine, e então o Dr. Mossman sintonizou o Borealis precisamente nas frequências necessárias para trazê-lo à (breve) coerência. No curto espaço de tempo disponível, subimos a bordo do navio, com um número desconhecido de agentes da Combine logo atrás. O navio coeriu por apenas um curto período, e então suas oscilações recomeçaram. Era tarde demais para nosso próprio apoio militar, que chegou e se juntou às forças da Combine na batalha no momento em que nos reencontrávamos entre universos, mais uma vez desacoplados.
O que aconteceu em seguida é ainda mais difícil de explicar. Alyx Vance, Dr. Mossman e eu buscamos o controle do navio – sua fonte de energia, sua sala de controle, seu centro de navegação. A história do navio provou ser não linear. Anos antes, durante a invasão da Combine, vários membros de uma equipe científica anterior, trabalhando no casco de um navio atracada no Centro de Pesquisa Científica da Aperture, em Michigan, montaram o que chamaram de Dispositivo Bootstrap. Se funcionasse como planejado, emitiria um campo grande o suficiente para circundar o navio. Esse campo então viajaria instantaneamente para qualquer destino escolhido, sem precisar cobrir o espaço intermediário. Não havia necessidade de portais de entrada ou saída, ou quaisquer outros dispositivos; era totalmente independente.
Infelizmente, o dispositivo nunca havia sido testado. Enquanto os Combine empurrava a Terra para a Guerra das Sete Horas, os alienígenas tomaram o controle de nossas instalações de pesquisa mais importantes. A equipe do Borealis, sem outro desejo senão manter o navio fora das mãos dos Combine, agiu em desespero. Eles ligaram o campo e lançaram o Borealis em direção ao destino mais distante que podiam atingir: o Ártico. O que não perceberam foi que o Dispositivo Bootstrap viajava no tempo e também no espaço.
Tampouco se limitava a um tempo ou a um local. O Borealis, e o momento de sua ativação, estavam esticados através do espaço e do tempo, entre o quase esquecido Lago Huron da Guerra das Sete Horas e o atual Ártico; estava esticado como um elástico, vibrando, exceto onde, em certos pontos ao longo de seu comprimento, era possível encontrar pontos imóveis, como os pontos harmônicos ao longo de uma corda de violão vibrante. Um desses harmônicos foi onde embarcamos, mas a corda correu para frente e para trás, tanto no tempo quanto no espaço, e logo fomos puxados em todas as direções.
O tempo ficou confuso. Olhando da ponte, podíamos ver as docas secas da Aperture Science no momento do teletransporte, no momento em que as forças Combine se aproximavam por terra, mar e ar. Ao mesmo tempo, podíamos ver as terras devastadas do Ártico, onde nossos amigos lutavam para chegar ao Borealis; e, além disso, vislumbres de outros mundos, em algum lugar no futuro talvez, ou mesmo no passado. Alyx se convenceu de que estávamos vendo uma das principais áreas de preparação dos Combine para invadir outros mundos – como o nosso. Enquanto isso, travávamos uma batalha contínua por toda o navio, perseguidos pelas forças Combine. Lutávamos para entender nossa situação e concordar com nosso curso de ação. Poderíamos alterar o curso do Borealis? Deveríamos encalhá-la no Ártico, dando aos nossos colegas a chance de estudá-lo? Deveríamos destruí-la com todos a bordo, incluindo os nossos? Era impossível manter um pensamento coerente, dados os loops temporais desconcertantes e paradoxais, que atravessavam o navio como bolhas. Eu senti que estava ficando louco, que todos nós estávamos confrontando inúmeras versões de nós mesmos, naquele navio que era meio navio fantasma, meio casa de diversões de pesadelo.
No fim das contas, tudo se resumia a uma escolha. Judith Mossman argumentou, razoavelmente, que deveríamos salvar o Borealis e entregá-lo à resistência, para que nossos pares inteligentes pudessem estudar e controlar seu poder. Mas Alyx me lembrou que ela havia jurado honrar a exigência do pai de que destruíssemos o navio. Ela elaborou um plano para fazer o Borealis se autodestruir, enquanto o conduzia até o coração da invasão Combine. Judith e Alyx discutiram. Judith dominou Alyx e trouxe a área do Borealis, preparando-se para desligar o Dispositivo Bootstrap e pousar a nave no gelo. Então ouvi um tiro e Judith caiu. Alyx havia decidido por todos nós, ou sua arma. Com a morte da Dra. Mossman, estávamos comprometidos com o mergulho suicida. Sombriamente, Alyx e eu armamos o Borealis, criando um míssil viajante do tempo, e o guiamos para o coração do centro de comando da Combine.
Nesse ponto, como você sem dúvida não ficará surpreso ao ouvir, uma Certa Figura Sinistra apareceu, na forma daquele trapaceiro sarcástico, G-Man. Pela primeira vez, ele não apareceu para mim, mas para Alyx Vance. Alyx não via o enigmático ser desde a infância, mas o reconheceu instantaneamente. “Venha comigo agora, temos lugares para estar e coisas para fazer“, disse G-Man, e Alyx concordou. Ela seguiu o estranho homem para fora do Borealis, para fora da nossa realidade. Para mim, não havia nenhuma porta conveniente aberta; apenas uma risadinha e um olhar de debochado. Fiquei sozinho, viajando na nave de pesquisa armada para o coração de um mundo Combine. Uma luz imensa brilhou. Tive uma visão cósmica de uma esfera brilhantemente cintilante. A vastidão do poder da Combine, a futilidade da nossa luta, floresceram brevemente em minha consciência. Eu vi tudo. Principalmente, eu via como o Borealis, nossa arma mais poderosa, seria vista como menos que uma cabeça de fósforo ao se desfazer. E o que restasse de mim seria ainda menos que isso.
Nesse momento, como você certamente já previu, os Vortigaunts abriram suas próprias cortinas xadrezes de realidade, estenderam a mão como já fizeram em ocasiões anteriores, me arrancaram e me colocaram de lado. Mal consegui ver os fogos de artifício começarem.
E aqui estamos. Falei do meu retorno a esta costa. Foi um caminho tortuoso para terras que um dia conheci, e surpreendente ver o quanto o terreno mudou. Tempo suficiente se passou para que poucos se lembrem de mim, ou do que eu estava dizendo quando falei pela última vez, ou do que precisamente esperávamos realizar. Neste ponto, a resistência terá falhado ou tido sucesso, não graças a mim. Velhos amigos foram silenciados ou deixados para trás. Não conheço nem reconheço mais a maioria dos membros da equipe de pesquisa, embora acredite que o espírito de rebelião ainda persista. Espero que você saiba melhor do que eu o curso de ação apropriado, e deixo você com isso. Não espere mais correspondência minha sobre esses assuntos; este é meu episódio final.
Seu em finalidade infinita,
Gordon Freeman, Ph.D.
E é assim que termina o enredo vazado de HalfLife 2: episódio 3.
Marc Laidlaw se aposentou da Valve em janeiro de 2016, após 18 anos na empresa. Com o tempo passando e nenhum anúncio oficial sobre a continuação de Half-Life, os fãs ficavam cada vez mais frustrados.
Então em agosto de 2017, sem qualquer aviso prévio, Laidlaw publicou o “Epistle 3” em seu blog pessoal. O site acabou caindo devido ao enorme tráfego quando a notícia se espalhou.
Pontos importantes para entender:
1) Não é oficial – É a visão pessoal de Laidlaw sobre como poderia ter sido a história, não representa necessariamente o que a Valve teria feito.
2) É uma ideia do escritor – Representa os pensamentos de Laidlaw sobre como a história deveria continuar, baseado em seu conhecimento como escritor principal.
3) Não é um roteiro completo – É apenas um esboço da história, não contém detalhes sobre gameplay ou níveis específicos.
4) Foi uma forma de dar “fechamento” – Muitos interpretaram o gesto de Laidlaw como uma forma de dar aos fãs algum tipo de conclusão para uma história que ficou inacabada por mais de uma década.
O Epistle 3 se tornou tanto uma fonte de satisfação quanto de tristeza para a comunidade de Half-Life: finalmente tinham uma ideia de como a história continuaria, mas também era um lembrete doloroso de um jogo que provavelmente nunca seria feito.
Half-Life: Alyx
Half-Life: Alyx apresenta uma abordagem única na série por criar um universo paralelo.
G-Man estava desapontado com Gordon Freeman como recruta. Enquanto observava de longe, teve uma ideia: contratar Alyx Vance em vez de Gordon. Para isso, precisava de uma forma de motivá-la a aceitar seus termos, mas primeiro precisava testá-la. Usando seus poderes de manipulação temporal, G-Man viajou cinco anos para o passado, quando Alyx tinha 19 anos e era mais influenciável. Porém, algo inesperado aconteceu:
O Combine já conhecia G-Man e suas habilidades. Quando ele apareceu em um complexo de apartamentos ao alcance deles, aproveitaram esta rara oportunidade. Usaram sua tecnologia mais avançada – uma estrutura chamada o Cofre para capturá-lo.
Este momento crucial criou uma alteração na linha do tempo original de Half-Life. Com esta vitória significativa, o Combine manteve o Cofre suspenso acima da Zona de Quarentena na Cidade 17 e compartilhou informações sobre o uso do Cofre em sua rede interna. Esta captura de G-Man é o evento que inicia os eventos de Half-Life: Alyx, criando uma realidade alternativa onde Alyx terá que enfrentar desafios que eventualmente a levarão até G-Man, alterando permanentemente sua conexão com a linha do tempo principal da série.

Em um ataque a uma instalação do Combine, Eli Vance e Russell (outro membro da resistência) buscavam equipamentos, suprimentos e informações para ajudar sua causa. Durante esta invasão, Russell acessou um sistema do Combine e descobriu informações sobre algo chamado o Cofre, embora os dados fossem muito limitados para entender o que realmente era.
Este acesso ao arquivo alertou o Combine sobre a localização deles, que enviou tropas para capturá-los. Era exatamente o que G-Man havia planejado. Eli acabou sendo capturado por unidades do Combine, e Alyx tentou resgatá-lo, mas também foi presa. Felizmente, Russell conseguiu libertá-la, e juntos eles trabalharam para resgatar Eli.

Durante sua jornada pela Zona de Quarentena que estava infestada por criaturas de Xen, Alyx usou as luvas de gravidade de Russell e armas que encontrou para alcançar seu pai. No caminho, ela conheceu um Vortigaunt chamado Gary, que havia sofrido danos cerebrais e parecia ter algum tipo de conexão com um grande evento futuro na vida de Alyx: a morte de Eli. Alyx não compreendeu o significado disso e eventualmente conseguiu descarrilar um trem Combine e resgatar seu pai.

Livres da captura, Eli e Russell analisaram mais profundamente os planos que haviam roubado sobre o Cofre, teorizando que poderia ser algum tipo de super arma. Eli enviou Alyx para investigar mais, enquanto as palavras enigmáticas de Gary ecoavam em sua cabeça: “Siga a Estrela do Norte.“
Evitando as forças Combine, Alyx viu o Cofre pela primeira vez: uma estrutura gigantesca flutuando no meio da Zona de Quarentena, conectada à cidade por vários cabos. Ela descobriu uma subestação do Cofre conectada a um hotel abandonado chamado “Estrela do Norte”. Seguindo as palavras de Gary, ela entrou no hotel, combateu a infestação Xeniana, e alcançou a subestação.

Ali, Alyx fez uma descoberta perturbadora: a estação era alimentada por um Vortigaunt aprisionado, cuja essência natural de energia Vort era absorvida e enviada para o Cofre. Em seu caminho, ela encontrou mais subestações e libertou os Vortigaunts presos dentro delas.
Conforme avançava por áreas infestadas de Antlions, Eli contatou Alyx com mais informações sobre o Cofre. Eli e Russell agora acreditavam que não era uma super arma, mas uma prisão, e qualquer coisa que os Combine mantinha lá dentro era extremamente perigosa.
Alyx ouviu uma conversa entre um cientista do Combine e um Advisor, discutindo quem estava no Cofre: alguém que sobreviveu ao incidente de Black Mesa e desapareceu logo depois. Imediatamente, Eli e Russell concluíram que se tratava de Gordon Freeman, o herói de Black Mesa (que nesta linha do tempo, ainda estava desaparecido). Se conseguissem resgatá-lo, seria uma grande vitória para a resistência. Por fim, todos os Vortigaunts nas subestações foram libertados, deixando o Cofre sem energia.

Após a libertação dos Vortigaunts nas subestações, um gerador de backup entrou em operação, mantendo o Cofre suspenso no céu.
Alyx então dirigiu-se ao cais do Cofre e tentou trazê-lo manualmente, mas acabou fazendo-o cair ao chão. Quando Alyx entrou no Cofre, ela lutou até chegar à câmara central onde descobriu um homem congelado no tempo, mantido prisioneiro pela energia Vortigaunt roubada. Ainda acreditando que este era Gordon Freeman, Alyx usou as luvas de gravidade para manipular a energia do Vortex ao redor e quebrar a jaula. Surpreendentemente, o prisioneiro não era Gordon, mas sim o G-Man. Finalmente livre, ele encontrou-se cara a cara com sua potencial nova contratada. Alyx havia passado em seu teste, e ele tinha uma oferta que ela não poderia recusar.

G-Man ofereceu a Alyx um “empurrão” (alteração pontual da realidade) como recompensa por libertá-lo. Quando ela pediu que os Combine fosse removido da Terra, ele respondeu que isso seria “demais para um empurrão“. Em vez disso, ele mostrou a ela algo que ela ainda não sabia que queria: a cena da morte de seu pai, Eli Vance, que aconteceria no futuro (no final de Half-Life 2: Episode 2).

Profundamente abalada pela visão, Alyx aceitou o poder de mudar esse destino. Suas mãos se encheram com energia Vortigaunt, e ela atacou através do espaço e do tempo o Advisor do Combine antes que pudesse matar seu pai. Ela reagiu exatamente como G-Man esperava, passando no teste assim como Gordon e Adrian Shepard haviam feito em Black Mesa.

G-Man então revelou a Alyx que tinha outro empregado (Gordon), que estava “relutante ou incapaz” de agir como esperado, devido à interferência dos Vortigaunts. Com Alyx agora ao seu alcance, G-Man a removeu do momento logo após salvar seu pai e a colocou em estase como sua nova recruta. Com seu plano bem-sucedido, G-Man retornou ao presente – o momento após o final de Half-Life 2: Episode 2, mas agora alterado. Nesta nova realidade, Eli Vance sobreviveu ao ataque do Advisor, mas Alyx desapareceu misteriosamente.

Eli instantaneamente percebeu que G-Man teve participação no desaparecimento súbito de sua filha. Em um momento decisivo, Eli entregou uma barra de ferro a Gordon Freeman, declarando: “Nós temos trabalho a fazer.“
Após este ponto, o destino de todos os personagens principais permanece desconhecido: Gordon, Eli, Dog, Isaac Kleiner, Barney Calhoun, Judith Mossman, Lamar Headcrab, o resto da resistência, os Combine, G-Man e seus misteriosos empregadores.
Portal 2
Muitos anos no futuro, As Instalações da Aperture Science continuava funcionando, os Combine jamais conseguiram acessar. Mesmo na ausência de GLaDOS, os sistemas persistiam, mantidos por um protocolo de teste de emergência programado para tempos de cataclismos.
Robôs autônomos, operando com meros 1,1 volts, vagavam pelos corredores deteriorados. A natureza invadiu partes das instalações, devido a falta de manutenção, infiltrando-se entre painéis e circuitos do Centro de Enriquecimento.
Entre estes robôs, um núcleo de personalidade chamado Wheatley desenvolveu uma curiosidade sobre o mundo exterior. O que restaria além das paredes da Aperture? Em sua busca por respostas, decidiu que precisava de ajuda humana. Foi nas câmaras de relaxamento a longo prazo que encontrou sua oportunidade – uma mulher ainda viva, adormecida em estase. Seu nome: Chell.
50 dias após seu último despertar, Chell foi acordada para realizar exercícios obrigatórios. A rotina era simples: levantar, realizar tarefas básicas, voltar a dormir.
Não se sabe exatamente quando Portal 2 acontece, tudo o que sabemos é que a história se passa muitos anos após o primeiro jogo, como Doug Rattman havia mencionado: Chell permaneceria adormecida por tempo indeterminado, poderia ser 1 ano poderiam ser 100.
Quando Chell acorda mais uma vez, o computador tenta informar quanto tempo ela passou dormindo, mas o sistema falha e diz apenas uma série de noves. Muitos fãs tentam interpretar esses números, mas provavelmente é só uma pane no sistema mesmo, deixando o tempo real em aberto para os criadores terem mais liberdade na história.
Logo depois, Wheatley aparece e avisa Chell que a energia de backup parou de funcionar e que o reator vai derreter em breve. Com medo de ser culpado pelo desastre, ele decide fugir da instalação e pede ajuda para Chell, dizendo que ela precisa encontrar algo muito importante para conseguirem escapar.

Enquanto caminham pelo complexo, é possível ver como o lugar está completamente arruinado pelo tempo que passou. Wheatley então revela que Chell precisa recuperar sua arma de portais (Portal Gun). Depois que ela pega o dispositivo de volta, Wheatley se solta dos trilhos e comenta que agora eles têm que passar pela câmara “dela”.

Essa câmara era o local onde GLaDOS estava morta e destruída. Wheatley tenta ativar a cápsula de fuga usando o painel de controle central, mas acaba fazendo besteira e religa GLaDOS por acidente.

Na mesma hora, a inteligência artificial desperta, destrói Wheatley e obriga Chell a voltar para as câmaras de teste. Ela ainda faz um comentário sarcástico, dizendo que se foi a própria Chell quem a acordou, então ela deve estar com saudades dos experimentos.

Nas câmaras de teste, Chell encontra equipamentos que não existiam antes: lasers que podem ser redirecionados, pontes feitas de luz sólida e géis coloridos com efeitos especiais – cada um com suas próprias propriedades únicas.
Enquanto resolve os puzzles, algo interessante acontece. Wheatley aparece rapidamente através de um painel, mostrando que GLaDOS não conseguiu eliminá-lo completamente.
Por causa do estado deteriorado da instalação, é possível encontrar mais desenhos e rabiscos de Doug Rattman espalhados pelos cantos esquecidos do complexo. Um dos easter eggs mais fascinantes do jogo envolve um rádio que está tocando o instrumental de “Still Alive” – a famosa canção do primeiro jogo, e quando levado até um dos esconderijos de Doug, começa a emitir sons estranhos e distorcidos. Alguns jogadores mais curiosos descobriram que esses ruídos, quando processados por um programa que decodifica sons em imagens, revelam uma imagem enigmática escondida no áudio desta transmissão.

A imagem consiste em um Companion cube (muito parecido com o de Doug) na lua, com uma vista da terra e do espaço ao fundo. E logo em seguida desbloqueamos também o Achievement “Transmissão Final”.
Essa descoberta levanta uma questão intrigante: será que Doug Rattman sobreviveu e com a ajuda da Portal Gun foi para a Lua ? Bem, Os indícios espalhados pelo jogo sugerem que talvez ele tenha conseguido sobreviver mais tempo do que imaginávamos, deixando essas pistas para quem fosse esperto o suficiente para encontrá-las.

Em uma das câmaras seguintes, Wheatley reaparece gritando para Chell que está bem e tenta explicar rapidamente como conseguiu sobreviver ao ataque de GLaDOS. Enquanto isso acontece, a protagonista continua resolvendo os puzzles usando as plataformas móveis.

Durante esses momentos, GLaDOS faz um comentário intrigante: ela diz ter visto pessoas do lado de fora das instalações – algo que pode ser verdade ou simplesmente uma tentativa de manipular Chell.

Wheatley aparece mais algumas vezes, sempre prometendo que vai encontrar um jeito de tirar os dois dali. GLaDOS revela que em certo momento, descobriu nos arquivos da empresa duas pessoas que tinham o mesmo sobrenome de Chell – um homem e uma mulher. Essa coincidência sugere que Chell provavelmente era filha de algum funcionário da Aperture Science.
A teoria fica ainda mais forte quando encontramos evidências concretas: um projeto do evento “Traga sua Filha para o Trabalho” assinado pela própria Chell. O mais irônico é que o experimento que ela fez quando criança parece ter sido justamente o que deu origem a boa parte da vegetação que agora cresce selvagem pelas instalações abandonadas. Além disso em portal 1, GLaDOS comenta logo no inicio do jogo que o dia “Traga sua Filha para o Trabalho” seria uma ótima oportunidade para testa-la.


Enquanto Chell continua passando pelas câmaras de teste, GLaDOS não perde a oportunidade de usar as informações sobre os pais dela, fazendo comentários maldosos sobre a família de Chell, tentando desestabilizá-la emocionalmente durante os experimentos.

Wheatley reaparece em alguns momentos, pedindo para Chell ter paciência e aguentar mais um pouco. Finalmente, depois de algumas câmaras, ele consegue tirá-la de lá e explica seu plano para derrubar GLaDOS de uma vez por todas.
Os dois começam uma missão de sabotagem pelas partes escondidas da Aperture Science, atacando os sistemas de defesa da inteligência artificial de forma estratégica:
- Eles alteram a linha de produção das torretas. Modificam a programação para que a fábrica aceite apenas torretas com defeito, que não conseguem atirar direito.
- Em seguida, partem para destruir o gerador de neurotoxina, cortando o acesso de GLaDOS ao seu método preferido de eliminar pessoas.
Com as defesas sabotadas, eles voltam à câmara principal e pegam GLaDOS completamente desprevenida. Sem suas torretas funcionais e sem a neurotoxina, ela fica praticamente indefesa. Seguindo o plano até o fim, eles forçam uma transferência de núcleo. A ideia era que Wheatley facilitasse a fuga dos dois.

Mas algo dá errado. Assim que assume o controle total, Wheatley muda completamente. O poder sobe à cabeça dele de forma assustadora, e ele começa a tratar Chell com irritação e desprezo. Quando GLaDOS faz um comentário de que ele não fez nada sozinho e que foi Chell quem fez todo o trabalho pesado, Wheatley fica furioso.

Então como vingança, Wheatley transfere GLaDOS para uma bateria de batata, reduzindo-a a sua forma mais humilhante e impotente. GLaDOS, mesmo neste estado lamentável, continua as provocações e revela uma verdade devastadora: os cientistas da Aperture haviam criado Wheatley especificamente como um “núcleo burro”, projetado para limitar a inteligência de GLaDOS através de um fluxo constante de ideias tolas e distrações.
Basicamente ele havia sido feito para ser um imbecil.
Esta revelação sobre sua verdadeira natureza e propósito faz Wheatley ficar furioso. Em um acesso de raiva, ele arremessa GLaDOS (agora na forma de batata) no elevador onde Chell estava. E cego pela fúria, ele golpeia repetidamente o elevador onde Chell estava, fazendo as duas caírem em queda livre para as profundezas esquecidas da Aperture Science.
Após a queda, Chell e GLaDOS estão nos antigos laboratórios subterrâneos da Aperture Science, mas acabaram caindo em lugares diferentes durante a queda. Chell consegue acessar as câmaras de teste abandonadas décadas atrás, onde é guiada por mensagens pré-gravadas de Cave Johnson e sua assistente Caroline.

Na câmara inicial, ouvimos Johnson explicar que apenas os melhores candidatos eram selecionados para os testes. À medida que avança, Chell encontra câmaras mais recentes da década de 70, quando a Aperture já enfrentava sérias dificuldades financeiras.
Durante essa parte do jogo, encontramos mais uma referência à Black Mesa. Cave Johnson, o fundador da Aperture, demonstra claramente sua irritação em relação à concorrente, acreditando firmemente que eles roubaram suas ideias e tecnologias inovadoras.
Johnson também expressa seu descontentamento com a situação financeira da empresa, que o forçou a tomar decisões questionáveis – como contratar moradores de rua como cobaias para os experimentos.
Em um canto mais isolado dessa área, é possível encontrar uma doca vazia e abandonada. E se olharmos para o lado vemos que tem uma boia salva-vidas com o nome borealis, Então nos é revelado que foi aqui o lugar onde o famoso navio quebra gelo borealis foi construído e desapareceu posteriormente das instalações da Aperture.

Chell reencontra GLaDOS sendo atacada por corvos e a salva. A IA, agora humilhada e enfraquecida, propõe uma aliança: precisam impedir Wheatley de controlar as instalações, pois sua incompetência acabaria destruindo tudo. Se ela colocasse GLaDOS de volta no comando em troca, ela promete libertar Chell.

Para carregar GLaDOS, Chell a espeta em sua Portal Gun. Quando GLaDOS ouve as gravações de Cave Johnson e Caroline pela primeira vez, ela reage de forma estranha, prevendo as respostas de Caroline antes de ouvir as gravações, e depois “pifando” por forçar demais o raciocínio.
Algo curioso acontece com GLaDOS. Ela começa a lembrar de quando era Caroline, a assistente de Cave Johnson. Essas memórias mexem com ela de um jeito estranho – mesmo mantendo aquele jeito sarcástico de sempre, ela fica menos agressiva com Chell e até demonstra algo parecido com amizade.
Vale lembrar que GLaDOS desenvolveu um medo de pássaros, devido a estar indefesa na forma de batata quando um corvo a estava comendo. Nas gravações espalhadas pelo local, Cave Johnson fala sobre como o envenenamento por poeira de rocha lunar – o mesmo material dos géis – acabaria matando ele.
Uma gravação mostra Johnson explicando que os testes ficaram muito melhores quando pararam de usar cobaias de fora e começaram a usar os próprios funcionários da empresa. Dá pra ver o quanto a Aperture estava desesperada nos seus últimos dias.
A virada acontece quando GLaDOS encontra um pôster velho com instruções de emergência. O cartaz explicava o que fazer se uma inteligência artificial saísse do controle: falar um paradoxo para ela, causando uma pane no sistema e desligando ela. GLaDOS percebe na hora que essa pode ser a solução para parar Wheatley, já que nenhuma IA consegue lidar com paradoxos lógicos.

Para voltar aos andares de cima, Chell abre uma escotilha que se conecta com os bombeadores dos géis de mobilidade – feitos justamente com as rochas lunares do Cave Johnson. Assim, as duas conseguem retornar aos setores mais novos da instalação.

Quando chegam aos níveis superiores, encontram Wheatley dando ordens para uma mistura estranha de Companion Cube e torretas defeituosas, tentando administrar a instalação, mas fazendo tudo de forma desorganizada. Obcecado em criar novas salas de teste e robôs constantemente, ele acabou negligenciando algo crucial: a manutenção dos reatores nucleares, que agora estão perigosamente próximos do derretimento.
GLaDOS decide colocar seu plano em ação e tenta confundir Wheatley com um paradoxo, esperando que isso travasse o sistema dele. Mas a estratégia não funciona – Wheatley é simplesmente burro demais para entender o paradoxo, então ele nem se abala com a tentativa. Irritado, mas ainda no controle, ele força Chell a continuar passando por suas câmaras de teste mal projetadas.
A situação fica mais interessante quando chegam à câmara 15. Wheatley, num momento de raiva, acaba destruindo uma parede sem querer e criando uma saída que não estava nos planos. Nesse momento, algo inesperado acontece: um robô estranho aparece e foge rapidamente da área.
Durante todo esse processo, Wheatley não para de falar sobre uma “surpresa” especial que preparou para o final. Mas com vários acidentes acontecendo e ele soltando comentários suspeitos, GLaDOS começa a desconfiar que ele provavelmente quer matar as duas.

Finalmente, Wheatley revela qual é a tal “surpresa” que tanto mencionou: o programa de testes cooperativos. Ele mostra dois robôs construídos especificamente para fazer os experimentos – Atlas e P-body (o robô que vimos anteriormente). GLaDOS explica que começou a construir esses robôs depois que Chell escapou pela segunda vez, para não precisar mais depender de humanos nos testes.
Agora que tem substitutos mecânicos, Wheatley decide que não precisa mais de Chell e planeja simplesmente matá-la. Mas ela consegue escapar aproveitando um vazamento de Conversion Gel e foge com GLaDOS pelas instalações em ruínas.
Durante a fuga, GLaDOS faz um comentário: Ela diz que entende por que Chell não confia em colocá-la de volta no poder – tem medo de ser traída novamente. Mas GLaDOS explica algo interessante: ao longo de sua existência, os cientistas foram adicionando vários núcleos que controlavam seu comportamento, fazendo com que ela ouvisse múltiplas vozes na cabeça o tempo todo. Agora, pela primeira vez, ela estava ouvindo apenas uma voz – a própria – e isso a deixava assustada.

As duas conseguem chegar a um depósito cheio de núcleos de personalidade defeituosos. GLaDOS planeja usar esses núcleos para forçar mais uma transferência e recuperar o controle da instalação. Chell a conecta no painel central e o plano começa: enquanto ela redireciona as bombas na direção de Wheatley, GLaDOS envia os núcleos corruptos para serem acoplados nele.

Depois que Chell consegue instalar o terceiro núcleo corrompido em Wheatley, ela precisa apertar o botão de impasse para iniciar a transferência. Mas ele já esperava por isso e coloca várias armadilhas ao redor do botão para impedi-la.
Nesse momento, o derretimento do reator nuclear atinge um ponto perigoso. A sala toda começa a tremer violentamente e parte do teto desaba, criando um buraco enorme que mostra o céu noturno – e através dele, é possível ver a lua brilhando lá fora.
É aí que Chell tem uma ideia brilhante. Ela se lembra das palavras de Cave Johnson sobre como criou o gel de conversão usando rochas lunares, justamente porque elas eram excelentes condutores para portais. Usando suas últimas forças e munição, ela mira na lua e dispara um portal.
O resultado é imediato e devastador: o vácuo do espaço começa a sugar tudo que está na sala. Chell se agarra em Wheatley para não ser puxada para o espaço, enquanto GLaDOS aproveita o caos para completar a transferência de núcleo e recuperar o controle total da instalação.
Assim que assume o comando novamente, GLaDOS age rapidamente para estabilizar os reatores e evitar o colapso total. Em seguida, acontece algo surpreendente: em vez de deixar Chell ser sugada para o espaço, ela a resgata, puxando-a de volta para dentro da instalação. Wheatley, por outro lado, é jogado no vácuo espacial, e GLaDOS fecha o portal logo depois.
No dia seguinte, Chell acorda e encontra GLaDOS completamente restaurada ao seu corpo original. Ao lado dela estão Atlas e P-Body, os dois robôs criados para o programa de testes cooperativos.
GLaDOS agradece a Chell por tê-la ajudado a redescobrir suas emoções humanas durante toda essa jornada. Ela revela ter finalmente entendido de onde vinham esses sentimentos: a personalidade de Caroline estava integrada em seus sistemas desde o início.
GLaDOS confessa que o contato com as memórias de Caroline lhe ensinou algo importante – que Chell era, ironicamente, sua melhor amiga. É uma revelação surpreendente, considerando toda a hostilidade que marcou o relacionamento das duas.
Mas então GLaDOS diz que descobriu exatamente em qual parte de sua memória a personalidade de Caroline estava armazenada. E sem hesitar, ela deleta essa parte de si mesma. Com esse ato, GLaDOS efetivamente elimina sua própria humanidade e volta a ser a inteligência artificial fria de antes.
Imediatamente, ela retorna à sua personalidade anterior e comenta com frieza que tentar matar Chell se provou uma tarefa extremamente difícil e que sua vida era muito mais simples antes da chegada dela. GLaDOS dá a entender que agora vai focar nos testes com Atlas e P-Body, e finalmente decide libertar a protagonista.
Enquanto Chell sobe no elevador em direção à superfície, várias torretas aparecem de forma orquestrada ao longo do caminho. Mas em vez de atacá-la, elas cantam uma bela música de despedida em italiano – “Cara Mia Addio” (Minha Querida, Adeus).
Quando finalmente atinge a superfície, Chell encontra-se em um vasto campo de trigo sob um céu azul – sua primeira visão genuína do mundo exterior após anos de confinamento. Enquanto contempla sua nova liberdade, ouve um barulho atrás de si. Ao olhar para trás, Chell presencia o Companion Cube que havia jogado no incinerador lá no primeiro jogo, sendo jogado pela porta da saída, que em seguida se fecha com força.
O jogo não revela explicitamente o paradeiro de Chell ou para onde ela foi depois desse momento. No entanto, considerando que Portal 2 parece se passar muito tempo no futuro de Half Life 2, é possível que o mundo já esteja mais tranquilo e sem a presença opressora dos Combine na Terra.

Em Half-Life 2, os Combine fizeram uma bagunça danada na Terra. Eles criaram uns portais debaixo d’água que sugaram toda as águas dos oceanos. Por isso, no jogo você vê que os mares estão bem vazios.
Já em Portal 2, quando vemos a Terra lá do espaço, os oceanos estão cheios de água de novo, como se nada tivesse acontecido. Além disso, quando Chell é libertada do complexo, vemos que tudo parece calmo e normal. Não tem guerra, não tem destruição, não tem nada de anormal. E até mesmo dentro do laboratório você vê passarinhos voando por aí, mas não vê nenhum alien. Isso é estranho, né? Se ainda tivesse invasão, não ia ter passarinho solto assim.
Juntando tudo isso, parece que Portal 2 se passa num futuro bem distante, onde a humanidade já ganhou a guerra contra os aliens e a Terra voltou ao normal. Os oceanos se encheram de novo, a vida selvagem voltou, e não tem mais nenhum invasor por aí.
Mas pode ser também que a Valve simplesmente não pensou nesse detalhe e acabou passando batido a terra com agua nos mares. Aí seria só um errinho mesmo, sem significado especial.
Durante os créditos, GLaDOS canta “Want You Gone”, uma música que reflete sobre os eventos de Portal 2 de maneira semelhante à icônica “Still Alive” do primeiro jogo.
Na cena final após os créditos, encontramos Wheatley flutuando no vácuo do espaço junto com o núcleo de personalidade do espaço. Wheatley expressa arrependimento por suas ações, dizendo que mudaria as coisas se pudesse voltar.
Muitos fãs de Portal desenvolveram a teoria de que Caroline seria a mãe de Chell. Embora não seja possível comprovar definitivamente essa teoria, ela apresenta elementos coerentes que merecem consideração:
Durante a música final “Want You Gone”, GLaDOS menciona que Chell é muito parecida com Caroline, “talvez menos gorda”
Na comovente “Cara Mia Addio” (a canção das torretas em italiano), supostamente também interpretada por GLaDOS, surgem frases como “filha querida” (cara mia) e “minha pequena garota” (bambina), Considerando que GLaDOS possui a personalidade de Caroline integrada, esse tratamento pode ser interpretado como uma influência materna, mesmo após GLaDOS afirmar ter deletado Caroline.
Após a libertação de Chell, GLaDOS retorna ao seu propósito primordial de conduzir experimentos científicos nas instalações da Aperture Science. Desta vez, porém, ela utiliza Atlas e P-Body. O verdadeiro objetivo de GLaDOS não é simplesmente testar por diversão científica, mas usar estes robôs para rastrear e localizar discos contendo informações cruciais sobre as últimas cobaias humanas em hibernação dentro da Aperture science.
Capítulo 1: Calibração
O primeiro capítulo funciona como uma introdução aos personagens e aos fundamentos da jogabilidade cooperativa.
- Comunicação e coordenação entre os robôs
- Passagem de objetos entre os dois personagens
- Uso complementar dos portais de cada um para criar soluções impossíveis para um único jogador
- Mecânicas básicas de resolução de problemas em dupla
Após os testes introdutórios, Atlas e P-Body são levados a um ponto que funciona como um ponto de seleção de missões. Este ponto permite que escolham diferentes sequências de desafios, com novas áreas sendo desbloqueadas à medida que completam as missões.
A primeira sequência oficial de testes elabora sobre os conceitos já ensinados. Ao concluírem estes testes, GLaDOS os envia para uma área fora das câmaras de teste convencionais, com a missão de localizar um disco e inseri-lo em um leitor.

Utilizando as habilidades recém-adquiridas, os robôs acessam a sala contendo o disco e seguem as ordens de GLaDOS, ignorando avisos escritos em quadros brancos que alertam para não confiar nela. Atlas e P-Body, seja por limitações de programação ou por obediência irrestrita, são incapazes de compreender ou processar as mensagens de advertência, continuando a servir GLaDOS sem questioná-la.
Capítulo 2: Momentum de Massa
No segundo capítulo, os testes evoluem para incorporar plataformas aéreas de fé. Esta mecânica desafia os robôs a:
- Usar o impulso das plataformas para atravessar obstáculos
- Coordenar saltos precisos sobre abismos
- Resolver quebra-cabeças baseados em momentum físico, Desenvolver confiança mútua durante manobras arriscadas

Completando estes testes, GLaDOS novamente os direciona para uma missão especial: localizar outro disco contendo as plantas do cofre onde estão armazenadas as cobaias humanas, inserindo-o em outro leitor de discos.
Capítulo 3: Luzes Sólidas
O terceiro capítulo leva Atlas e P-Body a câmaras de teste abandonadas que incorporam plataformas de luz sólida. GLaDOS explica que estas câmaras foram desativadas devido à sua alta taxa de mortalidade.

Ao final deste capítulo, a IA envia os robôs para os interiores mais profundos da Aperture com o objetivo de localizarem e coletarem um disco contendo os códigos de segurança do cofre de hibernação. Durante estas missões de recuperação, GLaDOS tenta distrair os robôs para que não prestem atenção nas informações exibidas nas telas — ela apenas necessita que eles insiram os discos e permaneçam presentes enquanto ela recebia as informações.
Capítulo 4: Excursão de Fé
No quarto capítulo, GLaDOS testa as capacidades da dupla com desafios envolvendo funis de excursões, mas também avalia algo mais profundo: a lealdade entre os robôs. A IA tenta repetidamente colocá-los um contra o outro, implementando situações que incentivam a traição mútua.
Para sua surpresa (e alívio), GLaDOS conclui que ambos não possuem capacidade de processamento suficiente para compreender o conceito de traição, eliminando sua preocupação de que possam eventualmente se voltar contra ela como Chell fez.
GLaDOS revela um detalhe interessante: as câmaras deste capítulo foram as primeiras que ela desenvolveu especificamente para testes com robôs. Até então, Atlas e P-Body estavam sendo testados em câmaras projetadas originalmente para humanos. Ela admite que não acreditava que os robôs chegariam tão longe, demonstrando como inicialmente subestimou suas criações.

Depois de completar mais uma etapa, os dois recebem uma nova missão: buscar outro disco. Só que, dessa vez, esse disco vai ligar a energia da GLaDOS à energia das antigas câmeras de testes da Aperture Science. Para isso, eles usam funis de excursões e pontes de luz sólidas para conseguir passar por armadilhas perigosas. Apesar de todas as dificuldades, eles conseguem chegar até a sala onde está o disco. Lá, fazem o mesmo de sempre: colocam o disco no leitor. Isso permite que GLaDOS finalmente consiga se conectar com todas as câmeras antigas da Aperture, onde fica o cofre que guarda as últimas cobaias de teste humano.
Na próxima missão, GLaDOS avisa que as câmeras de teste iriam teste eles, para destravar a segurança do cofre onde as últimas cobaias humanas estão. Ela explica que, apesar dos testes anteriores terem sido divertidos, aquilo não era ciência de verdade. Vale lembrar que, até esse momento, GLaDOS tinha feito Atlas e P-body acreditarem que as missões e os discos que eles coletavam não eram nada importantes.
Nessa etapa, aparece a última nova habilidade da campanha: os géis de repulsão e propulsão. Usando esses géis junto com tudo que já aprenderam, os robôs precisam resolver desafios para avançar até a sala do cofre. Quando chegam lá, GLaDOS nota que mesmo com os códigos coletados, a porta não abre. Então ela pede para os dois destravarem a porta manualmente, resolvendo vários pequenos quebra-cabeças com todas as habilidades que praticaram até agora.
Depois de conseguirem ativar as alavancas que deveriam liberar a porta do cofre, nada acontece. Só que, ao chegarem na porta, GLaDOS vê que há uma câmera conectada à entrada do cofre e pede que eles façam algo. Nessa parte, usando os emotes desbloqueados ao longo da campanha, os robôs finalmente conseguem abrir a porta do cofre.
No último capítulo, GLaDOS remonta a dupla de robôs mais uma vez. Ela diz para eles que, desde a última vez em que foram montados, já se passaram mais de cem mil anos — pelo menos, é o que ela afirma. Agora, testar já virou coisa do passado, e o objetivo principal virou a arte, algo que, segundo GLaDOS, é a única preocupação deles naquele momento.
GLaDOS explica que tinha remontado todos os humanos que a dupla tinha libertado para apresentá-los a uma nova exposição de arte sobre testes. Ela diz que essa exposição foi criada em conjunto com esses humanos, que ela garante estarem vivos e bem. Nessa exposição, as salas têm desafios ainda mais avançados e misturam todas as mecânicas aprendidas até agora.
Depois que a dupla termina a primeira exposição, dá para ouvir uma explosão ao fundo. GLaDOS diz que não é nada grave e manda os dois seguirem até a próxima parte da exposição. Eles resolvem mais salas, mas na metade do caminho uma máquina usada para remontá-los quebra. Com isso, GLaDOS precisa mandar os robôs para uma sala de reparos para reiniciar o sistema e tentar consertar a máquina.
Durante esse tempo, GLaDOS revela a verdade: só passou uma semana desde a última montagem, e todos os humanos que estavam lá morreram enquanto ela tentava transformá-los em máquinas de matar, porque, Ela conta que alguém invadiu as instalações, e se conectou a um antigo corpo protótipo dela e está tentando tomar o controle da Aperture. Por isso, GLaDOS precisa da ajuda dos robôs para resolver o problema.
Depois de consertar parcialmente a máquina de remontagem, os dois continuam a resolver testes. Porém, agora GLaDOS tenta fazer com que eles virem máquinas de matar, já que a pessoa misteriosa continua mexendo nos sistemas da Aperture. Mas, por causa dos reparos incompletos na máquina, ela quebra de novo e GLaDOS demora 3 dias para remontar os robôs dessa vez. No final, GLaDOS diz que vai ter que encurtar o percurso de testes e leva-los o mais perto possível da sala onde está o corpo protótipo dela.
Depois de terminar o último teste, os dois robôs passam por mais um pequeno obstáculo e finalmente chegam à entrada da sala do corpo protótipo. Lá, encontram quem estava invadindo a Aperture Science, como GLaDOS tinha dito antes. Para surpresa de todos, o “invasor” era na verdade um CORVO! GLaDOS, como já tinha demonstrado antes, tem pavor de pássaros.
Assim que GLaDOS vê o corvo fazendo um ninho em cima de seu corpo protótipo, ela entra em pânico, dizendo que não tinha se preparado para isso e manda todos recuarem, pois considera o pássaro um inimigo muito forte. Os robôs não entendem por que tanto drama, pois era só um pássaro inofensivo. Mesmo assim, Atlas se aproxima com cuidado e espanta o corvo, mas antes de ir embora, o pássaro ainda tenta proteger o ninho atacando os robôs.
O corvo vê uma saída iluminada, foge por ela, e P-body fecha a passagem para garantir que não volte. GLaDOS fica aliviada e agradece aos robôs pelo trabalho incrível, dizendo que eles são verdadeiras máquinas de matar. Os robôs comemoram esse elogio, mesmo sem entender direito a situação.
Enquanto relaxa, GLaDOS percebe que o ninho do corvo ficou para trás com 3 ovos. Ao analisar os ovos, ela conclui que dali poderia nascer um “exército de clones do pássaro“. Preocupada, pede para os robôs esmagarem os ovos imediatamente para evitar problemas no futuro, mas de repente tem uma ideia diferente.
Ela cumprimenta os ovos, os dando as boas-vindas ao “cofre de aquecimento de ovíparos da Aperture Science”. GLaDOS mente para os ovos, dizendo que eles foram abandonados porque são inúteis. No entanto, quando ela provoca, um dos futuros filhotes bica o vidro e quase o quebra, mostrando força. GLaDOS então muda de estratégia: começa a analisar os bicos e garras dos filhotes, chamando-os de novas máquinas de matar, e dá a entender que pretende usá-los como um exército para proteger a Aperture Science de qualquer invasor.
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